A tecnologia que permite a alteração de genes em um embrião humano foi utilizada pela primeira vez nos Estados Unidos, de acordo com a Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (OHSU, na sigla em inglês), de Portland, que realizou a pesquisa.
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Acredita-se que o estudo da OHSU desbravou um território novo tanto no número de embriões com os quais se experimentou quanto na demonstração de que é possível corrigir segura e eficazmente genes defeituosos que causam doenças hereditárias, de acordo com a revista “Technology Review”, a primeira a dar a notícia.
Não se permitiu que nenhum dos embriões se desenvolvesse por mais do que alguns dias, de acordo com o relatório.
Alguns países assinaram uma convenção proibindo a prática devido aos temores de que seja usada para criar os chamados bebês por encomenda.
Os resultados do estudo, analisado por cientistas, devem ser publicados em breve em um periódico científico, de acordo com o porta-voz da OHSU, Eric Robinson.
A pesquisa liderada por Shoukhrat Mitalipov, diretor do Centro de Terapia Embrionária Celular e Genética da OHSU, envolve uma tecnologia conhecida como CRISPR, que abriu novas fronteiras na medicina genética graças à sua capacidade de modificar genes de forma rápida e eficiente.
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O CRISPR (sigla em inglês para Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) funciona como uma espécie de tesoura molecular que pode aparar partes do genoma seletivamente e substituí-las por novos fragmentos de DNA.
Cientistas chineses publicaram estudos semelhantes com resultados variados.
Em dezembro de 2015, cientistas e especialistas em ética presentes em um congresso internacional da Academia Nacional de Ciências (NAS) de Washington disseram que seria “irresponsável” usar a tecnologia de edição genética em embriões humanos para fins terapêuticos, como corrigir doenças genéticas, até que questões sobre segurança e eficiência sejam resolvidas.
Mas, no início deste ano, a NAS e a Academia Nacional de Medicina disseram que avanços científicos tornam a edição genética em células reprodutoras humanas “uma possibilidade realista que merece ser cogitada seriamente”.