Responder aos anúncios de vagas de emprego e nunca ser chamado, participar de entrevistas e não receber um retorno, ou ser contratado para uma vaga para se dar conta, logo em seguida, de que não está satisfeito. Essas são situações vivenciadas por um número muito grande de pessoas. Porém, a realidade é que, embora as oportunidades pareçam limitadas, há, ao mesmo tempo, uma carência endêmica de numerosas figuras profissionais.
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Mas e se não fossem levadas em conta apenas as competências técnicas exercitadas durante os anos ou adquiridas na educação formal? E se as competências transversais (ou comportamentais), chamadas em inglês “soft skills”, ganhassem cada vez mais importância? Já imaginou se recrutadores observassem também – e sobretudo – a habilidade de negociação ou o grau de abertura mental de um candidato?
Um estudo realizado recentemente pelo setor de colocação e recolocação da Universidade de Veneza, que envolveu recrutadores de 90 empresas, tanto italianas quanto internacionais, responde a essas perguntas. Entre as conclusões do levantamento, três se destacam. Em primeiro lugar, o fato de que, para 62% dos entrevistados, as soft skill contam “muito”. Entre um estudante brilhante e um que tem notas mais baixas mas consegue trabalhar em equipe e enriquecer a cultura empresarial, parece que os profissionais de recursos humanos preferem o segundo. É uma pena que isso apareça tão pouco nos currículos: 69% dos entrevistados declaram que essas habilidades são expressadas de maneira inadequada ou “confusa”. E, se o CV não é perfeito, você pode sempre corrigir durante as entrevistas: 61% das empresas aconselham destacá-las ao falar sobre experiências passadas ou sobre como foi administrada uma situação concreta. É melhor não se limitar a dizer “sou capaz de resolver problemas” – talvez porque esse fosse um requisito no anúncio -, mas demonstrar como essa competência já foi posta em prática.
Também sobre as soft skills fala um livro publicado recentemente pela editora Franco Angeli, “Soft Skills Che Gerano Valore” (ainda sem versão em português), editado por Marina Pezzoli. O tema foi abordado, ainda, no Fórum Econômico Mundial em um relatório de 2016 com o título “O Futuro do Trabalho”, no qual se analisa o que o mercado vai precisar em 2020. Mas quais são as competências transversais mais pedidas hoje e no futuro próximo?
Veja, na galeria de fotos, quais habilidades exercitar para conseguir um emprego – segundo dados do Fórum Econômico Mundial, da Universidade de Veneza e do livro editado por Marina Pezzoli:
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iStock Capacidade de resolver problemas complexos
Ser realmente capaz de resolver situações difíceis, como atender pedidos de um cliente que você sabe que serão desastrosos, ou saber administrar uma equipe que, a poucos dias da entrega de um grande projeto, mostra-se pouco unida é um recurso apreciado tanto pelas empresas que buscam funcionários quanto por aquelas que querem apostar nos profissionais que já têm.
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iStock Criatividade e abertura mental
Todos escutam frequentemente no trabalho: “Tente pensar fora da caixa, antecipar os problemas, inventar novas exigências”. E, se você já o faz, saiba que a criatividade e a abertura mental são preciosíssimas porque, diferentemente de quem é pontual e metódico, quem sabe reler os dados que possui e tem um modo original e inovador de ver as coisas sempre dará a sua empresa alguma coisa pela qual se distinguir dos outros e para surpreender os próprios clientes. Além disso, os criativos têm frequentemente uma atitude positiva e tendem a introduzir novos recursos nos contextos em que se encontram, o que não é pouco.
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iStock Pensamento crítico
A capacidade de pensar de forma crítica é tão importante quanto a de manter a mente aberta. Colocar em discussão o que foi feito até então e deixar de lado a frase “sempre fizemos assim, portanto está bom” são atitudes que reúnem as capacidades de análise, de saber se concentrar em algo e de argumentar a favor da conclusão a que se chega. Porém, é fundamental evitar colocar-se sobre um pedestal.
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iStock Flexibilidade e capacidade de adaptação
Demonstrar-se flexível e pronto para mudar de equipe, projeto ou escritório e expressar, ao mesmo tempo, boa vontade são soft skills importantes. Certamente, aprende-se com o tempo a se adaptar às mudanças, mas também é verdade que os millennials, por exemplo, são sempre mais relutantes em permanecer em uma empresa por toda a vida – eles preferem ter estímulos contínuos e “crescer”.
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iStock Capacidade de comunicar e inteligência emocional
Saber comunicar aquilo que se faz, seja de maneira escrita ou oral, é uma capacidade que, segundo os dados da Universidade de Veneza, é exigida em particular de recém-formados. Estritamente ligadas a essa capacidade, a empatia e a competência de ouvir têm a ver com a inteligência emocional, tema abordado por Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional”. O autor coloca em evidência como sempre foi valorizado o profissional hábil no relacionamento com os colegas e que sabe, de verdade, compreender. Esses profissionais são dotados do espírito de liderança, ou seja, daquela capacidade de inspirar e guiar as pessoas em nome de um ideal e/ou objetivo comum.
Capacidade de resolver problemas complexos
Ser realmente capaz de resolver situações difíceis, como atender pedidos de um cliente que você sabe que serão desastrosos, ou saber administrar uma equipe que, a poucos dias da entrega de um grande projeto, mostra-se pouco unida é um recurso apreciado tanto pelas empresas que buscam funcionários quanto por aquelas que querem apostar nos profissionais que já têm.
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