Quando crianças, eles queriam ser bombeiro, bailarina, jogador de futebol ou astronauta. Sonhavam com carreiras dentro do que os seus mundos particulares apresentavam ou então com algo que se aproximasse daquilo que mais gostavam de fazer, dentro e fora da sala de aula.
A vida levou a outros caminhos — ou até mesmo àquele projetado na infância — e hoje eles lideram algumas das maiores empresas no Brasil, muitas delas com atuação em diversos países. “Não esperava, não sonhava e nunca imaginei me tornar CEO. Isso sempre esteve bem além dos meus sonhos. A vida traz desafios e oportunidades que não esperamos”, diz Patricia Frossard, country manager da Philips no Brasil.
Mas quando olham para trás, conseguem perceber como seus sonhos de infância se relacionam com o que fazem hoje e com o impacto que têm nos negócios e nos colaboradores das empresas que lideram.
“Hoje, trabalho com seguro de vida, que tem o mesmo propósito da medicina”, diz Patricia Freitas, CEO da Prudential, que pensava em seguir carreira médica antes de decidir pela ciência da computação.
“A dança foi importante para minha formação como pessoa, me trazendo disciplina, postura, trabalho em equipe e resiliência”, diz Adriana Aroulho, CEO da SAP, que chegou a ser bailarina profissional antes de iniciar sua carreira na tecnologia.
No Dia das Crianças, veja o que esses CEOs sonhavam em ser quando pequenos — e como acabaram construindo suas trajetórias de sucesso, ainda que em áreas totalmente diferentes daquelas que imaginaram.
O que os CEOs queriam ser quando crianças
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Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil
“Quando eu era criança, queria ser dona de uma loja grande (não sabia exatamente de quê). Queria ainda ser a melhor do mundo em matemática e também ser doutora, porque todos os doutores que eu conhecia (ou achava que eram doutores) eram bem-sucedidos. Aos nove anos, decidi que queria ser presidente do mundo – que, nessa época, para mim era Campina Grande.
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Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil
Sempre fui muito boa em exatas e cheguei a dar aulas de matemática. Não tive uma loja grande, mas, quando cheguei ao Banco do Brasil, me realizei trabalhando em uma empresa com lojas no Brasil e no mundo. No BB, entendi que poderia exercer liderança, ser bem-sucedida e ambicionava ser vice-presidenta (nunca imaginei que chegaria à presidência) que era o cargo mais próximo de “Presidente do Mundo” (o que, quando eu era criança, significava poder ajudar as pessoas).
Hoje, presidenta do BB, penso que consegui atingir os sonhos da Tarci criança! E fico feliz em poder ajudar a maximizar os sonhos de tantos brasileiros, com as soluções do BB, pensando inclusive nas nossas crianças de hoje e que fazem o nosso país do futuro.”
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Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina
“Quando criança, queria ser bombeiro. Eu gostava de carros de bombeiro quando tinha uns sete anos. Depois foi evoluindo para as profissões impossíveis, tipo piloto de Fórmula1, jogador de futebol, queria trabalhar na NASA na adolescência.
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Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina
Quando virei um pouco mais adulto, estudava engenharia mecânica e queria trabalhar com projetos de carros, aviões e foguetes. E aí fui parar onde eu parei.”
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Patricia Frossard, country manager da Philips no Brasil
“Eu sempre achei que os advogados eram elegantes e inteligentes. Os fóruns, como eu via na televisão, eram prédios lindos, com arquiteturas históricas. Ficava olhando e imaginando como seria trabalhar em um lugar assim, onde pessoas falam bonito e se vestem elegantemente.
Mulheres de salto alto, batom e terninho preto. Assim, nasceu o desejo pelo direito. Também achava legal quando via as secretárias executivas atuando em empresas nas novelas. Elas sempre tinham muitas coisas para resolver, e sempre solucionavam tudo com muita competência.
