Na manhã desta sexta-feira (7), a Polícia Federal cumpriu 309 mandados judiciais em sete estados do Brasil. São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás e o Distrito Federal foram alvo da operação Carne Fraca – a maior já realizada pela instituição – que mira alguns dos principais frigoríficos do país, entre eles, JBS, BRF e Seara. No momento, são mais de 1.000 policiais cumprindo a ação.
Operação investiga irregularidades como a venda de carne imprópria para consumo humanoO principal objetivo da operação é apurar o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura e Abastecimento em um esquema de fiscalização irregular e de liberação de licenças. Foram quase dois anos de investigações, que identificaram que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais, em detrimento do interesse público, segundo informou o site da PF.
Entre as irregularidades encontradas estão o excesso de água, reembalagem de produtos vencidos, venda de carne imprópria para consumo humano, falta de controle da temperatura adequada das câmaras frigoríficas e expedição de assinaturas de certificados fora da sede da empresa e do Ministério da Agricultura, sem a checagem presencial.
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A operação prendeu executivos do grupo JBS e determinou busca e apreensão na sede da empresa. Também foram emitidos pedidos de prisão preventiva, entre eles, de quatro funcionários da BRF (das marcas Perdigão e Sadia): o vice-presidente José Roberto Pernomian Rodrigues, o gerente de Relações Institucionais Roney Nogueira dos Santos, o diretor André Luiz Baldissera e o executivo Flavio Cassou. A empresa pertence aos irmãos Wesley e Joesley Batista, que ocupam o 66o lugar na última lista dos bilionários brasileiros publicada pela Forbes Brasil em agosto do ano passado.
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Estão previstos, ainda, o cumprimento de 27 mandados de prisão preventiva, 11 de temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de buscas e apreensões. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR). A operação ainda pretende bloquear contas bancárias e aplicações financeiras no valor de até R$ 1 bilhão, além de outros bens de 46 dos investigados. Entre eles, estão Flavio Cassou e Roney Nogueira dos Santos.
Com o andamento da operação, as ações da JBS e da BRF desabaram na bolsa: a JBS está avaliada em R$ 11,40 por ação, uma queda de 4,92%, enquanto a BRF caiu 4,25%, cotada a R$ 38,26.