Resumo:
- As mesinhas de café, ou de centro, são por vezes o primeiro contato do cliente com um estabelecimento;
- Os livros ali expostos podem transmitir a personalidade do local e de seu proprietário, tanto pelo conteúdo quanto pelo poder de decoração;
- A Forbes falou com três arquitetos e decoradores para colher dicas de livros para compor a coffee table.
Coffee tables, ou, em bom português, mesinhas de café ou de centro. Comuns em diversos ambientes de trabalho e recepção de clientes, não são apenas um elemento básico na mobília. Tudo depende da atenção que se dá a esse cantinho do escritório. As mesinhas costumam estar no ambiente onde o cliente trava seu primeiro contato com o estabelecimento: a sala de espera. Decoração e comodidade são notadas de imediato, assim como os livros expostos. Podem ser lindos e inteligentes; repletos de figuras, imagens e conteúdo inspirador, capaz de dar personalidade ao escritório.
Para Sig Bergamin, arquiteto e decorador, um livro é um artigo fundamental. “É fonte de inspiração, conhecimento e lazer. É importante saber o que queremos ler, o que vamos consumir”, afirma. A escolha do que “oferecer” não é diferente e também pede uma curadoria atenciosa.
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Bergamin aprecia a escolha de livros de arte, em seu conceito mais amplo: arquitetura, design, moda, fotografia, viagens, gastronomia e LifeStyle. O decorador acredita que obras com essa temática sejam neutras, evitem polêmicas e agradem a mais pessoas. “São temas que despertam curiosidade, fascínio e admiração.”
O arquiteto João Armentano pensa parecido. Para ele, os bons acompanhantes da mesinha de café são livros que despertam interesse e curiosidade. “Gosto e recomendo livros instigantes; arquitetos que admiro, fotografias inspiradoras, livros de design de mobiliário e grandes histórias de vida.” Para os decoradores, ter títulos assim na sala de espera de ambientes comerciais é fundamental. “Passa todo tipo de pessoa ali e esses assuntos se conectam com todo mundo”, reforça Bergamin.
Conexão. Uma palavra-chave para os livros, como bem sabe Márcio Kogan. “Gosto de histórias relacionadas com o mundo real. Já fui viciado em autobiografias”, diz o arquiteto paulista, que também gosta de livros de arte.
Abaixo, Sig Bergamin, João Armentano e Márcio Kogan indicam livros clássicos e coringas para adocicar sua mesinha de café:
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editora 1 – “Valentino”, de Valentino Garavani, editora Assouline
O livro indicado por Sig Bergamin é um convite para a vida do estilista Valentino Garavani. Há fotos de sua coleção de objetos de mesa e de arte, abrigados em cinco residências (Gstaad, Londres, Roma, Nova York e Paris, bem como em seu iate). As fotografias são de Oberto Gili. As receitas dos chefs pessoais de Garavani também estão incluídas.
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editora 2 – “Ai Weiwei Entrevistado por Hans Ulrich Obrist”, de Hans Ulrich Obrist, editora Cobogó
Márcio Kogan indica um livro que adorou ganhar de presente, em que o artista Ai Weiwei discute diversos aspectos de sua vida artística e de sua obra com o curador suíço Hans Ulrich Obrist. Na obra, são apresentados temas como arquitetura, natureza, filosofia, cerâmica, e até as influências que alimentam seu trabalho.
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editora 3 – “Ibiza Bohemia”, de Maya Boyd; de Renu Kashyap, editora Assouline
Clássico das mesinhas de café, “Ibiza Bohemia” é um livro desenhado para ser, por si só, um objeto de decoração. A obra, uma das recomendações de Sig Bergamin, tem um conceito hippie-chic, reunindo fotos desde a vida noturna até os retiros pacíficos de ioga, mostrando a vida de forma autêntica.
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editora 4 – “Sebastião Salgado – Perfume de Sonho”, de Sebastião Salgado, editora Paisagem
Em se tratando de fotografia, João Armentano recomenda o reconhecido fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e sua obra “Perfume de Sonho”. Nela, Salgado captura sua visão do trabalho humano. Foram 10 anos de paciente observação em 10 países.
