As vendas no varejo do Brasil registraram o melhor resultado para novembro em 18 anos aquecidas pela Black Friday e recuperaram as perdas do mês anterior com ganhos generalizados entre as atividades.
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Em novembro, as vendas varejistas cresceram 2,9% na comparação com outubro, quando houve queda de 1,1% em dado revisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje (15).
Esse resultado representa o ritmo mais forte para o mês desde o início da série histórica do IBGE, em 2000. Também é a maior taxa desde janeiro de 2017, quando houve alta de 4%. Anteriormente, o IBGE havia divulgado queda de 0,4% em outubro. Na comparação com o mesmo mês de 2017, houve avanço de 4,4% nas vendas.
“O eixo do comércio tem se deslocado no fim do ano de dezembro para novembro. Há uma antecipação de compras de Natal aproveitando as promoções da Black Friday. Nos últimos anos, novembro tem sido um mês até mais forte que dezembro”, disse a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes.
Entre as oito categorias pesquisadas, seis tiveram alta em novembro, principalmente entre aquelas ligadas à Black Friday. Os destaques foram o aumento nas vendas de outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,9%), móveis e eletrodomésticos (5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,8%).
“Os setores que têm um venda online forte na Black Friday são os que têm o melhor desempenho por serem fortes nessa data”, acrescentou.
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Apresentaram queda na comercialização somente livros, jornais, revistas e papelaria (1,9%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,2%).
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas subiram 1,5% em novembro sobre o mês anterior.
Após um ano de altos e baixos marcado por uma economia sem fôlego expressivo e alto nível de desemprego, coube à Black Friday, entre 23 e 25 de novembro, as expectativas de um final de ano mais forte para o varejo brasileiro, com o Natal ainda suscitando perspectivas de mais ganhos para o setor.
Em dezembro, a confiança do comércio apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou melhora significativa tanto na percepção dos empresários em relação à situação atual quanto nas expectativas, terminando o ano em seu maior valor em quase seis anos.