Trinta anos depois de expulsar Sophie Lloyd por ter se disfarçado de homem para se juntar ao então exclusivamente masculino Magic Circle, a sociedade londrina de mágicos profissionais e amadores a encontrou para restaurar sua filiação.
Com 1.700 membros em todo o mundo, incluindo o Rei Charles, a sociedade expulsou Lloyd em 1991.
Durante meses, Lloyd, com a ajuda de uma amiga, fingiu ser um homem chamado Raymond que estava com a garganta ruim. “Mandamos fazer uma peruca, um pouco parecida com o cabelo de Hugh Grant”, disse Lloyd a jornalistas. “Mandamos fazer um aparelho… para deixar o rosto mais forte e para ter a linha do maxilar.”
O clube não ficou satisfeito quando Lloyd revelou sua fraude e optou por expulsá-la — apesar de, ao mesmo tempo, abrir a possibilidade de associação para outras mulheres pela primeira vez.
O lema do clube em latim se traduz como “não inclinado a revelar segredos” e, em 1910, expulsou seu primeiro presidente por revelar segredos por trás de truques de mágica.
Até a década de 1990, o clube justificava sua proibição às mulheres dizendo que não se podia confiar nelas para manter os truques de mágica em segredo.
A sociedade agora tem sua primeira presidente mulher, Laura London, que quis entrar em contato com Lloyd após ouvir sobre ela no ano passado. “Eu sabia que essa era uma história que precisava ser contada”, disse London. “Ela não apenas capturou a imaginação de nós, mágicos, mas parece ter capturado a imaginação de todos agora.”
Inicialmente hesitante em se identificar, Lloyd, agora com 60 anos e morando na Espanha, descreveu seu retorno como agridoce, pois a amiga que a ajudou a realizar a fraude havia morrido. “Eu pensei … Jenny teria adorado isso e fiquei muito emocionada”, disse ela.
Os membros do Magic Circle mudaram muito, acrescentou ela. “Isso foi há 30 anos, as pessoas são tão diferentes (agora) … Na minha época, todos usavam botas e ternos, e agora — eu estava olhando para eles, e eles tinham tatuagens, capuzes, tênis, piercings.”
