Convidado pelo general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde interino, para ocupar a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), o empresário Carlos Wizard está trocando sua rotina dos últimos dois anos de ajuda humanitária em Boa Vista, Roraima, onde faz parte do projeto Operação Acolhida, pelas reuniões na capital federal.
Ontem (2), o bilionário – responsável pela criação da rede de escolas de inglês que leva seu sobrenome, vendida em 2013 por R$ 1,7 bilhão para a Pearson – já passou o dia reunido com seus pares na pasta. O convite, feito pelo próprio general Pazuello, é decorrência do convívio na fronteira, onde tocavam juntos o programa de ajuda aos venezuelanos refugiados. “A ideia é ajudar nas medidas de combate à Covid-19”, explica Wizard, cuja oficialização no cargo será publicada ainda esta semana no Diário Oficial.
O empresário – que entregou o comando de seus mais de 20 negócios atuais, que vão de fintechs a redes de alimentação, aos filhos Charles e Lincoln – explica que a secretaria que agora comanda tem o objetivo de pesquisar e encontrar possíveis medicamentos para diversas frentes, mas que, claro, neste momento, a prioridade é o combate ao novo coronavírus. Defensor da cloroquina, Wizard revela que o país tem mantido contatos tanto com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, quanto com a empresa de biotecnologia norte-americana Moderna, para a realização de convênios que possam oferecer aos brasileiros acesso à vacina assim que ela for desenvolvida.
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“Ontem houve um encontro entre o ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, Eduardo Pazuello, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e representantes do ministério da Economia justamente para tratar dessas parcerias. Estimamos que em meados do segundo semestre a população já tenha acesso à vacina”, diz o novo secretário. Agora em junho, serão feitos testes com a versão britânica da vacina em 2.000 profissionais de saúde.
No novo desafio, Wizard pretende usar sua experiência como gestor, adquirida em mais de três décadas no mundo corporativo. “Eu não preciso ser um especialista em futebol para ter uma escola de futebol”, diz. “Meu papel é analisar uma situação, estipular metas e objetivos, definir prazos para seu cumprimento, indicar profissionais e equipes qualificados, promover o acompanhamento e prestar conta das ações e dos resultados. Independentemente do setor de atuação, tudo é uma questão de gestão.”
Apartidário autodeclarado, Wizard garante que a prioridade é proteger a vida dos brasileiros, por meio da busca de um tratamento adequado e da colaboração com os profissionais da linha de frente da área da saúde. “Nossa maior preocupação é a proteção à sociedade. Se, daqui a 90 dias, nós conseguirmos blindar os mais de 2.000 municípios que ainda não vivenciaram a doença, os outros 2.000 que não registraram óbitos até agora e reduzir o número de fatalidades nas capitais, regiões metropolitanas e grandes cidades, minha missão terá sido cumprida”, diz, garantindo não alimentar nenhum tipo de pretensão política futura. “Eu assumi esse desafio como uma extensão do trabalho humanitário que eu vinha fazendo em Roraima”, finaliza o executivo, que aceitou a função desde que ela não fosse remunerada.
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