Novas imagens infravermelhas da nebulosa de Órion (nuvem formada por gás e poeira estelar), localizada na Constelação de Órion, podem ajudar os astrofísicos a resolver um grande mistério estelar. A grande dúvida dos cientistas é: por que a natureza parece preferir produzir estrelas que têm massa muito menor do que os outros astros maiores e mais brilhantes?
As estrelas classificadas como O, B. e A do tipo espectral são mais raras e mais distantes entre si. Portanto, a controvérsia é sobre o que os pesquisadores consideram como função de massa inicial.
“A função de massa inicial (IMF, sigla em inglês) é uma propriedade fundamental da formação estelar”, afirmou Ed Churchwell, astrônomo e professor da Universidade de Wisconsin, em Madison, Estados Unidos. “O IMF é necessário para entender as razões físicas porque há tantas estrelas de baixa massa em relação ao número muito pequeno de estrelas maciças – aqueles com massa maior que 8-10 massas solares.”
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Em um artigo publicado pelo jornal “Astronomy and Astrophysics”, Stefan Meingast, astrofísico da Universidade de Viena, na Áustria, e uma equipe internacional de colegas, detalham novas imagens de infravermelho próximas tiradas pelo telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) em um observatório no norte do Chile, onde eles continuam a desenhar o formato da nebulosa de Órion, que está há 1350 anos-luz de distância.
A nebulosa de Órion continua a ser a mais estudada e astronomicamente dissecada de qualquer região formadora de estrelas do espaço. Além disso, é possível vê-la a olho nu em alguns locais, dependendo dos níveis de poluição.
Como os cientistas afirmam em suas pesquisas, um dos maiores obstáculos no estudo da formação das estrelas, que ocorre desde o final da década de 1940, é o fato de que elas são completamente incorporadas ao gás molecular e à poeira durante sua formação. E são esses elementos que movem estudos detalhados de evolução estelar e formação de estrelas inacessíveis em imagem óptica.
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A nova tecnologia de infravermelho do telescópio VISTA, que possui 4 metros de comprimento, permitiu aos astrônomos estudarem mais sobre o coração em forma de estrela de Órion. A equipe relata que a pesquisa cobriu toda a nuvem molecular “Orion A”, uma das duas nuvens moleculares gigantes no Complexo de Nuvens Moleculares de Órion (OMC). Eles observam também que o astro revela muitas outras estrelas jovens e outros objetos normalmente enterrados profundamente dentro das nuvens empoeiradas.
O resultado é um novo catálogo com aproximadamente 800.000 estrelas identificadas, objetos estelares mais jovens e galáxias distantes. A pesquisa de visão permite que as primeiras fases evolutivas de estrelas jovens dentro de nuvens moleculares sejam estudadas mais detalhadamente.
Na pesquisa, os cientistas afirmam que a Órion é a fábrica de estrelas mais próxima e, portanto, o laboratório principal para estudar muitas questões e mistérios sobre a formação atual de estrelas.
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Tanto em relação ao brilho quanto a posição, Churchwell afirma que esses novos dados foram cuidadosamente reduzidos para produzir “provavelmente os dados de infravermelho mais completos e precisos sobre o complexo Órion que existe atualmente”.
SINAL DE RÁDIO MISTERIOSO É IDENTIFICADO E ESTÁ A 3 BILHÕES DE ANOS-LUZ DA TERRA
Um sinal misterioso que há muito tempo confundiu cientistas foi rastreado no espaço, e está a mais de 3 bilhões de anos-luz da Terra.
Quase uma década depois da primeira grande explosão de rádio (FRB, sigla em inglês) ser descoberta, uma equipe internacional de pesquisadores apontaram a origem desse sinal como resultado de ondas de uma galáxia anã na Constelação pentagonal Auriga.
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Originalmente os cientistas acreditavam que o sinal – explosões esporádicas de ondas de rádio – vinham da Via Láctea ou de outra galáxia próxima. Entretanto, uma nova reportagem do jornal científico “Nature” confirmou que o sinal era de uma pequena galáxia.
“Essas ondas de rádio devem conter uma quantidade enorme de energia para poder ser vista a 3 bilhões de anos-luz de distância”, afirmou Shami Chatterjee, pesquisador da Cornell University.
Agora que um FRB foi rastreado e os cientistas identificaram suas origens, eles finalmente podem estar perto de explicar o que causa esses sinais peculiares. Infelizmente, para os entusiastas de assuntos como alienígenas ou inteligência extraterrestre, eles não estão na lista de explicações.
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“Nós achamos que isso pode ser um magnetar – um nêutron recém-nascido com um campo magnético enorme, dentro de uma supernova ou uma nebulosa – e de algum modo estão produzindo esses sinais”, afirma Chatterjee.
Rápidas explosões de rádio foram descobertas em 2007, e cientistas estão tentando descobrir a origem e a causa desde essa época. Atualmente há 18 FBRs conhecidos, mas todos foram detectados por telescópios de rádio não especializados que não eram capazes de identificar sua localização precisa, de acordo com pesquisadores na Universidade de McGill, no Canadá.