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Patricia Frossard, country manager da Philips no Brasil
Estudei direito, me tornei advogada, pratiquei e ainda pratico a advocacia. Não esperava, não sonhava e nunca imaginei me tornar CEO. Isso sempre esteve bem além dos meus sonhos e é bem diferente da imaginação que eu tinha da figura do ‘chefe’ – de que só dava ordens e exercia um papel chato. No entanto, a vida nos traz desafios e oportunidades que não esperamos. Basta estarmos atentos, prontos e aceitá-los.”
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Fernando Torelly, superintendente-CEO do Hcor
“Quando eu era criança, o que eu mais gostava de fazer na vida era jogar futebol. Comecei na escolinha do Grêmio, o meu time de coração, e jogava muito bem! Infelizmente, tive um problema na coluna e, orientado pelos médicos, precisei suspender a prática de esportes por seis meses. Assim, acabei encerrando precocemente o meu sonho de ser jogador de futebol profissional do Grêmio.
Tendo que seguir outra carreira e influenciado pela necessidade de trabalhar, precisei escolher um curso noturno. Entre as opções, estava Economia, com a qual me identificava pela profundidade no conhecimento do Mercado e dos Negócios. Após me formar, inicialmente, tinha duas oportunidades profissionais: trabalhar no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, como gestor de Recrutamento e Treinamento, ou em uma empresa metalúrgica. O hospital ficava a duas quadras da minha casa e era um local que eu frequentei por um ano e meio, quando meu pai esteve internado. Eu achei que fosse uma coisa do destino poder trabalhar lá e, de alguma forma, contribuir para tornar o atendimento ainda melhor.
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Fernando Torelly, superintendente-CEO do Hcor
Isso faz 34 anos e eu me orgulho muito dessa decisão porque o hospital é o único tipo de empresa que, por mais que seja automatizado, o robô não substitui o humano. É gente cuidando de gente. Ao longo da minha jornada profissional, segui levando esse propósito por onde passei, como Hospital Moinhos de Vento, Hospital Sírio-Libanês e Central Nacional Unimed. Aceitei assumir como Superintendente-CEO do Hcor, em janeiro de 2020, por me identificar com os valores do hospital e com o desafio proposto. Hoje, penso que não poderia ter estado em lugar mais adequado durante o pico da pandemia do que em um hospital, fazendo o enfrentamento. Ter a chance de contribuir diretamente com profissionais e pacientes me traz muita satisfação.”
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Adriana Aroulho, CEO da SAP
“O balé entrou desde cedo na minha vida e até hoje é uma de minhas paixões. Comecei a praticar desde os quatro anos e passei toda minha infância e adolescência sonhando em ser bailarina. Mas ao ingressar na faculdade, escolhi cursar Ciências Sociais, na USP (Universidade de São Paulo). Eu imaginava trabalhar no mundo acadêmico, devido à minha paixão pelas ciências humanas. Ainda no início da faculdade, pensei muito se seguiria carreira profissional na dança. Foi no balé que conheci meu marido, que também foi bailarino profissional e coreógrafo por muitos anos, até se aposentar.
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Adriana Aroulho, CEO da SAP
Tive uma oportunidade de estágio numa empresa de tecnologia e então não saí mais… Afinal, tanto a arte como a tecnologia ajudam a melhorar o mundo e impactar positivamente a vida das pessoas. Hoje, vejo como a dança foi tão importante para minha formação como pessoa, me trazendo disciplina, postura, trabalho em equipe e resiliência. E a dança continua muito presente na minha vida.”
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Gustavo Ambar, gerente-geral da Whirlpool Brasil
“Quando criança, meu sonho era ser astronauta. Filmes e histórias sobre esses ‘super-heróis’ reais me fascinavam, além da oportunidade de conhecer a lua e desbravar outros planetas. Sempre gostei de praticar esportes, como jogo de taco, futebol, natação, tênis, seja no bairro onde morava em São Paulo, na escola ou no clube. Educação Física era a minha matéria preferida. Mas confesso que era bem fã de Matemática e, não à toa, me tornei administrador.
