Analistas de Wall Street parecem estar divididos sobre qual herdeiro assumirá o império de mídia do magnata fictício Logan Roy no capítulo final da série, que será exibido no próximo domingo (28). A Waystar Royco, fundada por Logan, é um conglomerado em expansão que traça paralelos com a dinastia que comanda a Fox News, de Rupert Murdoch.
Veja também:
Uma pesquisa da Forbes revelou que a série popular da HBO, no entanto, não faz sucesso entre o grupo de reais bilionários. (Contém spoilers!)
A melhor opção para liderar o conglomerado Waystar Royco não é um dos filhos do fundador, mas sim a líder de longa data Gerri Kellman, disse Doug Creutz, analista de mídia da Cowen, que trabalha com empresas como Fox e Disney. “Kellman é uma veterana durona que entende o negócio e tem pelo menos um pouco de alma” em comparação com outros personagens da série.
Leia também:
- Ator de Logan Roy, de “Succession”, fala sobre quem deve assumir seu império
- Atriz que faz Shiv em “Succession” diz que personagem ‘precisa de um abraço’
- Com “Succession” perto do fim, Kieran Culkin conta o que manteve os Roys unidos
Ele não está sozinho em deixar os Roys de lado. O presidente da Peerage Capital, Miles Nadal, acha necessário que o sucessor da Waystar seja alguém além dos Roys, “livre de toda aquela bagagem familiar tóxica”. Ele acrescenta que cada um dos filhos “demonstrou amplamente suas respectivas fraquezas e sua incapacidade de liderar”.
David Bahnsen, fundador da empresa de consultoria patrimonial Bahnsen Group, também pensa assim. “Ninguém naquela família que não seja Logan deveria estar dirigindo a empresa”, diz. Se ele tivesse que escolher, diz que as “cicatrizes” e “confiança” de Kendall o tornam a melhor escolha para suceder seu pai.
Mas o analista da Wedbush, Dan Ives, afirma que o melhor sucessor, para ele, seria a única filha de Logan, Siobhan (muitas vezes chamada de Shiv), que foi negligenciada pelo pai no início, mas demonstrou “qualidades de liderança e coragem”, enquanto o filho do meio e sucessor escolhido a dedo, Kendall, “não tem o que é preciso para levar o império da mídia para o próximo nível.”
Os site de apostas reforçam a opinião de Wedbush. Nas probabilidades fictícias compartilhadas com a Forbes pelo site DraftKings Sportsbook, Shiv é a pessoa com maior probabilidade de assumir a Waystar Royco, com chances de 5:2, seguida por seus irmãos Kendall (3:1), Roman (8:1) e Connor (14:1). E atrás, muito atrás, o ex-marido de Shiv, Tom Wambsgams (20:1), a ex-sogra Marcia (30:1) e o primo Greg Hirsch (50:1).
A DraftKings ainda considera a venda da Waystar o resultado mais provável da série, com chances de 2:1, o que implica uma probabilidade de 33% de ocorrer.
Após o sexto episódio desta temporada, Roman aparece como o sucessor mais provável, com chances de 5:2, seguido por Kendall e Shiv, mas o comportamento errático do caçula no funeral de seu pai o “desqualificou” do papel aos olhos dos acionistas, como diz Creutz, explicando que o filho mais novo de Roy é o “tipo de criança” que é “destrutiva” quando tem poder.
A Forbes também perguntou a dezenas de bilionários quem deveria suceder o patriarca Roy, mas a maioria parecia desinteressada, dizendo que não assiste ao programa.
- Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks da NBA, disse à Forbes ele “tentou ver o programa”, mas não assistiu além do terceiro episódio da quarta e última temporada – justamente o episódio em que Logan Roy morre. “Cada vez que penso que deveria assistir mais percebo que deveria tentar passar mais tempo com meus filhos adolescentes”, diz.
- O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, diz nunca assistiu a “Sucession”, de acordo com o porta-voz do banco, Joseph Evangelisti. No entanto, ele declarou acreditar que Greg Hirsch deveria se tornar o chefe da Waystar.
Um representante do fundador da CNN, Ted Turner, o exemplo mais próximo da vida real da rival de esquerda de Roy, Nan Pierce, disse que o bilionário não está familiarizado com “Sucession”, assim como o magnata de mídia David Geffen, o CEO da Epic Games, Tim Sweeney, e o gestor financeiro Ken Fisher, que contou à Forbes que “não assiste TV”.
