Owen havia sido promovido mais uma vez. Mas ele se sentou na beira da cama, com a cabeça entre as mãos, sem entender o porquê. Ele sabia que amava seu trabalho, sabia que trabalhava muito e que era dedicado, mas achava que todos os outros em seu escritório eram assim também. O jovem profissional havia começado na carreira por acidente. Ele concordou em ajudar um amigo em um novo projeto por um curto período. Mas isso faz seis anos, oito promoções e duas mudanças para países diferentes atrás.
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Olhando para o passado, Owen não é capaz de compreender como ele chegou até aqui ou porque merece isso. Ele nem tem diploma, ao contrário dos outros da sua equipe. De alguma forma, ele foi encarando oportunidades cada vez melhores, papéis que ele amava mais do que os anteriores. Todos à sua volta diziam que ele tinha feito um excelente trabalho e lhe atribuíam inúmeros elogios – inclusive que ele era o melhor dos melhores. Mas Owen era incapaz de identificar seus pontos fortes ou os processos pessoais que o levaram a esse nível e isso o assustava. Se ele pudesse progredir tão facilmente sem saber como, certamente sua queda seria tão súbita e imprevisível quanto. Talvez tudo tenha sido apenas uma casualidade, um caso daqueles que o que importa não é o que o profissional sabe, mas quem ele conhece. E Owen certamente conhecia as pessoas certas.
Você não perceberia que Owen sofre de falta de confiança ao conversar com ele, mas internamente a batalha se desenrolava. E ela estava fazendo dele uma pessoa irritada, ansiosa e quase sempre desagradável de estar ao lado fora do ambiente de trabalho. A situação estava certamente afetando seus relacionamentos, especialmente com sua nova esposa, a quem ele havia convencido há apenas 12 meses a voar para o outro lado do mundo para permitir que continuasse sua carreira.
Owen estava começando a tomar decisões precipitadas, como se matricular em um curso de graduação muito caro que ele achava realmente chato – um movimento para tentar justificar sua posição e promoções. Não ficou muito claro para quem ele estava tentando se justificar. E isso causou ainda mais ansiedade, já que ele não era capaz de viver com confiança as decisões que estava tomando. Isso fez com que se sentisse sobrecarregado e sob tanta pressão, que ele se tornou incapaz de interpretar com clareza os cenários.
O profissional do qual estamos falando se tornou meu cliente de coaching com a intenção de ter uma terceira pessoa para analisar ideias passadas, obter uma perspectiva externa e construir sua confiança em torno da tomada de decisões. Fiz uma análise com Owen para determinar o que realmente o estava atormentando – foi uma conversa poderosa, cheia de perguntas de fortalecimento, e logo ficou evidente que ele tinha um caso bastante grave de síndrome do impostor.
Não é incomum que profissionais de todos os níveis sofram desse mesmo mal, particularmente quando colegas estão postando cenários e fotos cada vez mais coloridos nas mídias sociais, impulsionando comportamentos competitivos e casos graves de “comparação e desespero”. Isso causa dúvidas e ansiedade em quem está acompanhando aquele conteúdo. Mesmo em carreiras extremamente bem-sucedidas, as pessoas muitas vezes sentem a pressão de trabalhar ainda mais e mais, colocando exigências adicionais sobre si mesmas, acreditando que isso vai provar que elas valem a pena – embora, em muitos casos, não esteja claro para quem elas estão tentando provar seu valor.
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Owen tentou esconder suas inseguranças dos seus chefes e da sua família, mas ela estava começando a aparecer em outras áreas, e ele estava claramente se dirigindo para o esgotamento e exaustão.
Sentir-se como uma fraude pode retê-lo em muitas áreas da vida, o que acaba sendo debilitante. De acordo com um estudo, 70% das pessoas sofreram de síndrome do impostor em algum momento de suas vidas. Quando vejo essa estatística, fico mais consciente de que essa é uma grande preocupação para a nossa força de trabalho nos dias de hoje.
Se você se identificar com algum desses sinais ou sintomas, siga as etapas a seguir para superar a síndrome do impostor:
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iStock 1. Peça ajuda
Você não precisa resolver todos os problemas sozinho. A resolução de situações com os outros integrantes da equipe pode promover ainda mais criatividade e incentivar melhores relacionamentos de trabalho.
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iStock 2. Distribua tarefas
Você não precisa ser um super-herói e fazer tudo sozinho. Os profissionais da sua equipe, muito capacitada, estão lá para contribuir e mostrar suas próprias habilidades. Não delegar mostra que você os subestima e, assim, prejudica a confiança deles.
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iStock 3. Seja mentor de times juniores
Quando você tiver sucesso em uma função ou tiver uma vantagem, como uma promoção, outras pessoas vão procurar orientação e um exemplo positivo que elas possam seguir com facilidade. Compartilhar seus conhecimentos e experiências traz benefícios duplos, pois ajudará os outros a se desenvolverem e ajudará você a afirmar suas habilidades para si mesmo, fornecendo evidências de suas realizações e, consequentemente, levando a um aumento na confiança.
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iStock 4. Peça por evidências
Agende reuniões individuais regulares com seu gerente para entender o que você está fazendo bem e as áreas nas quais pode melhorar. Seu gerente pode então lhe dar exemplos concretos de suas conquistas, o que ajuda você a superar a síndrome do impostor.
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iStock 5. Escreva os pensamentos à medida que eles aparecem
Identifique os pensamentos e decida se é a síndrome do impostor falando ou não.
1. Peça ajuda
Você não precisa resolver todos os problemas sozinho. A resolução de situações com os outros integrantes da equipe pode promover ainda mais criatividade e incentivar melhores relacionamentos de trabalho.