A humanidade sabe tão pouco sobre o Sol quanto sabia na geração passada. Porém, isso deverá mudar em breve, após o lançamento,previsto para julho de 2018, da Solar Probe Plus (SSP) da Nasa – uma nave espacial de US$ 1,5 bilhão que viajará mais perto da superfície solar do que qualquer outro objeto produzido pelo homem.
Quase 60 anos após ter começado a discutir a ideia de enviar uma sonda suicida até o Sol, a Nasa está se saindo bem com uma sonda que viajará quase dez vezes mais perto do Sol do que o planeta Mercúrio. Espera-se que, no processo, a SSP envie novas informações acerca dos efeitos do Sol sobre tudo, desde o clima no espaço até mudanças climáticas de curto prazo.
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Ao longo de um período de sete anos e 24 órbitas solares elípticas, a SSP e seus dez instrumentos científicos termalmente blindados rodearão a coroa solar. Utilizando sete sobrevoos por Vênus para chegar continuamente mais perto do Sol, a nave espacial terá de sobreviver a temperaturas que superam 1.730 graus Celsius e a impactos de partículas de poeira em alta velocidade.
A SSP terá, como principal objetivo, responder duas grandes questões da física solar. Uma delas é por que a coroa solar é muito mais quente do que a sua fotosfera visível (ou superfície). A outra está relacionada a descobrir o que realmente acelera o vento solar, responsável pelo clima espacial que afeta a todos nós.
A primeira aproximação, a apenas 35,7 raios solares do centro do Sol, ocorrerá apenas três meses após o lançamento, segundo Ralph McNutt, cientista chefe de ciências espaciais do laboratório de física aplicada da Universidade de Johns Hopkins e líder do time SPP.
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Em sua aproximação mais de perto, a apenas 6,12 milhões de quilômetros da superfície do Sol, a SPP será submetida a até 475 vezes a radiação solar experimentada na Terra. Assim, as fases de coleta de dados da missão durante encontros mais próximos são pensadas para serem autônomas, isto é, sem direcionamento em tempo real.
O sistema de proteção térmica da sonda é um escudo de espuma de carbono com 2,4 de diâmetro e 11,4 centímetros de espessura, localizado no topo da nave espacial. Basicamente, a maior parte dela se esconde por trás deste escudo durante as aproximações maispróximas do Sol, diz McNutt.
“Os painéis solares são retráteis e há uma bateria”, disse ele. “Mas até na aproximação mais de perto, parte dos painéis permanecem iluminados para fornecer energia.”
McNutt ressalta que um sistema de circulação ativa de água – que vai da parte traseira dos painéis solares para os painéis radioativos – mantém os painéis refrigerados, novidade para naves espaciais.
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