Resumo:
- Cada vez menos pessoas estão usando preservativos, e isso já se reflete nos índices de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, que aumentam nos EUA e no Reino Unido;
- Preservativos regulares geralmente têm em sua composição ingredientes que irritam os órgãos genitais femininos, como anestésicos, espermicidas e aromas;
- No entanto, há marcas que buscam inovações e alternativas para mudar esse cenário.
Preservativos de luxo? Pode apostar. De ajustes personalizados a embalagens chiquetosas, as marcas de camisinha estão repensando seus produtos e trazendo novas ideias para um mercado que sempre privilegiou as funções essenciais no lugar das experiências individuais.
Durante décadas, houve pouca inovação no design de preservativos. Desde que o látex foi inventado na década de 1920, pouco mudou. Claro, você pode obter uma variedade de sabores diferentes, mas a principal preocupação sempre foi tornar a camisinha mais fina, sem comprometer sua eficácia.
Tanto nos EUA como no Reino Unido, índices de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) estão aumentando. Cada vez menos pessoas estão usando preservativos, principalmente aqueles que tendem a vê-los como um mal necessário, e não como algo para se empolgar.
Agora, designers e fabricantes de preservativos estão tentando resolver essa situação. A nova onda de camisinhas é mais ética, personalizada, focada no prazer e mais atraente do que nunca.
Os fundadores da marca britânica de preservativos Hanx, Sarah Welsh e Farah Kabir, decidiram criar um produto que não fosse apenas esteticamente atraente para o público feminino, mas que realmente tivesse em mente o corpo e o prazer das mulheres.
Preservativos regulares, explica Kabir, geralmente têm ingredientes que irritam os órgãos genitais femininos. Às vezes, anestésicos são adicionados para ajudar a retardar a ejaculação, bem como lubrificantes, espermicidas e aromas.
Tradicionalmente, as mulheres não são incentivadas a fazer suas próprias pesquisas, experimentar e descobrir suas preferências no mundo dos preservativos. Então, elas acabam concordando com o que o parceiro compra. Kabir e Welsh queriam mudar isso.
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“Estamos colocando as necessidades das mulheres em primeiro lugar e, atualmente, não vemos nenhuma marca que ofereça isso no mercado europeu”, diz Kabir. “Falamos com 2.000 mulheres para descobrir o que exatamente elas querem, e o resultado foi: sustentabilidade, funcionalidade, aroma, opções ultrafinas e higiene. Além disso, há uma preferência por embalagens elegantes e neutras. Também somos veganos, o que significa que este mercado está muito interessado na Hanx. ”
A discreta embalagem branca foi descrita como “digna de Instagram” por uma revista feminina. É uma grande mudança do caráter de marcas, da necessidade para algo mais aspiracional. Um pacote de dez preservativos Hanx custa US$ 16. Atualmente, eles atendem apenas o mercado europeu.
A marca Naked descreve seus produtos como “o único preservativo de luxo do mundo” e ostenta um design de látex patenteado, além de uma atenção aguda aos detalhes. Eles afirmam que os invólucros de papel alumínio levaram mais de três anos para serem desenvolvidos e fabricados. Como o Hanx, eles são vendidos em caixas discretas em uma variedade de cores simples e design baseado em logotipo. A empresa também oferece uma variedade de tamanhos e um pacote com seis unidades custa US$ 12,90.
O termo “preservativos de luxo” parece um paradoxo. Os profissionais de saúde e os educadores podem argumentar que o sexo seguro não deve ser um prêmio. Mas Kabir diz que isso não significa que também não há espaço para um produto sofisticado.
“Por que não devemos ter acesso a produtos que trazem uma sensação de luxo?”, diz ela. “Um produto superior que vai além da funcionalidade. Isso está em falta no mercado de preservativos há décadas. Temos direito a produtos completos, que protegem o meio ambiente e nos fazem bem em termos gerais.”
Os fabricantes ainda estão tentando encontrar soluções tecnológicas inovadoras para problemas milenares. Só agora, estão promovendo ativamente o status de alta tecnologia como luxo.
Quando o preservativo Lelo’s Hex (US$ 37 por uma caixa com 36) foi lançado em 2016, foi comercializado em grande parte com base em sua estrutura hexagonal “revolucionária”. (A Lelo ficou nos holofotes por conta de sua alegação confusa de que você pode espetar o preservativo com um alfinete, e ele manterá sua forma. Como ter um buraco no preservativo que você não conhece é um grande risco à saúde sexual, pareceu estranho apresentar isso como um ponto positivo, mas a marca argumentou que isso pretendia apenas demonstrar a força da estrutura e que as quebras durante o sexo geralmente se devem a lacerações e não a perfurações, e nesse caso o preservativo se comportaria como qualquer outro).
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O preservativo Unique’s Pull é comercializado com um vídeo de demonstração de sua aplicação inovadora. Os preservativos, que custam US$ 7,99 (três unidades), apresentam “tiras de puxar”, que permitem aos usuários simplesmente enrolá-los em um só movimento. Eles também são feitos de resina de polietileno em vez de látex, que, segundo a Unique, os tornam três vezes mais fortes e mais finos.
Outra mudança interessante ocorreu nas dimensões das camisinhas. Embora os preservativos de tamanho grande e pequeno estejam disponíveis há muito tempo, os últimos anos viram marcas prestando mais atenção às necessidades individuais no que diz respeito a comprimento, largura e forma. Isso contribui para uma abordagem mais personalizada.
As camisinhas MyONE Perfect Fit foram lançadas em 2017, oferecendo 60 tamanhos diferentes. Uma ferramenta online permite que os usuários insiram suas medidas exatas para obter uma recomendação personalizada. Em seguida, eles enviam pacotes de amostras grátis para que os clientes possam experimentar dois ou três diferentes antes de encomendar o tamanho preferido.
O foco também migrou da tentativa de criar um preservativo quase imperceptível para uma compreensão mais sutil do que é bom, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Os fabricantes perceberam que os inadequados não apenas funcionam mal, são desconfortáveis e podem levar à insegurança.
Claro que o preservativo é antes de tudo uma ferramenta de proteção, mas não podemos esquecer que também é um produto de prazer. E é literalmente excitante ver marcas começando a explorar isso.
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