Sim, o mês de outubro foi intenso pelas eleições. Não podemos negar isso. Afinal, foram duas propostas bem diferentes, em alguns aspectos antagônicas que agradam e desagradam muito e mobilizam mais de uma centena de milhões de eleitores. Foi a primeira vez que a disputa aconteceu entre um presidente e um ex-presidente, ambos bastante populares. Para completar, vivemos um tempo de digitalização e uso de diversas plataformas de comunicação como nunca se viu neste país. Praticamente, o país parou para essa definição.
Escrevo sobre isso uns quatro dias antes de saber o resultado das eleições. Portanto, o que vou dizer não conta com o spoiler dos dias que sucederam o pleito. Sei que o lado que perder será bastante impactado, e não tenho ideia de sua reação (espero que aceitando o resultado). Então, permita-me fazer algumas reflexões:
1. Você paga o aluguel no mês de outubro ou terá um desconto especial de eleições?
2. Paga gasolina?
3. Restaurantes?
4. Escola dos filhos?
5. Em sua empresa, suas metas são menores por conta das eleições?
6. Seus sonhos continuam os mesmos?
A vida seguirá seu caminho independentemente do resultado das eleições. Mesmo que você faça parte do lado que perdeu a disputa eleitoral, o mundo não vai acabar. Por experiência, logo após o anúncio do resultado, a frustração passa. Percebemos que as seis perguntas acima se impõem como prioridade.
Leia mais em: Uma cultura de performance
Comecei a empreender em 1995. O presidente era Fernando Henrique Cardoso. Cresci no governo dele. Depois, ele foi reeleito – e eu também cresci em seu segundo mandato. Na sequência, o Lula entrou. Cresci em seu governo, assim como cresci no segundo mandato. Dilma entrou e, adivinha? Cresci, e cresci até o impeachment. Daí, veio o Temer. Cresci na recessão temperada com instabilidade política. Bolsonaro entrou e minha empresa cresceu até o momento.
Quem será o próximo presidente? Não sei, e estou seguro que continuarei crescendo. Em todas essas eleições, o discurso era o mesmo: “essas serão as eleições mais importantes da história do Brasil” e “se fulano ganhar será o fim do mundo”. Sempre será assim. Isso é inerente à política.
Aliás, uma semana antes das eleições, concluímos na Wiser Educação uma operação em que ampliamos nossa participação na Escola Conquer e aportamos mais R$ 70 milhões nessa operação. Mas por que não aguardamos oito dias para saber os resultados das eleições? Porque tanto faz. Depois de quase 28 anos empreendendo, já sabemos que a vida continua, que gostando mais ou menos de um presidente, seja ele qual for, seguiremos trabalhando para crescer.
Precisamos estar prontos para os novos desafios que estão por vir. Então, aproveito este artigo para lhe encorajar a lutar, a trabalhar, a empreender com mais força nos próximos anos. Sim, um político tem alguma influência em nossas vidas, mas o nosso futuro e o sucesso de nossos projetos somos somente nós que construímos. Nada disso eles farão por nós.
É sempre uma honra estarmos juntos por aqui.
Flávio Augusto da Silva é empreendedor e escritor. Dentre suas iniciativas, é CEO e fundador da WiseUp, líder no ensino de inglês para adultos, proprietário do Orlando City Soccer Club, time de futebol profissional dos EUA, e fundador e Presidente do conselho de administração da Wiser Educação.
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Artigo publicado na edição 102 da revista Forbes, de outubro de 2022.