As bibliotecas mais bonitas do mundo

Novas ou seculares, elas encantam por sua beleza

Cintia Esteves

Nova ou secular? Neoclássica, barroca ou contemporânea? Não importa a idade ou o estilo arquitetônico, as bibliotecas que você verá a seguir têm duas características em comum: são lindas e possuem coleções de livros impressionantes. Algumas enfrentaram incêndios e guerras. Outras sofreram com acervo nômade até conseguirem se estabelecer em um endereço fixo.

Acessibilidade

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Do Rio de Janeiro a Baltimore, passando por Ottawa e emblemáticas cidades europeias, conheça (ou reveja) alguns dos mais admiráveis templos do conhecimento na galeria de fotos:

  • Real Gabinete Português de Leitura

    Local: Rio de Janeiro, Brasil

    O Real Gabinete Português de Leitura nasceu em 1837 a partir da ideia de um grupo de 43 portugueses interessados em ampliar seus conhecimentos na então capital do império. Os amigos adquiriram diversas obras dos séculos 16 e 17, muitas delas raras. Uma edição inicial de “Os Lusíadas”, que pertenceu à Companhia de Jesus de Setúbal, e as Ordenações de D. Manuel, de Jacob Cromberger, editadas em 1521, são exemplos.

    A biblioteca mudou algumas vezes de endereço para abrigar o acervo crescente. Só em torno de 1870 é que os dirigentes compraram o terreno para construir a atual sede, no centro da cidade, cujo projeto leva assinatura do arquiteto português Rafael da Silva e Castro. Na biblioteca foram realizadas as cinco primeiras sessões solenes da Academia Brasileira de Letras, sob a presidência de Machado de Assis. Atualmente a instituição conta
    com 400 mil volumes.

  • George Peabody

    Local: Baltimore, Estados Unidos

    Cenário recente de protestos antirracismo, incidentes violentos e de um surpreendente toque de recolher imposto pela prefeitura, a cidade de Baltimore deixou apagada por alguns dias sua fama cultural. O município que atrai artistas de diversas partes dos Estados Unidos devido aos seus baixos aluguéis também é o endereço de uma das bibliotecas mais bonitas do país. A George Peabody, inaugurada em 1878, possui cinco mezaninos distribuídos ao longo de 19 metros os quais culminam em uma enorme claraboia. Sua beleza é tão impressionante que seus dirigentes especializaram-se em alugar o espaço para casamentos e festas do gênero. Mas a George Peabody não é só um corpinho bonito. O acervo contém mais de 300.000 títulos, sendo a maior parte impressa entre os séculos 18 e 20.

    Os temas são os mais variados: arqueologia, arte, arquitetura, história britânica e norte-americana, literatura inglesa e americana, além de clássicos gregos e uma extensa coleção de mapas.

  • Biblioteca Pública de Estocolmo

    Local: Estocolmo, Suécia

    Erik Gunnar Asplund (1885-1940) é considerado o pai do modernismo sueco, mas o arquiteto só passou a defender esse estilo em sua última década de vida. Boa parte de suas obras, como a Biblioteca Pública de Estocolmo, inaugurada em 1928, na verdade revela características extraídas da arquitetura grega e romana. O desenho do piso da sala principal da biblioteca (foto), por exemplo, é uma imitação do revestimento encontrado no Panteão de Roma.

    A sensação de estar em um templo é reforçada com a entrada de luz natural pelas janelas localizadas acima da parede branca de gesso. O mobiliário, presente desde a inauguração, é feito de couro, linóleo e mogno. O acervo da biblioteca conta 550 mil livros. Somente no salão principal estão disponíveis 40.000 títulos em grego, latim e línguas nórdicas.

  • Biblioteca do Monastério de Strahov

    Local: Praga, República Tcheca

    Por trás desta imponente biblioteca há um número considerável de desastres que abalaram o prédio que a abriga. Fundado em 1143, o monastério de Strahov passou ao longo dos séculos por saques, incêndio, guerras e abandono. A biblioteca é formada por dois espaços principais.

