“Uma vez por dia, eu olho para o céu e digo: ‘Obrigado por Donald Trump'”, disse Michael Wolff na primavera passada.
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Ele tem boas razões para agradecer ao presidente. Sem Trump, Wolff não teria garantido um lugar na lista deste ano da FORBES dos Autores Mais Bem Pagos do Mundo.
Depois que o jornal britânico “The Guardian” publicou, em janeiro, algumas citações vazadas do explosivo “Fogo e Fúria – Por Dentro da Casa Branca”, de Wolff, o advogado do presidente norte-americano enviou ao autor e a seu editor, Henry Holt, uma carta de cessação e desistência, alegando que o livro continha informações difamatórias. Trump também atacou Wolff no Twitter: “Michael Wolff é um perdedor que inventa histórias para vender um livro falso”.
Longe de desistir, Henry Holt aproveitou a publicidade gratuita e antecipou a data de lançamento da obra. O “livro falso”, citado por Trump, saiu das prateleiras direto para as mãos de 1,7 milhão de pessoas, contabilizadas as cópias vendidas nos formatos capa dura, e-book e áudio apenas nas primeiras três semanas. Em um período de 12 meses, vendeu 1.015.000 de cópias de capa dura apenas nos Estados Unidos, além das versões eletrônica, em áudio e internacionais.
Graças ao livro — e a Trump –, Wolff faturou US$ 13 milhões entre 1o de junho de 2017 e 1o de junho de 2018, antes de taxas e impostos, ocupando o 7º lugar entre os autores que mais ganharam dinheiro. Único escritor recém-chegado e de não ficção da lista, Wolff complementou seus royalties com um acordo de sete dígitos para uma sequência da obra e os direitos de cinema e televisão, além de uma série que está em andamento com a Endeavor Content.
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Os 11 autores mais bem pagos do mundo venderam 24,5 milhões de livros impressos nos EUA durante nosso período de apuração, faturando US$ 283 milhões. James Patterson ficou no topo da lista, com ganhos de US$ 86 milhões e vendas de 4,8 milhões de livros em território norte-americano, segundo a NPD BookScan, que acompanha 85% do mercado de impressão nos EUA.
Os ganhos de Patterson devem subir no ano que vem graças a “O Presidente Desapareceu”, lançado fora do período de levantamento. O thriller político, coescrito com Bill Clinton, vendeu mais de 660 mil cópias desde junho deste ano.
J.K. Rowling ficou na vice-liderança com US$ 54 milhões, uma queda de US$ 41 milhões em relação ao ano passado, quando a autora ocupou o pódio. As vendas de livros da roteirista de Harry Potter despencaram por conta da falta de uma novo livro sobre o bruxinho mais famoso do mundo, mas ela ganhou muito com as vendas de catálogo — foram 2,9 milhões de cópias nos EUA –, bem como com os parques temáticos e produções na Broadway e no West End, de Londres. Embora o último filme, “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, tenha sido mal recebido pelos críticos e quase certamente acabe como o filme de menor bilheteria de Harry Potter até hoje, a franquia está longe de terminar: mais três filmes dessa mesma saga estão planejados, somando cinco no total.
Stephen King completa o Top 3 com US$ 27 milhões. O rei do horror vendeu 2,7 milhões de cópias de seu livro “It – A Coisa” nos EUA, impulsionadas pelo sucesso da versão cinematográfica do filme, adaptado de seu romance de mesmo nome de 1986. King quase dobrou seus rendimentos ao conseguir um pagamento de oito dígitos pelo filme, que arrecadou US$ 700 milhões nas bilheterias de todo o mundo com um orçamento de US$ 35 milhões. O longa, centrado em palhaços, tornou-se o filme de terror de maior bilheteria nos EUA, e a sequência, planejada para o próximo outono, pode quebrar o recorde novamente.
Este ano, a autora de “A Garota no Trem”, Paula Hawkins, desapareceu da lista. A britânica figurou no ranking pela primeira vez em 2016 com ganhos de US$ 10 milhões vindos de seu romance de estreia, mas seu último thriller, “Em Água Sombrias”, não conseguiu o mesmo desempenho do antecessor. No Reino Unido, a edição brochura de “A Garota no Trem” vendeu mais de 100 mil cópias no ano passado.
O levantamento feito pela FORBES compreendeu o período de 1º de junho de 2017 a 1º de junho de 2018. Os números são brutos — as taxas para agentes, gerentes e advogados não estão deduzidas. As estimativas são baseadas em dados do NPD BookScan e do Box Office Mojo, bem como em entrevistas com especialistas do setor, incluindo alguns dos próprios autores.
