Uma conversa com o empresário Philip Chiang, 67 anos, co-fundador da rede de restaurantes P.F. Chang’s, dá a impressão que a criação de um empreendimento global, com mais de 250 estabelecimentos, é tarefa simples.
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Tudo começou em 1961, ano em que Cecilia Chiang, mãe de Philip, abriu o restaurante The Mandarim em São Francisco, nos Estados Unidos, onde a família chinesa vivia. A empreitada fez sucesso pela originalidade: era, então, um dos primeiros estabelecimentos a servir a tradicional comida chinesa cantonesa (da região de Guangzhou) em território norte-americano.
Na época, Philip não estava interessado nos negócios: “Eu estudava Artes em Los Angeles enquanto minha mãe cuidava do restaurante. Ela precisou ir para a China por um tempo e eu pensei: ‘Perfeito, estou precisando mesmo de dinheiro’”, lembra. A experiência adquirida no negócio da família o levou a abrir o seu primeiro restaurante, em 1979. Batizado de Mandarette, o local, estabelecido na região oeste de Los Angeles, tinha um conceito mais despojado.
O P.F Chang’s nasceu em 1993, quando o restauranter Paul Fleming convidou Philip para ser seu sócio em um novo restaurante. A primeira loja foi aberta em Scotsdalle, no Arizona. A novidade agradou e o que era apenas uma unidade transformou-se em uma rede, com expansão primeiro nos Estados Unidos, principalmente dentro de shoppings e em cidades do subúrbio. Metrópoles como Nova York e Chicago não fazem parte do portfólio do negócio.
A expansão internacional começou em 2010. Atualmente são muitas unidades em esquema de licenças e franquias, com presença em 20 países. O grupo Alsea – que também tem o Burger King e Starbucks – controla as franquias do México (23 unidades), Brasil (4), Colômbia (2), Chile (2) e Argentina (1). “O Oriente Médio tem muita unidades também. Só em Dubai são nove lojas. Em breve, abriremos em Londres”, conta Philip, que atua como consultor dos restaurantes, mas nunca abandonou sua veia artística.
As unidades em território brasileiro estão concentradas no estado de São Paulo. A mais recente inauguração foi a loja do Shopping Pátio Higienópolis, no começo de maio, com um conceito mais moderno que traz cozinha aberta e decoração com grafites.
O cardápio ganhou algumas novidades, mas permanece com muitos pratos originais do The Mandarin. Todos os alimentos são produzidos na própria cozinha de cada uma das unidades – muitas vezes, para padronizar, as grandes redes costumam centralizar o preparo em um único local.
“Nós estamos no Brasil há três anos e a ideia é focar em São Paulo primero. Investimos US$ 1,5 milhão na nova loja. Fizemos um treinamento amplo, tivemos suporte de funcionários do México e atualmente, contamos com 70 funcionários, todos brasileiros. Apenas o chef é mexicano”, conta Fabiana Arruda Gonçalves, diretora de operações da Alsea na América Latina.