Nos 300 quilômetros que separam Zermatt de St. Moritz, as janelas panorâmicas do Glacier Express inundam os olhos com cenários inesquecíveis. Ao deixar para trás o imponente Matterhorn, o Vale do Matter, entre Zermatt e Stalden, oferece uma variedade incrível de cenários: picos, prados floridos, o espumante Rio Matter Vispa, os vinhedos de maior altitude da Europa e excelentes pistas de esqui. Perto de Kalpetran, o Glacier segue pela selvagem e romântica Kipfen Gorge, ao longo de uma das seções mais cênicas da rota: a linha férrea e o Rio Vispa correm lado a lado.
Os vales Saas e Matter se encontram em Stalden, a “aldeia das pontes” – construções de épocas diferentes que atestam o passado da vila como importante centro comercial. Pouco antes da entrada da aldeia fica a parte mais íngreme do trajeto, onde os trens sobem em potência máxima. De prender a respiração também é a visão de Kinbrücke, uma ponte de pedra em arcos do século 16. Chegando a Brig, avista-se o palácio do século 17 construído por Kaspar Stockalper, eminente comerciante de seda, banqueiro e político. Suas adegas, galerias, seus salões e o jardim de rosas estão abertos aos visitantes.
A partir de Andermatt, os trens partem para Disentis, Göschenen e Zermatt (o lugar está ganhando destaque graças ao novo resort turístico Andermatt Swiss Alps). Seguindo rumo a St. Moritz: a passagem de Oberalp, com 2.033 metros, é o ponto mais alto da rota do Glacier Express. Conhecido como “Grand Canyon Suíço”, o Rhine Gorge, desfiladeiro do Reno, é um dos espetáculos naturais mais impressionantes da Suíça. Depois dele chega-se a Domleschg, conhecida por seus castelos (o maior deles é o Schloss Ortenstein, erguido em uma saliência de 120 metros de rocha). O viaduto de Solis, construído em 1902, e o viaduto Landwasser, de pedra natural, são outras construções espetaculares – mas não as últimas.
A bordo do trem, os demais sentidos são igualmente agraciados. A Excellence Class, categoria premium que entra em
funcionamento no dia 2 de março, vai elevar ainda mais o padrão de luxo e conforto do tour, oferecendo bar exclusivo, concierge e acompanhamento personalizado – incluindo champanhe, petiscos e menu degustação com sequência de cinco pratos (preparados a bordo), harmonizados com os melhores vinhos regionais. Para viajar nela, é preciso ter um bilhete de primeira classe para o trecho St. Moritz-Zermatt ou Zermatt-St. Moritz e fazer a reserva de assentos para a classe Excellence (as reservas podem ser feitas pelo site glacierexpress.ch).
Tanto na primeira classe (que acomoda 36 passageiros) como na segunda (de 48 lugares) o viajante tem à disposição um guia de áudio em alemão, francês, inglês, italiano, chinês ou japonês com informações sobre o trajeto. Crianças até 6 anos não pagam; de 6 a 16 anos pagam meia. Quem tem Swiss Travel Pass paga apenas as taxas de reserva.
A PRIMEIRA VIAGEM
No início do século 20, viajantes de várias partes do mundo descobriram as maravilhas dos Alpes suíços. As ferrovias, atentas a esse potencial turístico, abriram a primeira ligação ferroviária entre os cantões de Graubünden, a leste, e Valais, a oeste. Nascia o Glacier Express. Sua primeira viagem entre St. Moritz e Zermatt foi feita em 25 de junho de 1930. Enquanto outras rotas operavam com as modernas locomotivas elétricas, o Glacier ainda era movido a vapor – nascia, também, a fama que o acompanha até hoje de “o trem expresso mais lento do mundo”. Nos anos 1940, a empresa aderiu à locomotiva elétrica, reduzindo o tempo de viagem de 11 para 8 horas. Desde 1982, com a abertura de um novo túnel, o passeio também pode ser realizado durante o inverno.
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