    O mais antigo deles, chamado de hall Teológico (foto), foi projetado no século 17 por Giovanni Domennico Orsi, um arquiteto tcheco de origem italiana. O afresco do teto, de autoria do pintor checo Siard Nosecký, tem inspiração em citações bíblicas. O hall Filosófico foi construído no final do século 18 para abrigar os novos títulos adquiridos pela biblioteca. Assinado pelo arquiteto italiano Jan Ignác Palliardi, o espaço tem pé-direito de 14 metros e um afresco feito pelo pintor vienense Anton Maulbertsch. Intitulada Progresso Intelectual da Humanidade, a pintura relata o desenvolvimento da ciência e da religião. O acervo da biblioteca contém 200 mil volumes, muitos deles impressos entre 1501 e 1800.

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  • Biblioteca Joanina

    Local: Coimbra, Portugal

    Dá para acreditar que morcegos tomam contam dos livros da Biblioteca Joanina?
    A pequena colônia de vampiros é mantida propositadamente no local para caçar insetos propensos a estragar o acervo. Mas fique tranquilo para fazer suas pesquisas durante o dia, pois eles geralmente só são vistos à noite, quando a biblioteca abre as portas para eventos como concertos e conferências.

    Inaugurada em 1728, a biblioteca fica dentro da Universidade de Coimbra e mantém uma coleção de 300.000 livros, sendo algumas centenas de incunábulos, obras impressas no século 15, época da invenção da imprensa. Antes conhecida como Casa da Livraria, a biblioteca recebeu esse nome para homenagear o rei D. João V, patrocinador de sua construção. Durante a visita a esta obra-prima do barroco português, vale dispensar atenção redobrada ao afresco no teto: ele cria uma falsa impressão de profundidade a quem o vê.

  • Biblioteca de Stuttgart

    Local: Stuttgart, Alemanha

    A ideia era fazer um novo centro intelectual e cultural na cidade de Stuttgart. O arquiteto sul-coreano Eun Young Yi foi o escolhido, em uma disputa com 235 profissionais, para assinar o projeto da biblioteca. Um prédio em forma de cubo feito de concreto aparente e tijolos de vidro fosco foi a proposta apresentada por ele. Por dentro, o branco predomina.

    A sala principal é dividida em cinco andares interligados por escadas. Inaugurada em 2011, a biblioteca demorou três anos para ficar pronta e custou € 79 milhões. Além de conhecer um belo exemplar da arquitetura contemporânea, o visitante tem acesso a um acervo composto por 460 mil livros. A coleção é equipada com identificação por radiofrequência (RFID), o que permite rastrear cada item.

  • Biblioteca do Parlamento

    Local: Ottawa, Canadá

    A Biblioteca do Parlamento só ganhou um endereço fixo e definitivo quando a rainha Vitória, chefe de Estado de todo Império Britânico, escolheu Ottawa como capital do Canadá, em 1857. Antes disso, o parlamento e seu acervo passaram por Kingston, Montreal, Toronto e Quebec. O edifício projetado em estilo neogótico por Thomas Fuller e Quiliom Jones foi inaugurado em 1876. A biblioteca passou por três incêndios, sendo o pior deles em 1952.

    Após o acidente, os painéis de pinho branco tiveram de ser desmontados e receberam tratamento à prova de fogo. Chama a atenção a riqueza de detalhes da decoração como as flores esculpidas na madeira e também no guarda-corpo de ferro. No centro da sala há uma estátua de mármore da jovem rainha Vitória feita por Marshall Wood, em 1871.

Real Gabinete Português de Leitura

Local: Rio de Janeiro, Brasil

O Real Gabinete Português de Leitura nasceu em 1837 a partir da ideia de um grupo de 43 portugueses interessados em ampliar seus conhecimentos na então capital do império. Os amigos adquiriram diversas obras dos séculos 16 e 17, muitas delas raras. Uma edição inicial de “Os Lusíadas”, que pertenceu à Companhia de Jesus de Setúbal, e as Ordenações de D. Manuel, de Jacob Cromberger, editadas em 1521, são exemplos.

A biblioteca mudou algumas vezes de endereço para abrigar o acervo crescente. Só em torno de 1870 é que os dirigentes compraram o terreno para construir a atual sede, no centro da cidade, cujo projeto leva assinatura do arquiteto português Rafael da Silva e Castro. Na biblioteca foram realizadas as cinco primeiras sessões solenes da Academia Brasileira de Letras, sob a presidência de Machado de Assis. Atualmente a instituição conta
com 400 mil volumes.

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