O filósofo alemão Arthur Schopenhauer disse uma vez que nós perdemos três quartos de nós mesmos tentando ser como as outras pessoas.
Concordar com tudo é uma tendência ruim, mas que normalmente é recompensada nas grandes organizações. Entretanto, é uma atitude que não apenas tem efeitos adversos no comprometimento do funcionário, mas que também interfere nos objetivos de longo prazo dos empregadores.
Francesca Gino, professora da Harvard Business School, descobriu que os funcionários que quebram as regras são melhores para os negócios. Na última publicação da série HBR (Harvard Business Review), Francesca compartilhou os resultados de um experimento de seis semanas realizado por ela recentemente.
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Na primeira semana, as pessoas que aceitaram fazer parte da pesquisa responderam questões sobre seu nível de participação e desempenho no trabalho. Depois, receberam quatro e-mails, nas quatro semanas seguintes, que solicitavam que elas se dedicassem a ter comportamentos específicos no trabalho.
Na realidade, as mensagens pediam que as pessoas questionassem práticas usuais e expressassem sua individualidade. Especificamente, elas fizeram o seguinte:
– Questionaram o sistema estabelecido e os procedimentos de rotina;
– Honraram sua individualidade ao se vestir e se comunicar de modo autêntico;
– Discordaram ou ofereceram uma perspectiva diferente quando foram tentados a fazer algo que não era correto ou recomendado;
– Focaram em seus talentos únicos e construíram habilidades e interesses.
Na sexta semana, os participantes responderam às perguntas da pesquisa original. Um grupo de controle respondeu aos mesmos questionamentos sem ter recebido nenhuma instrução por email.
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Quando os pontos da primeira pesquisa foram analisados, Francesca descobriu que não há diferença entre a intervenção e os grupos de controle. Quando ela comparou a primeira pesquisa com a segunda, as respostas do grupo de controle não apresentaram mudanças significativas, o que sugere que os níveis de participação e desempenhos auto-relatados permaneceram iguais.
Entretanto, os resultados foram diferentes no grupo que sofreu a intervenção. Veja os avanços após seis semanas:
– 21% das pessoas estavam mais participativas;
– 18% inovaram e assumiram mais controle;
– 14% delas melhoraram seu desempenho;
– 12% mostraram-se mais curiosas.
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Por fim, observou-se que as pessoas demonstraram um desempenho geral melhor graças à disposição de quebrar as regras. “Para se manter participativo, nós precisamos lutar contra a urgência de seguir as expectativas dos outros, do status quo e até da nossa própria perspectiva”, concluiu Francesca.