As ações da Waystar podem ter caído 20% no primeiro pregão após a morte de Logan, mas Bahnsen oferece um pequeno conselho para investidores da vida real que colocam dinheiro em empresas cuja avaliação é amplamente derivada de uma influência descomunal de seu principal executivo.
“Um CEO nunca, jamais, seria um fator primordial na propriedade de uma empresa, portanto, nunca seria um fator na venda quando um CEO morresse”, disse Bahnsen, aludindo à morte em 2011 do cofundador da Apple e CEO de longa data Steve Jobs (as ações da Apple subiram mais de 1.000% desde a morte de Jobs).
“Sucession”, que foi ao ar pela primeira vez em 2018 e ganhou o Emmy de melhor série dramática em sua segunda e terceira temporadas, oferece uma visão muitas vezes satírica da extrema riqueza da família Roy e dos relacionamentos falhos entre os parentes ricos. Um vasto conglomerado, incluindo uma rede conservadora de notícias a cabo, parques temáticos, imóveis e jornais, a Waystar se compara favoravelmente ao império supervisionado pelos Murdoch.
O dono da Fox News, que tem 92 anos, e do “Wall Street Journal”, não respondeu à Forbes, mas Murdoch disse ao site “Semafor” no início deste ano ele nunca viu “Sucession”. No entanto, Murdoch supostamente exigiu que sua quarta esposa concordasse em não fornecer ideias de histórias aos roteiristas do programa como parte de seu acordo de divórcio em 2022.
A Forbes estima que o reinado de Logan Roy valia cerca de US $ 18 bilhões em outubro de 2021, antes da terceira temporada do programa. Roy seria, assim, a 89ª pessoa mais rica do mundo, superando o patrimônio líquido de Murdoch. A maior parte da riqueza de Roy se devia à sua participação de 36% na Waystar, então avaliada em US$ 16,4 bilhões. Mas essa participação pode valer muito mais se a venda negociada por Roy para a empresa de tecnologia sueca GoJo, liderada pelo excêntrico bilionário Lukas Matsson, passar pelos reguladores dos EUA (contra a vontade de Kendall e Roman). O acordo proposto avaliou a Waystar em US$ 192 por ação, um prêmio de quase 40% em relação ao preço de US$ 140 das ações da Waystar há dois anos.
Galeria de fotos:
Se você quer ter um gostinho de como é a vida em “Succession”, veja a seguir 10 locações da série que podem ser visitadas
-
HBO Peter McManus Café e Maru Karaoke Lounge, em Nova York
No segundo episódio da nova temporada, depois do fiasco de seu ensaio de casamento, Connor quer afogar as mágoas com apenas duas coisas: um bar “de verdade, com pessoas trabalhadoras” e um karaokê.
A primeira parada rende um dos momentos mais cômicos até agora na série, com os irmãos tentando fingir normalidade em um bar muito abaixo do padrão que estão acostumados – até temendo pela condição sanitária do local (só bebida enlatada, por favor). Realizando o pedido de Connor, a cena foi mesmo gravada em um bar de verdade, o Peter McManus Café, um dos mais antigos de Nova York, na 7ª Avenida.
Mas a pose de “gente como a gente” acaba logo que partem para o karaokê, nada singelo. O ambiente descolado, com clima de balada noturna e luzes neon, está repleto de jovens modernos, com suas taças de champanhe. Na sala privativa dos Roy, palco de uma das cenas mais fortes de Logan com os filhos, garrafas da bebida estão por toda parte.
O local é o Maru Karaoke Lounge, em Nova York, que funciona como um bar, lounge e karaokê no bairro de Koreatown. Quem quiser ter a mesma experiência que Roman, Connor, Kendall e Shiv pode reservar uma sala para até 12 pessoas, com três champanhes, por US$ 790 (em torno de R$ 3.900).
-
Divulgação Restaurante Jean-Georges, em Nova York
Cenário do ensaio de casamento de Connor antes dos irmãos partirem em um rolê pela cidade para consolá-lo. O restaurante do chef francês Jean-Georges Vongerichten, com duas estrelas Michelin e nota máxima do ‘The New York Times”, fica no lobby da Trump Tower, em Manhattan. Por lá, são servidos pratos de alta gastronomia com influências francesas, norte-americanas e asiáticas – com um menu degustação de seis passos no valor de US$ 268 (R$ 1.300) por pessoa.
