Sentado para fotos com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, Donald Trump não pôde deixar de dar notoriedade à sua extravagante sala-de-estar dourada. “Muitos dos grandes líderes do mundo pediram para visitar Mar-a-Lago”, disse o presidente dos EUA. “Eles gostam disso. Eu gosto disso”, completou.
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O clube de Palm Beach se tornou o refúgio favorito dos finais de semana de Donald Trump. E também um dos melhores investimentos que ele já fez.
O presidente dos EUA comprou Mar-a-Lago em 1985 por cerca de US$ 10 milhões: US$ 5 milhões pela mansão, US$ 3 milhões pelos móveis luxuosos e mais US$ 2 milhões por 120 metros de acesso privilegiado direto à beira-mar. Hoje, FORBES avalia Mar-a-Lago, reconhecidamente um dos ativos mais difíceis de precificar na carteira de Trump, em US$ 160 milhões, ou 16 vezes o que foi pago. Não está claro quanto foi investido ou retirado da propriedade ao longo dos anos.
O presidente tem muito a comemorar com os valores crescentes de Palm Beach nas últimas três décadas e com os negócios que transformaram a propriedade em um clube privado e, agora, na “Casa Branca do Sul”.
Construída como um espaço de inverno para a herdeira de cereais Marjorie Merriweather Post, durante o boom da terra, na década de 1920, na Flórida, a casa já nasceu luxuosa. As colunas das paredes externas, feitas de pedra de Gênova, na Itália, chegaram em três embarcações. O teto ganhou folhas de ouro modelado e bustos romanos do século XVI foram importados para ornamentar o hall de entrada. Ao todo, a casa conta com 58 quartos, em 17 hectares bem cuidados de gramados, pomares de frutas cítricas e estufas.
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Antes de Marjorie morrer, em 1973, Mar-a-Lago foi oferecida ao governo federal para ser usada como retiro presidencial. Mas, em 1981, diante dos enormes custos de manutenção, o governo entregou a propriedade à Fundação Marjorie Merriweather Post, que a vendeu para Trump quatro anos depois.
Em 1995, Trump transformou Mar-a-Lago em um clube privado para a elite de Palm Beach, com uma piscina à beira-mar, salão de beleza, spa e quadras de tênis e croquet. Em janeiro de 2005, ele acrescentou um salão de festas de 6 mil metros quadrados. Nesse mesmo mês, casou-se com Melania, e a recepção foi realizada no clube, com a presença de Bill e Hillary Clinton.
Em janeiro de 2017, Trump posou para uma foto, supostamente escrevendo seu discurso de posse, em Mar-a-Lago. Três meses depois, lançou ataques com mísseis na Síria enquanto jantava com o presidente chinês Xi Jinping no clube.
Dado Mar-a-Lago ter virado uma espécie de extensão do exercício de poder global de Trump, não é surpresa que os negócios pareçam crescer. Após a eleição, a Organização Trump dobrou a taxa inicial de Mar-a-Lago para US$ 200 mil. As receitas do clube atingiram estimados US$ 29 milhões, em 2016, um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Há dezenas de organizações que participam de eventos em Mar-a-Lago. FORBES estima que o local vale US$ 10 milhões a mais do que antes da eleição de Trump. Aqueles ansiosos (e ricos o suficiente) por se encontrar com um presidente em exercício parecem estar se reunindo no clube, na esperança de um contato direto o chefe-de-Estado.