O mindset exponencial é um conceito de gestão que propõe foco em inovação por meio de abertura à experimentação e aos testes rápidos. É uma forma de pensar mais dinâmica e que a usada no mindset incremental, o jeito mais tradicional de administrar um negócio.
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Eduardo Ibrahim, especialista em economia exponencial, consultor econômico e professor expert da SingularityU e a neurocientista Carla Tieppo explicam como o pensamento exponencial funciona e como aplicá-lo ao seu negócio.
Concepção: Na primeira fase do negócio, a concepção, o foco é abraçar todos os problemas do empreendimento e em vez de pensar em solucioná-los pontualmente, como no modelo analógico, é necessário pensar em como mudar a partir deles e levar inovação para o mercado. Criar as soluções para os problemas identificados.
Crescimento inicial: Aqui são projetadas as metas. Em um planejamento incremental, como também é chamado o pensamento analógico, as metas são colocadas a longo prazo e com resultados modestos. No modelo exponencial, a meta é conseguir os resultados na metade do tempo que levaria para um negócio incremental. Sempre que as metas são atingidas, busca-se dobrá-las. E assim por diante.
Escala: Na escala, etapa em que os resultados são analisados, a ideia é não parar com o objetivo alcançado, mas buscar mais uma curva acelerada de crescimento. Se possível, ainda mais ousada que a anterior.
Tecnologia a favor do faturamento: O crescimento da capacidade digital permite que ferramentas que antes só eram conseguidas por empresas de alto capital sejam democratizadas. Isso otimiza o planejamento financeiro e permite que novos negócios cresçam de acordo com a capacidade de aquisição de usuários e do faturamento, já que não é necessário fazer altos investimentos. “Temos Amazon e Google, por exemplo, em que oferecem algoritmos de Inteligência Artificial, algo que antigamente era restrito a quem tinha muito capital”, diz Ibrahim. Utilize essas ferramentas a seu favor.
Valores a adotar: Para o especialista, há três pontos fundamentais para estar sempre atento ao aderir à cultura exponencial. O primeiro é o propósito: a empresa deve estar fundamentada em um propósito genuíno, já que os usuários estão atentos aos valores e ao comportamento dos executivos e escolhas de negócios. O segundo ponto é utilizar os dados sobre o usuário para aprimorar os serviços e processos cada vez mais adequados a quem consome. Por fim, a adaptabilidade. É necessário estar aberto à experimentação, descobrir erros com rapidez e buscar soluções rápidas.
Desafios do futuro: “Com o desafio de entender como equipes, empresas, organizações e negócios vão se estruturar daqui para frente, é necessário ter competências de liderança que podem ajudar a navegar nesse novo universo, como resiliência, noção de vulnerabilidade e uma perspectiva nova sobre tomada de decisão. Em um ambiente com mudanças tão rápidas como a gente está vivendo, é natural que as pessoas tenham ansiedade, então promover segurança psicológica e gerenciamento emocional faz parte do processo de liderar equipes no futuro. Também é preciso atualizar o conceito de emoção, que as pessoas sempre viram como vulnerabilidade, mas pode efetivamente te ajudar a desenvolver um negócio, uma equipe e até mesmo você”, diz Tieppo.
Dinâmica: “Quando a gente fala sobre pensamento exponencial, estamos falando de uma forma de olhar para as coisas que sai de uma relação de causa e consequência linear e começa a compreender a dinâmica da complexidade. A partir disso, você pode alavancar a forma como você entende o mundo somando conhecimento. E o cérebro é um instrumento de exponencialização, em que você pode complexificar a sua forma de compreender as coisas a ponto de pensar nelas de forma mais abrangente e potente. Isso é importante em um tempo em que os especialistas vão dando lugar aos generalistas, que conseguem ter ideias muito complementares sobre diferentes elementos e conseguem se exponencializar por causa disso”, diz Tieppo.