Na busca por audiência e lucro, os jornais estão investindo grandes somas de dinheiro em áreas de tecnologia, com o objetivo de testar diferentes modelos de negócio. Os problemas são grandes: consumidores não estão dispostos a pagar por conteúdo de notícias, uso de sistemas de software proprietários, falta de interesse das pessoas de se manterem informadas com profundidade e o descaso com a indústria.
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No entanto, com o surgimento de tecnologias e plataformas de pagamento, algumas mudanças começam a parecer possíveis. Há algumas áreas em que os jornais ainda não estão investindo e, consequentemente, estão deixando de ganhar dinheiro.
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Veja na galeria de fotos quais áreas são essas e o que os jornais deveriam fazer em relação a isto:
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Micropagamento
Potencial de rentabilidade (de 0 a 10): 6-10
Dificuldade de implementação (de 0 a 10): 3
Na medida em que as assinaturas diminuem e, consequentemente, a receita cai, os jornais têm tentado experimentos radicais para cobrar os leitores por matéria, similares aos micropagamentos encontrados em aplicativos grátis para iOS e Android, para cobrir o custo do jornalismo independente. A ideia do “iTunes para as notícias” foi introduzido pelo então colunista do New York Times David Carr há cerca de seis anos. A startup holandesa Blendle já cobra por matéria graças ao seu aplicativo para tablet e anunciou parcerias com veículos grandes como o New York Times, o Washington Post e o Wall Street Journal (alguns também concordaram em investir). O primeiro jornal que testou o modelo de negócio de micropagamento foi o canadense Winnipeg Free Press. “Você acessa a Amazon e compra um por vez. Acessa a iTunes store da Apple e compra um por vez. Este é o método que as pessoas usam para comprar coisas on-line”, diz o publisher Bob Cox. E o sistema de micropagamento está funcionando. Cox acredita que, hoje, há milhares de leitores casuais e que, diariamente, algumas dúzias deles se cadastram.
A oportunidade: com a Blendle prestes a lançar uma versão beta nos Estados Unidos, a hora de agir é agora. Seja singularmente, seja em um grupo, ou de outras maneiras que façam sentido, a indústria de notícias tem de se mover em direção ao micropagamento.
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Podcasts
Potecial de rentabilidade (de 0 a 10): 6-8
Dificuldade de implementação (de 0 a 10): 3
Estes arquivos de áudio curtos que se tornaram famosos com o iPod, da Apple, existem já há mais de uma década e é justo dizer talvez apenas agora estejam sendo reconhecidos, pois podem angariar seguidores e serem lucrativos. “É uma espécie de renascimento. Podcasts estão na moda”, diz Todd Cochrane, CEO da RawVoice, uma empresa de pesquisa de dados de podcast. Para exemplificar, cerca de 1,5 milhão de ouvintes por mês baixam o “99% Invisible”, um programa sobre design produzido com orçamento muito limitado. Outros veículos de mídia, como o portal Monocle, estão usando podcasts e, em vez da maneira antiga de baixar para o computador pelo iTunes e sincronizar com um iPod, os ouvintes podem escutar shows direto da internet ou movê-los para seus smartphones.
A oportunidade: tanto podcasts apenas de áudio quanto os de vídeo têm múltiplas opções de cobrança, desde o óbvio (patrocínio) até o menos óbvio (colocação de produto e inserção dinâmica).
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Aplicativos de nicho
Potencial de rentabilidade (de 0 a 10): 8
Dificuldade de implementação (de 0 a 10): 3
Enquanto a indústria da música tem o Spotify e a indústria da televisão tem o Netflix, a indústria de mídia tem uma série de seus próprios aplicativos que, de várias maneiras, geram renda para as editoras. Títulos estabilizados como o Economist e startups como o Readly, da Suécia, vão mais fundo e quebram as maneiras tradicionais de agrupar artigos e cobrar dos leitores. Faz quase uma década que alguns serviços de notícias – como o do Financial Times – começaram a cobrar por conteúdo on-line. O Economist lançou o app Espresso em novembro de 2014 e começou separando seu conteúdo semanal em atualizações diárias. O app foi baixado por 200.000 pessoas em sua primeira semana.
