Acredito que todos nós já tenhamos visto um pai gritando com seu filho em um ambiente público. “Por que você não se comporta como seu irmão?”. Na escola, o professor já prestes a se aposentar, sorri para Carol e diz a todos que está orgulhoso da menina que tirou a maior nota da turma. Ele diz às crianças para serem como Carol. Durante as aulas de ginástica do ensino médio, Tony consegue fazer 20 flexões com facilidade, além de saltar mais rápido que os demais alunos. E mais uma vez, o professor adverte: “O resto de vocês poderia tentar fazer igual a ele.”
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Isso quer dizer que, desde muito jovens, somos pressionados a nos comparar com as outras pessoas. Nosso sucesso e autoestima aumentam e diminuem em relação aos demais. Não somos ensinados a nos compararmos hoje com quem éramos ontem. A nossa referência nunca passa por nós mesmos, mas sempre por um outro alguém. Isso causa baixa autoestima, inveja e decepção. Não importa o que você já tenha alcançado, sempre haverá alguém que parece ser mais bem-sucedido, mais rico e mais feliz.
A sociedade parece ser organizada de maneira a fazer com que nos sintamos mal sobre nós mesmos. Anúncios na televisão e na internet nos bombardeiam com comerciais reforçando nossas inseguranças – e como, ao comprar seus produtos e serviços, você finalmente se tornará alguém melhor. O Facebook e o Instagram mostram vidas fantasiosas, mansões, carros de luxo, viagens, relacionamentos perfeitos.
Algumas vezes, podemos olhar para nossos amigos de faculdade e invejar o lugar aonde chegaram. Ao mesmo tempo em que você se sente feliz por aquilo que ele conseguiu, pode sentir também uma pontada de ciúmes. Todos os dias você ouve ou lê sobre alguém que ficou rico e famoso. As constantes questões de como eles chegaram lá mostram um lado apelativo, reafirmando seu cansaço. Subir de cargo no trabalho pode ter sido maravilhoso até você ter ouvido falar de um amigo de infância que agora é o CEO de uma empresa de tecnologia que acabou de listar ações em bolsa. E isso pode deixá-lo cabisbaixo pelo resto da semana.
Esse processo não acaba nunca. Há sempre alguém que parece ter mais dinheiro, um emprego melhor e está vivendo a vida que você acha que deveria ter. Isso te corrói, e você não pode evitar se sentir mal consigo mesmo.
E não duvide: esse tipo de coisa acontece com todo mundo, mas muitos não admitem. Mas é preciso parar de se comparar com outras pessoas, caso contrário, você nunca será completamente feliz. A única pessoa com quem você deve se comparar é a pessoa que você foi ontem.
Na semana passada, foi divulgado que um grande número de empresários, advogados, gerentes de fundos hedge e atores pagaram montantes de dinheiro – em outras palavras, compraram vagas – para garantir a entrada de seus filhos no topo da universidades de mais prestígio nos Estados Unidos. Isso significa que os pais de classe mais baixa não podem fazer nada para garantir que seus filhos entrem em uma universidade de primeira. Mas, ao que parece, os filhos estão menos preocupados com isso do que os pais. Eles se arriscaram a fazer subornos e mentir, podendo até mesmo ser presos, apenas para que pudessem dizer que a faculdade de seus filhos era a melhor quando comparada às demais.
Veja, na galeria abaixo, duas formas para parar de se comparar com os outros e começar a se concentrar em si mesmo:
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Getty Images 1. Detecte o momento exato em que você começa a se comparar com os outros
Quando você começar a olhar para os outros, preste atenção às circunstâncias. Existe um certo padrão? Pode ser que você conheça alguém que se gaba, constantemente, de suas realizações: o trabalho, o status, o salário e até mesmo as promoções. Será que você está seguindo pessoas, tanto no Facebook quanto no Instagram, que fazem questão de mostrar suas vidas incríveis?
Quando você notar essa situação, é preciso acabar com ela. Não há motivo para se sujeitar às falas de alguém que está se gabando. Pare de seguir as pessoas que querem se sentir especiais fazendo você se sentir mal.
