A brasileira Lidiane Jones está deixando o cargo de CEO do Bumble, que assumiu há cerca de um ano. O aplicativo de relacionamentos é o principal concorrente do Tinder, onde a fundadora Whitney Wolfe Herd trabalhou antes de criar a própria empresa, que tem como diferencial deixar o primeiro passo da conversa na mão das mulheres.
Segundo a companhia, a fundadora retornará como CEO em março. O aplicativo enfrenta dificuldades, mas espera superar sua previsão de receita para o quarto trimestre, já que o último ano foi marcado por uma queda de quase 50% nas ações da empresa.
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A inflação persistente e a falta de grandes novidades têm impactado o crescimento de operadoras de aplicativos de namoro, incluindo a Match Group, dona do Tinder. Após o boom pós-pandemia, isso tem levado a mudanças nas lideranças dessas empresas.
No mês passado, a Bumble anunciou as saídas da diretora financeira, Anu Subramanian, que desempenhou um papel fundamental no IPO da empresa em 2021, e da líder de marketing, Selby Drummond.
A empresa anunciou mais mudanças nesta sexta-feira (17), incluindo a nomeação da diretora Ann Mather como presidente do conselho do Bumble.
Além disso, informou que o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização do quarto trimestre ficará dentro do intervalo previamente divulgado. As ações da empresa subiram 1,3% nas negociações iniciais.
Em novembro, o Bumble projetou uma receita para o quarto trimestre entre US$ 256 milhões e US$ 262 milhões, e um lucro ajustado entre US$ 70 milhões e US$ 73 milhões.
Essa projeção veio após a primeira queda nas vendas trimestrais desde que a empresa abriu capital em 2021, indicando que levará mais tempo para acelerar sua taxa de crescimento, que tem sido lenta.
No ano passado, o app lançou uma versão com novas funcionalidades, mas esses esforços ainda não ganharam tração, especialmente entre a Geração Z, um grupo importante para os anunciantes.
Depois de ser VP do Tinder, Whitney Wolfe Herd fundou o app de namoro com foco nas mulheres e se tornou a mais jovem bilionária self made dos EUA
De executiva do Tinder a fundadora do Bumble
Whitney Wolfe Herd, a fundadora e CEO do Bumble, deixou o Tinder depois de ser VP de marketing da plataforma, acusando seus cofundadores de assédio sexual e discriminação. Ela queria um aplicativo que desse à mulher o poder de escolher.
Foi tão bem que, em 2021, com o IPO da empresa, entrou para a lista da Forbes como a mais jovem bilionária self made, aos 31 anos – apesar de depois ter perdido o título de bilionária. Na época, o valor de mercado chegou a US$ 1,6 bilhão. “Sempre estivemos no negócio de ajudar a conduzir relacionamentos saudáveis e igualitários e, originalmente, colocamos as mulheres no controle de enviar a primeira mensagem.”
Em 2016, lançou o Bumble BFF para quem quer fazer amizades e, em seguida, lançou o Bumble Bizz, para networking profissional. Herd já foi Forbes Under 30 da Forbes USA em 2017 e, em 2021, sua criação foi nomeada um dos aplicativos do ano da Apple.
A brasileira na liderança do Bumble
Em janeiro de 2024, Herd assumiu como presidente do conselho da companhia, deixando em seu lugar a brasileira Lidiane Jones, então CEO do Slack, serviço de mensagens de trabalho.
A brasileira cresceu na Zona Leste de São Paulo e se tornou uma grande executiva da tecnologia. Também chegou ao cargo de CEO do Slack depois da saída do seu fundador, Stewart Butterfield, em dezembro de 2022.
Jones trabalhava na Salesforce, gigante de software que adquiriu o Slack, desde 2019. Antes disso, trabalhou para Sonos e Microsoft. “Após muita reflexão, tomei a decisão de renunciar ao cargo de CEO da Bumble Inc. Essa não foi uma escolha fácil, mas estou extremamente orgulhosa de tudo o que conquistamos juntos ao longo do último ano”, escreveu a executiva no seu LinkedIn.