A oportunidade: aplicativos podem ser caros para criar, lançar e manter. Porém, se a internet nos ensinou alguma coisa, foi que a estratégia de um produto minimamente viável pode fazer maravilhas. Olhando para o sucesso de websites como Alltop, Techmeme e outros agregadores de nicho, a próxima evolução lógica tem que ser a assinatura via pagamento móvel. Podem ser assinaturas como as de apps ao estilo do Tinder e do Candy Crush, em que as compras são feitas dentro do ambiente, ou ferramentas premium como o MyFitnessPal. Mas aposte no pagamento móvel.
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Vídeo de micro conteúdo
Potencial de rentabilidade (de 0 a 10): 6-8
Dificuldade de implementação (de 0 a 10): 1-5
Jornalismo global de alta qualidade requer investimento em todos os níveis e, enquanto alguns serviços de notícias (como Reuters TV e Buzzfeed) podem oferecer vídeos premium e entender as preferências dos espectadores, a maioria do que é divulgado pelas empresas de notícias não é inteligente. Para resolver este problema, uma solução poderia ser focar na plataforma que as divulga, que tem de ser inteligente. Ainda que nenhuma seja perfeita, plataformas e serviços como Facebook e Twitter têm capacidades de escala e direcionamento que vão muito além da média das organizações de mídia, ainda que muitas delas ainda precisem testar este tipo de conteúdo, seja dependendo de compartilhamento orgânico ou de plataformas para inovar.
A oportunidade: vídeos bons levam tempo. Criar um departamento de vídeo é caro. Estas duas considerações são verdadeiras, mas há opções mais fáceis e baratas que estão se mostrando lucrativas. O Wibbitz cria conteúdo poderoso com base em vídeos existentes e o NewNowNext cria novas chamadas para grandes histórias.
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Apple TV
Potencial de rentabilidade (de 0 a 10): 7
Dificuldade de implementação (de 0 a 10): 8-9
Com a experiência de assistir TV cada vez mais digital, a gama de serviços de entretenimento online pode ser difícil de compreender e navegar. A adição de uma loja de aplicativos à Apple TB (e o Chromecast, do Google, oferecendo mais funcionalidade) significa que 2016 pode ser o ano para as empresas de notícias prestarem atenção real na TV digital. A Bloomberg e a Reuters já estão na Apple TV e, além do streaming ao vivo (que é caro e difícil de produzir), ambas têm múltiplas oportunidades de explorar este sistema antes de mais veículos chegarem.
A oportunidade: trabalhar com a Apple é, muitas vezes, descrito como “difícil, mas com ótimas recompensas” – tanto financeiramente quanto em termos de divulgação da marca. Com sistema de pagamento incorporado e com o sistema compreendido (porém ainda não de massa), a Apple TV vai, provavelmente, superar a versão anterior em um prazo de um a dois anos, graças ao aumento da funcionalidade.
Micropagamento
Potencial de rentabilidade (de 0 a 10): 6-10
Dificuldade de implementação (de 0 a 10): 3
Na medida em que as assinaturas diminuem e, consequentemente, a receita cai, os jornais têm tentado experimentos radicais para cobrar os leitores por matéria, similares aos micropagamentos encontrados em aplicativos grátis para iOS e Android, para cobrir o custo do jornalismo independente. A ideia do “iTunes para as notícias” foi introduzido pelo então colunista do New York Times David Carr há cerca de seis anos. A startup holandesa Blendle já cobra por matéria graças ao seu aplicativo para tablet e anunciou parcerias com veículos grandes como o New York Times, o Washington Post e o Wall Street Journal (alguns também concordaram em investir). O primeiro jornal que testou o modelo de negócio de micropagamento foi o canadense Winnipeg Free Press. “Você acessa a Amazon e compra um por vez. Acessa a iTunes store da Apple e compra um por vez. Este é o método que as pessoas usam para comprar coisas on-line”, diz o publisher Bob Cox. E o sistema de micropagamento está funcionando. Cox acredita que, hoje, há milhares de leitores casuais e que, diariamente, algumas dúzias deles se cadastram.
A oportunidade: com a Blendle prestes a lançar uma versão beta nos Estados Unidos, a hora de agir é agora. Seja singularmente, seja em um grupo, ou de outras maneiras que façam sentido, a indústria de notícias tem de se mover em direção ao micropagamento.