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Gustavo Ambar, gerente-geral da Whirlpool Brasil
Não só pela minha facilidade com os números, mas também por ter tido contato, desde pequeno, com comércio, já que minha família tinha lojas de aviamento na Rua 25 de Março. Aprendi desde cedo a colocar a mão na massa para adquirir conhecimento do negócio, ter empatia por quem conduz a operação e contato direto com os consumidores. Foi aí que comecei a me apaixonar por esse universo.”
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Bibiana Leite, diretora de parcerias do YouTube para as Américas
“Advogada, jornalista ou executiva de publicidade era como eu me enxergava no futuro, vestindo jeans e blazer. Profissões bem diferentes, mas com muita coisa em comum para uma jovem dinâmica, criativa e amante de inovação e empreendedorismo. Na minha infância, adorava carnaval, gostava de brincar na rua com os amigos, e também ‘brincava de escritório’, digitando numa máquina de escrever velha (não existia computador naquela época!).
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Bibiana Leite, diretora de parcerias do YouTube para as Américas
Das três opções, segui o caminho de administração de empresas e depois me especializei em marketing. Passei por experiências desde atendimento em call center e telemarketing às vendas diretas e, em 2006, recebi uma oferta de emprego do Google para trabalhar com a novidade que era publicidade online, dando suporte a pequenas e médias empresas. O sonho de ter uma carreira internacional nunca ficou em segundo plano, e quando surgiu a oportunidade de trabalhar no YouTube numa das regiões mais inovadoras do mundo que é o Vale do Silício, não pensei duas vezes, e aqui estou como diretora executiva de negócios, trabalhando num segmento super criativo e inovador, e vestindo jeans e blazer.”
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Gustavo Bruno, general manager da Mars Pet Nutrition no Brasil
“Meu sonho de criança era ser frentista. Sempre fui apaixonado por carros e o único lugar onde tinha a oportunidade de ver carros diferentes na minha cidade — sou de Jundiaí, no interior de São Paulo — era em um posto de gasolina. Minha avó morava perto de um e sempre que ia visitá-la, ela me levava no posto para me distrair. Me lembro bem de os frentistas ficarem conversando comigo e até me deixarem ajudar a limpar os vidros dos carros. Eu era tão louco por posto de gasolina que o primeiro brinquedo que o meu pai me deu foi um postinho.
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Gustavo Bruno, general manager da Mars Pet Nutrition no Brasil
Valorizo muito essa profissão até hoje, mas a vida acabou me levando para outros caminhos. Me formei em Engenharia de Materiais, mas acredito que não perdi essa essência. Até hoje, sou um apaixonado por inovação, criatividade e atendimento de excelência.”
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Patricia Freitas, CEO da Prudential
“Eu pensava em ser médica. Era uma profissão que sempre achei linda, que dava orgulho quando a gente mencionava na família, que tinha propósito. Também sonhava com um carro conversível, um Escort XR3 vinho que, para mim, era status de sucesso. Até que um dia descobri que eu não tinha o menor dom para medicina a ponto de desmaiar vendo sangue. Então, mudei completamente de ideia na hora de escolher a faculdade e migrei para exatas. Claro que, mesmo sem continuar entendendo nada sobre carro, quando pude comprar um, este já nem era mais top. Enfim, os sonhos mudaram, evoluíram e se ajustaram. Hoje, trabalho com seguro de vida, que tem o mesmo propósito lá da Medicina de proteger vidas, tenho o carro que gostaria e me sinto realizada e feliz!”
Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil
“Quando eu era criança, queria ser dona de uma loja grande (não sabia exatamente de quê). Queria ainda ser a melhor do mundo em matemática e também ser doutora, porque todos os doutores que eu conhecia (ou achava que eram doutores) eram bem-sucedidos. Aos nove anos, decidi que queria ser presidente do mundo – que, nessa época, para mim era Campina Grande.