Resumo:
- A presença de baterias nos automóveis da empresa e sua frota autônoma descortinam um horizonte promissor;
- Elon Musk conseguiu liderar o comércio de carros de luxo nos Estados Unidos e também triplicar suas vendas na Europa, fechando negócios online;
- No futuro, não fará sentido comprar carros movidos a gasolina, já que eles não rendem tanto.
Um tempo atrás, depois de um estudo rigoroso da estratégia de marca da Tesla e depois de debater minhas ideias com as de executivos de todo o mundo, expliquei por que achava que a maioria dos analistas dos setores financeiro, automotivo e de energia estavam errados sobre a empresa. Meu argumento central era de que o futuro da Tesla não estava em sua capacidade de produzir veículos a motor, mas sim nas baterias.
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Desde que escrevi esse artigo, muitos dados surgiram para sustentar esse argumento: por um lado, a marca conseguiu, graças ao seu Modelo 3, tornar-se não apenas a líder no mercado de carros de luxo dos Estados Unidos, mas triplicar suas vendas na Europa. E falamos de um setor que encolheu 8%. A estratégia de fechar showrooms e concentrar as vendas na internet parecia arriscada, mas funcionou bem, obrigada.
Alguns dos maiores críticos da empresa de Elon Musk, como Bob Lutz, que previu sua falência iminente, agora elogiam seus veículos e sua atenção aos detalhes. Se você quiser evidências da importância das baterias na estratégia da empresa, encontrará de A a Z, da Austrália ao Zimbábue. A dedicação da empresa às baterias e a aposta na construção de fábricas gigantescas a levaram a fazer aquisições estratégicas, atrair e concentrar talentos para se tornar uma potência de pesquisa e desenvolvimento.
Os resultados são óbvios. Seus clientes são os mais fiéis do setor automotivo, algo que alguns críticos veem com fanatismo. No entanto, é uma escolha objetiva: seus veículos não são apenas incríveis de dirigir, mas transmitem a sensação de se viver no futuro. Ou, como o próprio Musk disse há algum tempo: a compra de qualquer outro veículo não faz sentido, se pensarmos no futuro. Esqueça os postos de gasolina: com esse combustível, só é possível percorrer 600 km. A indústria do petróleo está prestes a perder o jogo.
A trajetória da empresa depende da sua eficiência na produção, de melhorias diferenciais na tecnologia autônoma, da entrada no maior mercado automobilístico do mundo e de uma orientação de longo prazo — só agora compreendida por alguns analistas. Mais adiante, podemos até encontrar uma das maiores mudanças de direção que uma empresa do seu tamanho já considerou: passar da venda de carros para proprietários particulares à venda de um serviço através de suas próprias frotas de veículos autônomos. Além disso, é claro, baterias e sistemas de geração. É questão de tempo.
Algumas pessoas amam Elon Musk, outras o odeiam. Algumas apostam no colapso da Tesla na bolsa de valores para seu benefício pessoal, lembrando “A Confederacy of Dunces” (“Uma Confederação de Burros”, em tradução livre), livro em que John Kennedy Toole cita as sábias palavras de Jonathan Swift (autor de “As Viagens de Gulliver”): “Quando um verdadeiro gênio aparece no mundo, você pode conhecê-lo por este sinal: todos os idiotas estão contra ele”.
Não é fácil mudar a opinião das pessoas sobre uma empresa com um artigo. Muito pode ser dito sobre a Tesla, mas os resultados falam por si: esta não é uma empresa tradicional. Qual é a missão da Tesla? Simples: mudar o mundo. Antes da Tesla, os carros eram movidos a diesel ou gasolina; depois da Tesla, todos serão elétricos. Simples assim. A missão de Musk não é vender carros ou baterias, mas antecipar o futuro.
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