A pandemia de Covid-19 provocou uma revolução na maneira como as pessoas compram no mundo inteiro. De uma hora para a outra, em função do isolamento social imposto pela crise sanitária, todo mundo se viu obrigado a aderir ao comércio eletrônico para se abastecer. Por outro lado, as empresas que, até então relutavam em se digitalizar, não tiveram escolha caso quisessem sobreviver.
Uma pesquisa da Neotrust indicou que, no primeiro trimestre de 2021, foram realizadas 78,5 milhões de compras online no Brasil, um aumento de 57,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em faturamento, o incremento foi ainda maior: 72,2%, para R$ 35,3 bilhões.
De acordo com o relatório “The 2021 Bordeless Commerce”, realizado pelo PayPal, líder mundial em pagamentos eletrônicos, para avaliar as principais transformações que ocorreram no período e tendências do futuro do comércio transfronteiriço, uma das mudanças mais notáveis passa pelo fato de os mercados terem, atualmente, muito mais em comum do que antes.
“Uma onda de novos compradores online surgiu em todo o mundo, aumentado a adoção da prática em 28%”, diz Felipe Facchini, head de vendas do PayPal Brasil. “Nos Estados Unidos, por exemplo, a projeção de crescimento para uma década aconteceu em apenas 90 dias. Países com baixa penetração do e-commerce antes da Covid-19 presenciaram uma migração massiva, como é o caso do México”, diz o executivo.
Agora, 15 meses depois do início da pandemia, pesquisas e levantamentos ao redor do mundo mostram que este foi um movimento sem volta, tanto para os consumidores, quanto para os lojistas. O comportamento de compra das pessoas mudou, assim como a dinâmica dos negócios.
“A escassez de alguns produtos e as restrições orçamentárias fizeram com que os consumidores mostrassem uma maior disposição para experimentar novas marcas e novas maneiras de comprar”, esclarece Facchini. Em todos os 13 mercados pesquisados pelo PayPal, a intenção de compra do consumidor online médio é, pelo menos, duas vezes maior do que a intenção de recuar. Na Índia, por exemplo, mais de dois terços dos compradores online ouvidos relataram gastos maiores do que antes da pandemia e 76% deles revelaram planos de aumentar as compras digitais em 2021 e 2022. Na China, esse índice ficou em 68% dos cidadãos entrevistados.
QUANDO A MUDANÇA É SINÔNIMO DE OPORTUNIDADE
E, a exemplo do que aconteceu em março de 2020, grandes mudanças trazem, junto, grandes oportunidades. Uma das constatações mais significativas do levantamento do PayPal é a de que os consumidores relataram um maior nível de conforto nas compras realizadas em outros países – principalmente os da Índia, Brasil e México, nessa ordem.
“Os consumidores online que fizeram aquisições fora de seus países de origem gastaram mais do que os consumidores domésticos”, diz o executivo, explicando que essa foi uma tendência detectada apesar de uma série de movimentos que estimulava a compra de comércios locais como forma de apoio durante a crise econômica.
Por outro lado, agora que entenderam que podem comprar de qualquer lugar do mundo, os consumidores estão se tornando mais exigentes. “Os lojistas interessados em aproveitar essa chance precisam nivelar a experiência de compra com os vendedores locais, mas apresentar diferenciais competitivos em termos de preço e mix de produtos”, explica Facchini.
Outra condição essencial para conquistar esse novo contingente de compradores online é a forma de pagamento. Segundo o relatório da companhia de meios de pagamento, o PayPal foi apontado como o método preferido para compras internacionais na maior parte dos 13 mercados pesquisados. Cerca de 31% dos respondentes alegaram que preferem meios de pagamento seguros para suas compras internacionais, enquanto 29% optam por modalidades que oferecem proteção no momento da operação.
“As pessoas estão mais dispostas a experimentar uma gama maior de opções, movimento liderado pelo que tem sido chamado de ‘Buy Now, Pay Later’ (BNPL) – compre agora, pague depois, em português – e pelas carteiras digitais”, explica Facchini. Segundo ele, as duas modalidades de pagamento estão – ou estarão em breve – disponíveis para usuários do PayPal. O Pay Later BNPL, uma espécie de microcrédito parcelado concedido na hora da compra, oferecerá suporte a compras internacionais em mercados específicos, ou seja, onde vendedores e compradores estejam habilitados. Já as carteiras digitais têm sido amplamente usadas para negócios entre países.
“Estamos vivendo um momento único e, quem entender isso, vai sair na frente em termos de competitividade e de sustentabilidade do seu negócio”, resume Facchini. “Simplificar o processo de pagamento com ferramentas financeiras projetadas para o comércio global é condição essencial par quem pretende se destacar.”
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