O presidente dos EUA, Donald Trump, vendeu cerca de US$ 35 milhões em imóveis enquanto servia à Casa Branca no ano passado, segundo uma análise da FORBES sobre registros de propriedades locais e federais. Embora tenha delegado a administração diária de seus bens aos filhos Eric e Don Jr., ao assumir o cargo, ele manteve o controle de seus negócios, que continuaram a liquidar propriedades.
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Mais da metade desses US$ 35 milhões vieram de um único acordo, no qual Trump e seus parceiros de negócios se desfizeram de um complexo habitacional subsidiado pelo governo federal no Brooklyn por cerca de US$ 900 milhões. O presidente detinha uma participação de 4% na propriedade, segundo seu relatório de divulgação financeira pessoal. Depois de subtrair cerca de US$ 370 milhões em dívidas, FORBES estima que Trump saiu com US$ 20 milhões sem impostos. O acordo exigia a aprovação de autoridades do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano, o que chegou ao presidente dos EUA.
Segundo análise de seus últimos registros públicos, o presidente vendeu 36 unidades por US$ 11 milhões na torre de 64 andares em Las Vegas que ele possui em uma parceria de 50% com o magnata dos cassinos Phil Ruffin. O lucro de Trump proveniente desses acordos é estimado em US$ 5,5 milhões sem desconto de impostos. Um terço dos clientes do condomínio em Las Vegas comprou suas unidades por meio de sociedade de responsabilidade limitada (LLC), um movimento que permite aos compradores proteger suas identidades.
Em outras palavras, as pessoas injetaram dinheiro nos cofres do presidente dos EUA sem revelar quem são. Segundo uma reportagenm de 2017 do “USA Today”, apenas 4% dos compradores dos imóveis de Trump usaram LLCs nos dois anos antes de ele garantir a indicação presidencial.
As transações do presidente são acompanhadas de outras preocupações éticas. Pouco antes de Trump tomar posse, um de seus advogados prometeu: “Nenhum novo acordo será feito durante a presidência de Trump”. Mas, em 2 de outubro, um senhor chamado Yu Zhang comprou uma unidade na torre de Las Vegas por US$ 255.000, alegando o endereço como Taiyuan City, China. Nem a Casa Branca, nem a Trump Organization responderam a pedidos de comentários. O “USA Today” informou que a empresa do presidente decidiu anteriormente que uma venda em 2017 para um casal alemão não se qualifica como um “negócio estrangeiro”.
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Trump também vendeu três lotes vazios perto de seu campo de golfe fora de Los Angeles por US$ 5,6 milhões, segundo registros de propriedade. Em Chicago, o presidente se desfez de três vagas de estacionamento em seu Trump International Hotel and Tower, por um total de US$ 170.000. E, na Carolina do Sul, vendeu um depósito por US$ 4,1 milhões.
Uma venda não concretizada foi a da sua casa de longa data de Manhattan, embora aparentemente não por falta de tentativa. O presidente é dono de cerca de 215 milhões de dólares em imóveis residenciais na ilha. O site da Trump Organization anuncia uma de suas coberturas na Park Avenue, no mesmo prédio onde Ivanka Trump morava, por US$ 28,5 milhões. O site também coloca à venda uma unidade de US$ 3 milhões no extremo sul do Central Park.
Trump possui cerca de US$ 437 milhões em imóveis residenciais, o que abre a possibilidade de que qualquer pessoa poderia, teoricamente, comprar uma propriedade e canalizar dinheiro para o presidente dos Estados Unidos. Para aqueles que não estão interessados em condomínios ou mansões, existem outras maneiras de ajudar o bolso de Trump, por meio de seus hotéis e portfólio de imóveis comerciais. E, dessa forma, é ainda mais fácil esconder a identidade do autor do negócio. Ao contrário de adquirir imóveis, ficar em um hotel ou alugar um espaço em um prédio de escritórios normalmente não cria nenhum registro público.