O dia após a inesperada vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, um dos maiores bilionários simpatizantes da candidata Hillary Clinton teve um excelente dia no mercado de ações, comparado aos outros magnatas norte-americanos. Warren Buffett ficou quase US$ 2 bilhões mais rico, enquanto Jeff Bezos perdeu mais de US$ 1,3 bilhão.
Um aumento nas ações da Berkshire Hathaway adicionaram US$ 1,7 bilhão na fortuna de Warren Buffett ontem (9), gerando um patrimônio líquido de US$ 68 bilhões, de acordo com as estimações de FORBES. Esse ganho, somado à quantia de US$ 2 bilhões que ele ganhou entre sexta-feira (4) e quarta-feira (9), fez com que Buffett se tornasse, novamente, a terceira pessoa mais rica do mundo. O bilionário está atrás do cofundador da Microsoft, Bill Gates, e do fundador da Zara, Amancio Ortega, e à frente do CEO da Amazon, Jeff Bezos, que havia tirado Buffett do posto no início do ano.
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Buffett passou a terça-feira (8) transportando eleitores em Omaha, em Nebraska, para seus locais de votação em um carro alugado, de acordo com relatórios locais. Apesar dos seus esforços, os cinco votos do colégio eleitoral do Estado foram para Trump. Quando perguntado durante a conferência anual da Berkshire Hathaway na última sexta-feira (4) se a presidência de Trump seria uma ameaça à companhia, o bilionário afirmou “eu prevejo que independente de Donald Trump ou Hillary Clinton se tornar presidente, a Berkshire vai se sair bem”.
Até agora, sua previsão está correta. As ações da empresa terminaram a quarta-feira (9) 2,55% mais altas. A Berkshire Hathaway também investe na Wells Fargo, empresa que presta serviços financeiros e que Buffett possui uma pequena participação, e que acabou o dia com um acréscimo de 5,4%. O setor bancário também pode se beneficiar com as regulações mais flexíveis que podem ocorrer no governo Trump, e muitos bancos viram bons resultados ontem (9).
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Enquanto isso, Bezos, atualmente a quarta pessoa mais rica do mundo, pode perder ainda mais durante o período da presidência de Trump, como reflexo do desempenho das ações da Amazon. A fortuna do bilionário caiu US$ 1,3 bilhão na quarta-feira (9), valor maior do que a perda de qualquer outro bilionário. A empresa teve uma queda de 3% na terça-feira (8), antes da vitória do Trump, e aumentou um pouco no dia seguinte, fechando o pregão em 2%. Agora, Bezos possui uma fortuna estimada pela FORBES de US$ 66,7 bilhões, o que o deixa com US$ 1,3 bilhão abaixo de Buffett.
O jornal norte-americano “The Wall Street Journal” notou na quarta-feira (9) que as ações que Trump havia orientado mais especificamente tiveram um resultado inferior em relação às outras. Bezos e o presidente eleito tiveram uma relação controversa e complicada durante o ciclo eleitoral.
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Em dezembro de 2015, Trump tuitou que “se a Amazon pagar impostos justos, suas ações vão entrar em choque e a empresa vai se desfazer como uma sacola de papel. O golpe do Washington Post está salvando isso!”.
Depois, Trump acusou Bezos de usar o “Washington Post”, jornal de propriedade do quarto mais rico do mundo, de investigar o Trump com o objetivo impedi-lo de ganhar a eleição. “Ele está preocupado comigo — eu acho que ele disse isso à alguém, isso estava em algum artigo — onde ele acha que eu iria atrás dele por antitruste, porque ele tem um grande problema com o antitruste, porque ele está controlando muito”, afirmou Trump para o apresentador de notícias Sem Hannity, em maio.
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Uma semana depois, Bezos devolveu o comentário em uma conferência tecnológica do “Washington Post”, afirmando que o comportamento de Trump “corrói nossas normas de liberdade de expressão”. Sobre o que o republicano disse sobre a antitruste, ele afirma: “Eu estou muito confortável com as abordagens e os comportamentos da Amazon. Eu acho que a companhia merece ser analisada, examinada e criticada”.
Agora que a presidência de Trump é uma realidade, o mercado de ações aparenta estar nervoso sobre o que isso pode significar para a Amazon.