O Ibovespa iniciou a sexta-feira (28) operando estável, descolado dos ganhos do pré-mercado americano, com as atenções voltadas para a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos EUA, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed). Além disso, novas declarações do presidente Lula e de autoridades do Banco Central do Brasil também influenciam o mercado.
Às 10h30, o índice apresentava uma leve baixa de 0,05%, aos 124.180,20 pontos. O dólar à vista subia 0,91%, cotado a R$ 5,5452 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto, que nesta sexta passa a ser o mais líquido, subia 0,70%, aos R$ 5,5665.
A taxa de câmbio calculada pelo Banco Central, conhecida como Ptax, serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (alta das cotações) ou vendidas em dólar (baixa das cotações).
Nesta manhã, a disputa pela Ptax ajudava a manter o dólar no campo positivo, mesmo que, no exterior, a moeda norte-americana caísse ante divisas como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Além da formação da Ptax, o mercado estava atento às declarações de Lula, que nos últimos dias têm influenciado diretamente as cotações no Brasil. Em entrevista à rádio FM O Tempo, durante visita a Minas Gerais, Lula disse que os recentes ganhos do dólar contra o real são consequência de especulação com derivativos, acrescentando que o Banco Central tem a obrigação de investigar a situação. Ele também afirmou que o patamar atual da taxa básica Selic, de 10,50% ao ano, é “irreal”, defendendo que a inflação está “controlada”.
Na quinta-feira, durante entrevista coletiva em São Paulo, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que pronunciamentos recentes feitos por Lula têm impactado negativamente os preços de mercado.
No exterior, o principal dado do dia veio dentro do esperado. O Departamento do Comércio dos EUA informou que o índice de inflação PCE ficou estável em maio, após ter subido 0,3% em abril. Nos 12 meses até maio, o indicador subiu 2,6%, ante 2,7% nos 12 meses até abril.
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Os resultados mensal e anual ficaram dentro do projetado por economistas ouvidos pela Reuters. O núcleo do PCE subiu 0,1% no mês passado, também em linha com o esperado.