Francisco Weffort (esq.) e Zion Ginat, respectivamente presidente Brasil e CEO da Nilit – crédito Marcia Gamma
Fundada em 1969 em Israel, a Nilit ficou conhecida em 1988 ao entrar para o Guinness Book com o fio mais fino do mundo. Hoje, 46 anos após a criação da companhia, hoje ela está presente em 70 países, onde atende 1 mil clientes (da indústria têxtil e de plásticos de engenharia) e contabiliza 1,7 mil funcionários. Seu grande trunfo é a especialização, o que a levou a conquistar a posição de maior fabricante de “nylon 6.6” do mundo (fibra com polímero modificado que traz uma série de benefícios às roupas, lingeries e meias), com market share de 20% e inovações como os fios que aquecem ou resfriam, prometem aumentar a circulação do corpo e até mesmo dissipar a umidade, de modo que o usuário se sinta seco mesmo durante a prática intensa de atividade física.
Nos últimos 10 anos, a companhia fez uma série de aquisições pelo mundo, a exemplo da entrada na Alemanha e nos Estados Unidos a partir da compra de plantas e também estreou no grande e desafiador mercado chinês, onde ela possui várias instalações em operação. O Brasil também faz parte do plano de expansão da companhia. Só no país, já foram feitas duas aquisições: uma em 2013, quando ela arrematou a fábrica da Scalina, em Guarulhos (SP), e a outra em novembro passado, da unidade industrial da Invista em Americana (SP).
Nesse processo, o Brasil se transformou em peça-chave de seu crescimento. Após a incorporação das plantas no país, a Nilit integrou as duas instalações, fechando a de Guarulhos e realizando uma série de modernizações, tanto nos processos quanto nos equipamentos da unidade de Americana. Resultado: até o momento, a multinacional já aportou R$ 150 milhões na operação brasileira. Em visita ao Brasil, o CEO Zion Ginat disse à FORBES Brasil que a companhia veio para ficar e deixou claro que mesmo o baixo crescimento da economia não é um fator impeditivo. Com massa crítica para começar a produzir em escala no país, ele garantiu que os aportes até agora realizados foram iniciais. Ou seja, outros virão. “Estamos trazendo o melhor da nossa experiência com a indústria têxtil ao Brasil. Muita inovação, muito investimento e também eficiência produtiva e econômica”, afirma. Sua ideia é usar o país como base para atender clientes de toda América Latina.
No Brasil, a grande concorrente da Nilit é a Rhodia, o que significa que, a partir de agora, a briga entre as duas fabricantes vai esquentar. Para ganhar mercado, Francisco Weffort, presidente da Nilit no Brasil, conta que a subsidiária aposta nos fios inteligentes como o Nilit Breeze, que reduz a temperatura do corpo em até 1 grau Celsius e permite desenvolver tecidos com capacidade de ventilação e proteção UV., e o Nilit Innergy, fio que melhora a circulação através da tecnologia FIR (raios longos de infravermelho). A promessa é diminuir a fadiga muscular e melhorar a performance em atividades esportivas, podendo reduzir a aparência da celulite. A ideia, com este fio, é atrair as fabricantes de roupas esportivas e meias para longas viagens aéreas.
Há várias outras inovações em sua linha de produção, mas a menina dos olhos parece ser a adição do nylon 6.6 no Supplex (faz com que os atletas sintam o conforto do algodão com os benefícios da avançada tecnologia do nylon). Em um processo de texturização com jatos de ar, chegou-se a um resultado com toque natural muito semelhante aos tecidos com algodão, mas com vantagens como a roupa não amassa, tem maior respirabilidade, mantém as cores mais vivas e secagem mais rápida que as fibras naturais. “Quando combinados ao elastano, os tecidos com fio Supplex by Nilit permitem maior liberdade de movimentos, além de conferir memória à roupa, que retorna à sua forma natural depois do uso. Os tecidos podem ter diversas gramaturas, o que viabiliza seu uso na fabricação desde uma leve camiseta até leggings e tops para prática esportiva”, conta. Agora, a Nilit está lançando uma nova geração de fios Supplex que incorporam novas tecnologias como a dissipação da umidade, para o usuário se sentir seco mesmo quando pratica atividades físicas intensas.
Françoise Terzian