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editora 5 – “The Big Book of Chic” (O Grande Livro das Coisas Chiques, em tradução livre), de Miles Redd, editora Assouline
Para Bergamin, esse volume ilustrado de Miles Redd também é uma boa. A obra apresenta uma seleção diversificada dos designs interiores exclusivos de Redd.
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editora 6 – “178 Ore in Brasile” (178 Horas no Brasil, em tradução livre), do Chef Massimiliano Alajmo, fotografado e produzido pelo Studio SC
Márcio Kogan também indica o livro em que o chef de cozinha Massimiliano Alajmo conta sua história de viagem ao Brasil ao lado do fotógrafo Sergio Coimbra. Nessa viagem, nasceram surpreendentes receitas decorrentes do encontro do estilo do chef italiano com as tradições e ingredientes brasileiros.
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editora 7 – “Chic Stays” (Chique Permanente, em tradução livre), de Melinda Stevens, editora Assouline
Mais uma indicação de Bergamin, “Chic Stays” é um tour pelos hotéis mais bonitos do mundo. São 35 histórias pessoais pelos lugares mais atraentes do globo, tudo contado por meio de anedotas, descrições líricas e grandes fotografias.
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editora 8 – “Sobre Bolas e Outros Projetos – Eduardo Longo Arquiteto”, de Eduardo Longo, editora Paralaxe
Kogan se alegra por ter uma versão autografada da obra que mostra imagens inéditas que Eduardo Longo utilizou para fazer um registro extenso e preciso de seu trabalho nos anos de 1980 e 1990. São 28 volumes que incluem a maior parte dos projetos realizados pelo arquiteto durante esses anos.
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editora 9 – “1000 Chairs” (1000 Cadeiras, em tradução livre), de Charlotte & Peter Fiell, editora Taschen
João Armentano indica uma viagem pelas cadeiras mais icônicas da história. Essencial para os amantes de design e colecionadores, a obra apresenta cada uma das peças juntamente com informações essenciais sobre o designer e seu trabalho.
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editora 10 – “Desenho da Utopia: Mobiliário Moderno Brasileiro”, de Ruy Teixeira e Jayme Vargas, Editora: Olhares
Dentro do tema móveis, João Armentano aponta uma produção sobre o design brasileiro. A obra cita nomes como Joaquim Tenreiro, Sergio Rodrigues, Lina Bo Bardi, José Zanine Caldas, Oscar Niemeyer e Jorge Zalszupin. Com texto do historiador Jayme Vargas e fotos de Ruy Teixeira, o livro percorre o caminho da inovação dos móveis até alcançarem um status de expressão cultural.
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editora 11 – “Mykonos Muse” (Inspiração de Mykonos, em tradução livre), de Lizy Manola, editora Assouline
Última recomendação de Bergamin, “Mykonos Muse” mostra a ilha Mykonos e tudo o que a rodeia. O livro narra a cultura e a sociedade que definiram o lugar.
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editora 12 – “Futuro Desenhado”, de Paulo Mendes da Rocha, editora Monade
Kogan recomenda a obra de um colega renomado, Paulo Mendes da Rocha, que faz aqui um percurso pela condição moderna da vida na América e aponta a visão e o desenho como ferramentas essenciais na construção do futuro. Um dos maiores arquitetos brasileiros, Mendes da Rocha apresenta uma coletânea de textos, entrevistas e depoimentos.
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editora 13 – “Abílio: Determinado, Ambicioso, Polêmico”, de Cristiane Correa, editora Primeira Pessoa
João Armentano avisou que gostava de histórias de vida e foi essa que escolheu para indicar. Em 1948, o imigrante Valentim dos Santos Diniz inaugurou uma discreta doceria em São Paulo chamada Pão de Açúcar. Alguns anos depois, acompanhado do seu filho Abílio, abriu o primeiro supermercado da família, hoje um dos maiores mercados varejistas do Brasil.
1 – “Valentino”, de Valentino Garavani, editora Assouline
O livro indicado por Sig Bergamin é um convite para a vida do estilista Valentino Garavani. Há fotos de sua coleção de objetos de mesa e de arte, abrigados em cinco residências (Gstaad, Londres, Roma, Nova York e Paris, bem como em seu iate). As fotografias são de Oberto Gili. As receitas dos chefs pessoais de Garavani também estão incluídas.
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