O futuro dos EUA está sendo negociado com cautela, à medida que os investidores avaliam as novas ameaças de Donald Trump. A administração do atual presidente norte-americano alimentou ainda mais a tensão ao considerar pressionar Pequim com o aumento das tarifas sobre produtos chineses de 10% para 25%. Trump pensa que usar a técnica da arma na cabeça funciona. Mas, nesse caso, é indiferente, pois se trata da China, não da Coreia do Norte.
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Trump quer que a China volte à mesa de negociações, uma tensão comercial que, hoje, torna os investidores avessos ao risco enquanto digerem a decisão da taxa de juros do Fed.
As armas do Fed
Ontem (1) à noite, o Fed decidiu seguir sua estratégia e manter a taxa básica de juros, indicando que futuras altas serão feitas de maneira gradual (dois aumentos ainda são esperados em 2018). E foi decidido por unanimidade que, por ora, as taxas de juros permanecerão inalteradas, o que já havia sido comunicado ao mercado. Assim, a reação do dólar não foi tão entusiasmada, mas ainda experimentou algum movimento de alta.
O índice do dólar ainda mantém os ganhos e isso se deve, principalmente, ao motivo pelo qual o Fed enviou um sinal claro aos investidores ontem de que o custo dos empréstimos tem subido. Em outras palavras, a ideia de dinheiro barato deve ser esquecida.
A realidade é que o Fed não pode se dar ao luxo de permanecer reticente enquanto o crescimento econômico é ameaçado. O banco central dos EUA ainda mostra sua confiança em relação às perspectivas econômicas e diz acreditar que o risco está equilibrado. Até agora, é quase certo que a taxa de juros aumentará na próxima reunião, em setembro.
A postura do FED e os últimos dados divulgados sobre emprego nos EUA, que indicam melhora, não foram suficientes para fazer o dólar recuperar sua alta anterior, mas o movimento tem tudo para empurrar o indicador para o nível anterior.
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Ontem, o Relatório Nacional de Empregos Não Agrícolas ADP definiu um tom forte sobre o próximo número NFP (Nonfarm Payrolls), índice que mede a mudança de pessoas empregadas. O ADP confirmou uma leitura muito melhor dos que 219 mil empregos gerados em julho no setor privado anunciados. A postura do Fed e a poderosa leitura do relatório, no entanto, não foram suficientes para que o índice do dólar recuperasse sua alta anterior, mas o movimento certamente tem potencial para impulsioná-lo novamente. Um forte NFP (previsto para ser divulgado amanhã) pode fornecer uma ajuda extra para o índice do dólar. As expectativas indicam uma geração de 190 mil novos empregos na área privada.
Banco Central do Reino Unido prestes a dar a sua cartada
No Reino Unido, é a vez do Banco da Inglaterra (BoE) tomar uma decisão sobre sua taxa de juros. Espera-se que Mark Carney, chefe da instituição, anuncie um aumento de 0,75% no juro básico.
Pode não ser uma decisão unânime, pois é provável que haja uma rebelião no que diz respeito à decisão: o placar geral poderia ser de 8 a 1. O que levaria a libra esterlina a subir ou cair seria a perspectiva do BoE sobre o PIB e a inflação do país em meio à turbulência do Brexit.
Dito isso, sabe-se que Carney é conhecido por sua capacidade de evitar o conflito. Assim, apesar de estar quase certo que ele decidirá pelo aumento da taxa de juros hoje, pode ser que ele recue.
No entanto, os dados econômicos do Reino Unido mostram que a fraqueza econômica no primeiro trimestre foi mais um efeito temporário do que um problema real. Carney disse que metade do seu tempo é consumido para solucionar o Brexit. Certamente, se ele aumentar os juros, terá de responder a muitas perguntas e fornecer mais clareza sobre a posição atual do BoE sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
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O que Carney não pode deixar acontecer é um abalo na força da moeda britânica, especialmente hoje, no dia da decisão da taxa de juros. Porém esse filme já foi reprisado inúmeras vezes, e os bancos centrais estão no topo do jogo quando se trata de administrar as expectativas das respectivas moedas durante esses eventos.