Evite isso. Comece a fazer outras coisas, escute podcasts de auto-ajuda, leia livros, blogs e artigos que ajudarão você a aprender, a se tornar mais esperto e a se sentir melhor consigo mesmo.
Tenha em mente que as vidas que você vê na internet – e muitas das vezes deseja – não são necessariamente verdadeiras. Elas mostram um retrato de como aquelas pessoas querem ser vistas. Não é possível saber o que acontece nos bastidores. Elas podem até ser ricas e famosas, mas levam vidas tristes e angustiadas.
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Getty Images 2. Comparações devem ter fins motivacionais
Em vez de se sentir ressentido com o sucesso de outra pessoa, use isso como motivação. Se houver alguém em seu escritório muito bem-sucedido, convide essa pessoa para tomar um café. Descubra como ela progrediu na carreira e pergunte se pode oferecer alguma orientação profissional.
Também é possível procurar pessoas de sucesso e aprender com elas de outras maneiras. Se esse for o seu objetivo, leia sobre como os principais empreendedores começaram, o que eles fizeram para construir suas empresas. Siga suas contas no Twitter, leia artigos sobre eles, assista algum discurso ou palestra que fizeram. Encare o sucesso deles como um roteiro que você pode seguir.
É preciso olhar para o pacote completo. Se você tem cinco anos de experiência corporativa, não é possível comparar-se ao vice-presidente, que está muito mais adiantado no que diz respeito à carreira. Ele pode ter tido a sorte de ter nascido de pais mais abastados, com mais condições para lhe oferecer outras experiências. Ou pode ter entrado no Google ou Facebook no momento certo de comprar Bitcoin apenas como uma brincadeira uma década atrás. Isso não significa que você não pode criar sua própria sorte. Eu percebi que, quanto mais as pessoas trabalham, mais sortudas elas parecem ficar. Você pode acabar superando aqueles que encontraram um rápido sucesso inicial.
Use os êxitos de outras pessoas como um estímulo para agir. Fique feliz por eles, pois isso o libertará de sentimentos ruins. Acredite que, se eles progrediram, você também consegue. Conheci muitos CEOs e executivos que se revelaram pessoas comuns, mas que tinham a capacidade de confiar em si mesmos, sem deixar que determinados fatores os desanimassem e seguindo sempre em frente, sem desperdiçar o tempo com coisas que não importavam.
Seja grato por tudo aquilo que você já conquistou. Enxergue as coisas boas que já aconteceram com você. É muito fácil esquecer todas as coisas maravilhosas que você tem em sua vida. Se você tem saúde, família, amigos, um bom emprego e um teto para morar, então você já é mais feliz do que grande parte do mundo. Analise todo o sucesso que você já conseguiu e todas as coisas ruins que você já conseguiu evitar. Use isso como base para se erguer. Não se preocupe com o quanto de dinheiro uma outra pessoa tem – seja sempre a melhor versão de si mesmo.
1. Detecte o momento exato em que você começa a se comparar com os outros
Quando você começar a olhar para os outros, preste atenção às circunstâncias. Existe um certo padrão? Pode ser que você conheça alguém que se gaba, constantemente, de suas realizações: o trabalho, o status, o salário e até mesmo as promoções. Será que você está seguindo pessoas, tanto no Facebook quanto no Instagram, que fazem questão de mostrar suas vidas incríveis?
Quando você notar essa situação, é preciso acabar com ela. Não há motivo para se sujeitar às falas de alguém que está se gabando. Pare de seguir as pessoas que querem se sentir especiais fazendo você se sentir mal.
Evite isso. Comece a fazer outras coisas, escute podcasts de auto-ajuda, leia livros, blogs e artigos que ajudarão você a aprender, a se tornar mais esperto e a se sentir melhor consigo mesmo.
Tenha em mente que as vidas que você vê na internet – e muitas das vezes deseja – não são necessariamente verdadeiras. Elas mostram um retrato de como aquelas pessoas querem ser vistas. Não é possível saber o que acontece nos bastidores. Elas podem até ser ricas e famosas, mas levam vidas tristes e angustiadas.
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