O ranking World Talent, que mede a capacidade de atração e retenção das empresas por país, publicado pelo International IMD (Institute for Management Development), mostrou o Brasil em penúltima posição entre os 64 mais competitivos.
O país fica atrás da Venezuela e à frente apenas da Mongólia. Em primeiro lugar está a Suíça, mais uma vez (ela ocupa o primeiro lugar desde a criação do ranking, em 2014), seguida por Luxemburgo e Islândia. O IMD é suíço e uma das mais importantes instituições de ensino superior da Europa.
Uma das maiores disparidades entre os índices do Brasil e da primeira colocada é o investimento público anual em educação. Enquanto a Suíça investe US$ 26 mil por aluno a cada ano, o Brasil coloca US$ 1,9 mil. Em relação ao PIB, no entanto, o Brasil investe um pouco mais: 5,9% – enquanto o investimento do primeiro colocado está em 5,7%. O Chile, melhor colocado da América Latina, em 50º lugar, investe US$ 3,1 mil. E 5,5% do seu PIB.
Trabalho remoto entre os mais competitivos
Normalizar o trabalho remoto, total ou híbrido, aparece como fator determinante para a retenção de talentos ao redor do mundo e é determinante para a entrada e manutenção das mulheres no mercado, segundo o estudo. “As economias em que o trabalho remoto é considerado menos prejudicial para o desenvolvimento de carreira são também as que se destacam na atração e retenção de profissionais altamente qualificados, bem como nos níveis de participação feminina no mercado de trabalho”, de acordo com a pesquisa.
“À medida que as economias se tornam mais orientadas para os serviços, a presença física dos trabalhadores no país dos seus empregadores já não é necessária. Em suma, observamos o surgimento de um novo tipo de trabalhador que se formou num país, vive noutro e trabalha para uma empresa localizada num terceiro país”, diz o professor Arturo Bris, diretor do IMD e condutor do estudo.
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De maneira geral, os países ainda não conseguiram retornar aos níveis de competitividade que registravam antes da pandemia. A classificação média de talentos nos países do sul da Ásia e do leste europeu aproximou-se entre 2019 e 2023. Enquanto isso, as disparidades em regiões já atrasadas, como a América do Sul, aumentaram. Na região, além do Chile na posição 50, Argentina está em 54º, Peru, 55º, Colômbia 57º e Venezuela em 62º.
“Os ‘vencedores’ – ou seja, os países mais competitivos – são os que dão ênfase à formação profissional e à aprendizagem em detrimento de disciplinas acadêmicas. Não recomendamos uma vs. outra, mas as compensações econômicas de qualquer uma das opções são relevantes”, afirma Bris.
O ranking leva em consideração 31 critérios que envolvem dados concretos, além de respostas a pesquisas feitas com 4 mil executivos do mundo todo.
Veja os melhor colocados no ranking
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Getty Images 1. Suíça
Pontuação: 100
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Getty Images 2. Luxemburgo
Pontuação: 84,39
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Getty Images 3. Islândia
Pontuação: 84,33
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Getty Images 4. Bélgica
Pontuação: 83,75
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Getty Images 5. Holanda
Pontuação: 83,34
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Getty Images 6. Finlândia
Pontuação: 80,55
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Getty Images 7. Dinamarca
Pontuação: 80,53
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Getty Images 8. Singapura
Pontuação: 79,96
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Getty Images 9. Áustria
Pontuação: 79,93
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iStock 10. Suécia
Pontuação: 79,93
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Getty Images 12. Alemanha
Pontuação: 78,46
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Getty Images 13. Canadá
Pontuação: 76,73
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Getty Images 15. Estados Unidos
Pontuação: 74,56
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Getty Images 24. França
Pontuação: 66,25
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Reuters 41. China
Pontuação: 56,28
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Getty Images 54. Argentina
Pontuação: 44,24
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Getty Images 63. Brasil
Pontuação: 31,57
1. Suíça
Pontuação: 100