O que você faria se fosse nomeado o CEO da sua empresa em um piscar de olhos? A resposta de um candidato a essa questão pode fornecer muitos insights sobre o que ele pensa a respeito da empresa, o cenário competitivo e o trabalho de um líder.
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Também ajuda a testar a verdadeira disponibilidade dos candidatos para o principal cargo da empresa.
O pensamento por trás da resposta pode ser tão ou mais importante do que a própria resposta. Falar que faria muitas coisas ou apontar algumas iniciativas estratégicas, por exemplo, não demonstra necessariamente a prontidão do candidato em se tornar um CEO, e pode criar uma impressão de que ele está ansioso ou é arrogante. Já uma pausa longa demais, seguida de uma reflexão extensa, pode ser encarada como um sinal de despreparo.
Nos setores industriais e diversificados de manufatura, as empresas são, muitas vezes, lideradas por executivos que são engenheiros de formação e, por meio de treinamento, desenvolveram as habilidades necessárias para completar a natureza pragmática de seus negócios. O conhecimento técnico necessário para executar a estratégia de produtos para, digamos, um fornecedor aeroespacial e de defesa, é muito diferente do conjunto de habilidades necessárias para desenvolver produtos em uma empresa de roupas de varejo.
Dito isso, o supply chain é o supply chain, finanças são finanças e operações são operações, certo? Errado. O fator variável em todas essas comparações são as pessoas. Não há nenhuma quantidade de aprendizado de máquina suficiente capaz de ensinar um CEO a motivar seus funcionários, a negociar o melhor acordo com seus clientes, a defender e catalisar a mudança de cultura ou a construir um ambiente que promova a diversidade e a inclusão.
A diretoria de uma empresa costuma deliberar sobre a experiência dos candidatos antes de escolher o próximo CEO. A vivência é o que os leva ao cargo, no entanto, o ajuste à visão do conselho do contexto para o papel é o que leva à seleção. Além disso, o alinhamento e a adequação com o conselho são fundamentais para o sucesso como CEO, garantindo que uma forte cultura seja construída. Isso se manifesta, especialmente, em situações sustentadas por operações de private equity, que geralmente começam e terminam com metas exigentes.
Embora haja muitas capacidades que devem ser exigidas de um CEO, veja, a seguir, 5 características que influenciam o sucesso de um cargo tão alto:
Presença executiva
Isso não significa apenas olhar para a aparência. Todos nós conhecemos alguns ternos caros habitados por personalidades vazias. A presença executiva é a forma como a pessoa se comunica na empresa, sempre com respeito. Alguém que pode articular tópicos complexos de uma maneira simples. Alguém que não está apenas esperando sua vez de falar, mas que escuta e responde depois de pensar sobre a questão de forma lógica. Um líder que pode entrar nos detalhes com rigor analítico e demonstrar sua paixão pelo negócio e sua vontade de investir tempo para entender a situação, a estratégia, a execução e, claro, o resultado.
Capacidade de entender o seu público
Muitas vezes, os executivos simplesmente não sabem o que o seu público precisa ouvir ou como articular uma mensagem que possa ajudar a impulsionar os resultados. Se o moral dos funcionários for baixo e o líder adotar uma abordagem mais de cima para baixo, por exemplo, é provável que não obtenha o resultado desejado. Da mesma forma, se os funcionários deram tudo de si, eles podem esperar por reconhecimento. Os melhores CEOs são capazes de “ler” seus funcionários e clientes, compreender que a constante mudança é normal, e obter resultados e respostas com mais rapidez. E, para fazer isso, é necessário manter o ego sob controle, compartilhar o crédito e se enxergar como parte da equipe. Essa é uma habilidade especialmente crítica em ambientes nos quais cada pessoa tem uma agenda diferente.
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Senso de humor
Todos nós conhecemos pessoas que se levam muito a sério. Como CEO, o funcionário pode estar no caminho mais rápido para um ataque cardíaco ao não lançar mão dessa característica. Ser capaz de rir de si mesmo, aprender com os erros e encontrar um terreno seguro para compartilhar gargalhadas pode gerar um grande impacto na maneira como a pessoa é percebida pelos funcionários e ter uma enorme influência na cultura da empresa. O clichê “ninguém se importa com o quanto você sabe até que eles saibam o quanto você se importa” serve muito para estes casos.
Domínio do tempo
Uma das melhores e mais esclarecedoras conversas sobre este tópico se deu entre Bill Gates e Warren Buffett, quando ambos discutiam a importância dos CEOs terem controle sobre seus próprios horários e como usam seu tempo. Neste diálogo, os bilionários chegaram à conclusão que os CEOs são mais eficazes quando reservam um tempinho para pensar e refletir todos os dias. No mundo empresarial, tempo é a única coisa que o dinheiro não pode comprar.
Consistência e transparência
Para ser um líder eficiente e garantir o alinhamento com a visão e a estratégia, nada é mais importante do que transmitir uma mensagem consistente sobre a visão e os objetivos da empresa e ser transparente quanto ao seu progresso e desafios. CEOs que fomentam uma cultura onde a má notícia é punida e, em última análise, suprimida, provavelmente não serão bem-sucedidos no longo prazo. A transparência pode ajudar a motivar os funcionários, além de proporcionar um senso de propósito vinculado aos objetivos da empresa, assim como seu papel para alcançá-los.