-
HBO The Shed, em Nova York
Entre as megalomanias dos Roy, uma das mais mais exageradas foi a festa de aniversário de 40 anos de Kendall na terceira temporada. A extravagância foi filmada no The Shed, espaço de artes e centro cultural construído no Hudson Yards, que foi transformado pela série para incluir todos os pedidos excêntricos do aniversariante (como uma casa na árvore). Na vida real, quando nenhum bilionário está ocupando o ambiente, ele fica aberto para o público com apresentações e exposições de artistas – a mostra da fotógrafa Cláudia Andujar sobre o povo Yanomami esteve em cartaz recentemente.
-
Manuel Zublena Villas Cetinale, La Foce e La Cassinella, na Itália
Na terceira temporada, o clã vai à Toscana para o casamento da Caroline, ex-mulher de Logan Roy e mãe de três de seus filhos. Durante a estadia italiana, três propriedades aparecem – e elas podem ser alugadas na vida real.
O pano de fundo para a cerimônia é a Villa Cetinale, uma propriedade de estilo barroco do século 17. Originalmente construída para o papa Alexandre VII, tem 13 quartos e jardins extensos. Bilionários da vida real se hospedam por lá, a um custo a partir de US$ 54 mil (R$ 272 mil) por semana.
A Villa La Foce, propriedade histórica de 1.400 hectares e capacidade para 24 convidados, hospeda parte dos Roy. Construída no final do século 15, fica entre as colinas do vale d’Orcia e está disponível para casamentos, reuniões familiares e outros eventos.
Já a Villa La Cassinella, nas margens do Lago de Como, é a propriedade fictícia do empresário Lukas Matsson, que negocia com os Roy uma possível aquisição. A Villa tem nove quartos, dez banheiros e hóspedes que chegam exclusivamente de barco (como Roman fez para se encontrar com Matsson), já que a casa fica em uma península particular que não pode ser acessada por estradas. Na vida real, afortunados podem alugá-la por US$ 100 mil (R$ 500 mil) por semana.
-
Anúncio publicitário -
Divulgação Whiteface Lodge, Lake Placid, em Nova York
A conferência de negócios Argestes, que se passa na segunda temporada e conta com a presença de todos os Roy, tem como cenário esse hotel nas montanhas de Adirondack, no estado de Nova York.
O Whiteface Lodge é um resort de estilo palaciano, todo feito de madeira, que inclui vários chalés – entre eles, um presidencial de 290 m² –, três restaurantes, um spa, espaço de cinema e boliche, entre outras atrações. Diárias partem, em média, de R$ 1.500 e podem ultrapassar os R$ 6.000, dependendo da acomodação.
-
HBO Korčula, na Croácia
A segunda temporada termina com os Roy tirando férias em família no litoral da Croácia. Antes de navegarem pelo Mar Adriático a bordo de um iate de luxo de 279 pés, o clã passa pela ilha de Korčula, considerada Patrimônio Mundial da Unesco, onde visitam o centro histórico, a Catedral de São Marcos e o restaurante à beira-mar Cupido.
-
Divulgação Six Flags Great Escape, em Nova York
As sequências nas quais a série se passa em Brightstar, um dos parques de diversão da Waystar Royco – onde a família comemora o aniversário de uma criança e Greg trabalha antes de conseguir um cargo executivo na empresa, por exemplo –, são filmados no Six Flags Great Escape, em Queensbury, no interior do estado de Nova York.
Peter McManus Café e Maru Karaoke Lounge, em Nova York
No segundo episódio da nova temporada, depois do fiasco de seu ensaio de casamento, Connor quer afogar as mágoas com apenas duas coisas: um bar “de verdade, com pessoas trabalhadoras” e um karaokê.
A primeira parada rende um dos momentos mais cômicos até agora na série, com os irmãos tentando fingir normalidade em um bar muito abaixo do padrão que estão acostumados – até temendo pela condição sanitária do local (só bebida enlatada, por favor). Realizando o pedido de Connor, a cena foi mesmo gravada em um bar de verdade, o Peter McManus Café, um dos mais antigos de Nova York, na 7ª Avenida.
Mas a pose de “gente como a gente” acaba logo que partem para o karaokê, nada singelo. O ambiente descolado, com clima de balada noturna e luzes neon, está repleto de jovens modernos, com suas taças de champanhe. Na sala privativa dos Roy, palco de uma das cenas mais fortes de Logan com os filhos, garrafas da bebida estão por toda parte.
O local é o Maru Karaoke Lounge, em Nova York, que funciona como um bar, lounge e karaokê no bairro de Koreatown. Quem quiser ter a mesma experiência que Roman, Connor, Kendall e Shiv pode reservar uma sala para até 12 pessoas, com três champanhes, por US$ 790 (em torno de R$ 3.900).