O renomado colecionador de automóveis Greg Whitten, ex-arquiteto-chefe de software da Microsoft e agora presidente da Numerix, vai se separar de sua Ferrari 250 GTO 1962, número 3413. O modelo é considerado o veículo mais valioso que já chegou a um leilão e tem preço de venda estimado em mais de US$ 45 milhões. Será a estrela da próxima venda da RM Sotheby, em Monterey, na Califórnia, nos dias 24 e 25 de agosto, quando ocorre o Concours d’Elegance de Pebble Beach.
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A Ferrari pode ser vendida por um valor muito mais alto que o estimado se leilões recentes do mesmo modelo servirem como parâmetro. No início de junho, o piloto alemão Christian Gläsel vendeu sua Ferrari 250 GTO 1963, chassi 4153, por pelo menos US$ 70 milhões, para David MacNeil, fundador da fabricante de tapetes WeatherTech. Em 2014, o modelo chassi 3851 foi vendido por US$ 38,1 milhões, naquela época o carro mais caro já leiloado. Em outra venda do colecionador norte-americano Paul Pappalardo, em 2013, a GTO 250 chegou a estimados US$ 52 milhões.
Marcel Massini, historiador e especialista em Ferrari, disse recentemente à CNBC que um carro similar ao que a MacNeil comprou deve ser vendido por mais de US$ 100 milhões nos próximos dois ou três anos.
“Estamos entusiasmados com a rara oportunidade de oferecer uma lendária Ferrari 250 GTO em leilão”, disse Shelby Myers, especialista em automóveis da RM Sotheby’s. “Esta é apenas a terceira vez que uma GTO é oferecida para venda pública neste milênio.”
E o que torna a Ferrari 250 GTO tão especial? Primeiro, o modelo é a evolução final do famoso 250, a primeira GT Berlinetta com câmbio de cinco marchas. Em segundo lugar, a 250 é o último grande carro GT com motor dianteiro. Em terceiro lugar, há apenas 36 modelos 250 GTOs produzidos e todos os chassis ainda são contabilizados, uma prova do valor intrínseco desta versão. E, finalmente, a 250 GTO é, sem dúvida, o mais belo exemplo do design de Giotto Bizzarrini, com proporções atemporais e uma silhueta inconfundível.
A 250 GTO também marcou um ponto de virada, acrescenta Shelby. “Devido à evolução da tecnologia e das normas de segurança que se seguiram, a GTO tinha essencialmente o verdadeiro DNA de corridas e marcou o fim de uma era em que os pilotos realmente sujavam as mãos. Este foi o último carro que você poderia estacionar em sua garagem, ir para a pista, ganhar a corrida e depois dirigir para casa.”
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Além de sua beleza estonteante, a Ferrari 250 GTO também é conhecida por sua boa dirigibilidade e seu amor pela estrada. É considerado o carro de estrada e corrida mais bem-sucedido já construído, ao vencer quase 300 corridas no mundo inteiro.
Os atuais proprietários do modelo incluem Ralph Lauren, Nick Mason (baterista do Pink Floyd), Peter Sachs (neto do fundador da Goldman Sachs) e Jon Shirley, da Microsoft. Três deles possuem duas 250 GTOs: os fundadores dos fundos de cobertura Tony e Lulu Wang; Rob Walton, do Wal-Mart; e o empresário britânico Sir Anthony Bamford, que por um tempo foi proprietário do chassis que irá a leilão.
Nos últimos 18 anos, a 250 GTO número 3413 foi cuidadosamente mantida e frequentemente usada por Whitten em eventos e ralis vintage, incluindo a participação em quatro encontros de proprietários, que é restrito ao clube extremamente exclusivo de donos do modelo e ocorre a cada cinco anos em uma cidade à escolha do grupo.
O veículo foi fabricado em 1962 como um carro da Série 1 para uso em fábricas da Ferrari, a terceira 250 GTO construída. O piloto de fábrica da marca, Phil Hill, testou o carro para a corrida de estrada de Targa Florio, no mesmo ano. Logo depois, a equipe o vendeu para o empresário têxtil italiano Edoardo Lualdi-Gabardi, um cliente preferencial.
As linhas da 250 GTO são pura emoção e atraem com suas proporções elegantes. Grandes decalques comemorativos decoram o carro. Os faróis são exagerados e a grade horizontal é estreita, o que dá à frente uma aparência limpa e moderna. A 250 GTO é um testemunho do belo design italiano.