Veja, na galeria de fotos abaixo, os 10 autores mais bem pagos do mundo em 2018:
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10. E.L James
Ganhos: US$ 10,5 milhões
A saga “Cinquenta Tons de Cinza” vendeu mais de 150 milhões de cópias em todo o mundo, mas os leitores não estão devorando as práticas BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo) da autora como costumavam fazer antes. O último livro, “Cinquenta Tons mais Escuros”, estreou com 300 mil cópias a menos do que seu antecessor. A britânica deve a maior parte de seus milhões a “Cinquenta Tons de Liberdade”, que arrecadou US$ 371 milhões no mundo todo.
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10. Rick Riordan
Ganhos: US$ 10,5 milhões
O criador de “Percy Jackson” vendeu mais de 2,1 milhões de livros nos EUA em um período de 12 meses. O selo de Riordan, lançado no ano passado, publicou dois livros para jovens adultos, com um terceiro programado para janeiro.
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8. Nora Roberts
Ganhos: US$ 12 milhões
A escritora de romances vendeu mais de 1,5 milhão de livros nos EUA durante o período analisado. Nora é uma das mulheres mais ricas da América com uma fortuna de US$ 390 milhões.
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8. Danielle Steel
Ganhos: US$ 12 milhões
A rainha do romance teve um ano movimentado com a publicação de seis livros durante o período apurado. Ela é uma das mulheres que mais arrecadou na América, com um patrimônio de US$ 350 milhões.
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7. Michael Wolff
Ganhos: US$ 13 milhões
O best-seller de Wolff sobre a presidência de Trump bateu recordes para o editor Henry Holt, chegando a 1,7 milhão de cópias vendidas em todos os formatos em menos de três semanas. O jornalista e autor também assinou contratos para uma sequência de “Fogo e Fúria” e negociou os direitos de filme e televisão da obra.
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5. Dan Brown
Ganhos: US$ 18,5 milhões
“Origem”, o último romance do escritor de “O Código Da Vinci”, foi um best-seller mundial, com mais de 700 mil exemplares impressos somente nos EUA. Os fãs de Robert Langdon podem aprender como escrever thrillers via lições on-line no MasterClass — os valores arrecadados serão doados pelo autor para a caridade.
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5. Jeff Kinney
Ganhos: US$ 18,5 milhões
Em março, a série “Diário de um Banana”, de Kinney, ultrapassou mais de 200 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Quando o autor infantil não está ocupado escrevendo best-sellers — ele vendeu 3,5 milhões de livros só nos EUA, no período apurado — Kinney administra uma livraria em sua cidade, Plainville, no estado de Massachusetts.
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4. John Grisham
Ganhos: US$ 21 milhões
O advogado que virou autor vendeu 2,6 milhões de livros impressos nos EUA durante os 12 meses da pesquisa. Dois de seus thrillers legais, “Camino Island” e “The Rooster Bar”, estiveram entre os dez livros mais vendidos de 2017.
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3. Stephen King
Ganhos: US$ 27 milhões
O rei do terror vendeu 2,7 milhões de livros nos EUA no último ano. King quase duplicou seus ganhos no ano passado graças à adaptação cinematográfica de sucesso de seu romance de 1986, “It – A Coisa”, que arrecadou US$ 700 milhões em todo o mundo, apesar de seu orçamento de US$ 35 milhões na produção.
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2. J.K. Rowling
Ganhos: US$ 54 milhões
As vendas de livros da roteirista de Harry Potter despencaram sem um novo lançamento sobre o protagonista. No entanto, Rowling ainda ganha muito dinheiro em vendas de catálogos, parques temáticos e produções teatrais na Broadway e no West End, em Londres.
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1. James Patterson
Ganhos: US$ 86 milhões
O autor mais bem pago da lista publicou mais de 20 livros no ano passado. Os ganhos de Patterson devem subir no ano que vem graças ao seu mais recente romance, “O Presidente Desapareceu”, lançado fora do período de apuração. O thriller político, coescrito com Bill Clinton, vendeu 260 mil cópias na primeira semana.
10. E.L James
Ganhos: US$ 10,5 milhões
A saga “Cinquenta Tons de Cinza” vendeu mais de 150 milhões de cópias em todo o mundo, mas os leitores não estão devorando as práticas BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo) da autora como costumavam fazer antes. O último livro, “Cinquenta Tons mais Escuros”, estreou com 300 mil cópias a menos do que seu antecessor. A britânica deve a maior parte de seus milhões a “Cinquenta Tons de Liberdade”, que arrecadou US$ 371 milhões no mundo todo.