29 de abril de 2025
Scott Travers
Árvores mais antigas que impérios não são tão raras quanto se imagina. Uma retorcida oliveira em Creta testemunhou gerações por quase 4.000 anos, dando frutos durante guerras, secas e a queda do império de Alexandre, o Grande.
Nas altas Montanhas Brancas da Califórnia, retorcida pelo vento e pelo tempo, está um pinheiro-bristlecone da Grande Bacia, conhecido como Methuselah. Com mais de 4.800 anos, a ancestral detém o recorde de árvore não clonal — ou seja, que cresce como um único organismo — mais antiga do mundo.
A localização de Methuselah foi mantida em segredo até ser revelada no verão de 1953 por um desvio do dendrocronologista Edmund Schulman.
O cientista, que passou anos vasculhando o oeste dos Estados Unidos em busca de árvores antigas, voltava para casa de Idaho quando decidiu investigar rumores sobre pinheiros excepcionalmente velhos em um bosque de alta altitude.
Ali, na borda da zona florestal seca, Schulman encontrou Methuselah. Para determinar a idade da árvore, Edmund usou uma ferramenta conhecida como trado de incremento. O trado é basicamente uma broca estreita que extrai um núcleo delgado de uma árvore viva sem matá-la.
Analisando os anéis concêntricos do núcleo, ele conseguiu contar pelo menos 4.789 anos de crescimento. Essa foi uma longevidade recorde que ampliou os limites conhecidos da vida arbórea.
Durante décadas, a localização exata de Methuselah foi mantida em segredo pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos para protegê-la contra o vandalismo. Esse véu de sigilo durou até 2021, quando uma divulgação de fotos revelou discretamente a identidade do antigo pinheiro.