Se você está se sentindo estressado ou sobrecarregado, não se afaste de outras pessoas. A dica é de Kelly McGonigal, psicóloga e professora da Universidade de Stanford. Em vez disso, invista na sua capacidade de se conectar.
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Em uma tarde, enquanto caminhava em direção à sala para ministrar uma aula do curso de Ciência do Estresse, a professora encontrou um jornal esperando para ser explorado. Um estudante havia levado um artigo intitulado “Estresse: ele é contagioso”, sobre um estudo que afirmava que o estresse é “tão contagioso quanto qualquer outro patógeno no ar” e comparava sua toxicidade a um tabagismo passivo.
Como alguém que estuda sobre estresse e empatia, Kelly foi questionada sobre essa pesquisa muitas vezes. As pessoas queriam saber se isso significava que empatia é um risco, aumentando as chances de exaustão, depressão ou esgotamento. Perguntavam se alguém altamente compreensivo estaria destinado a se tornar um reservatório para o sofrimento e dor de outras pessoas. Como um exemplo, o artigo descrevia um estudo que mostrava que os participantes tinham uma resposta psicológica empática quando observavam o sofrimento de outras pessoas. Um dos pesquisadores comentou que “foi surpreendente o quão facilmente o estresse foi transmitido”.
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Uma solução, de acordo com Kelly, seria criar barreiras emocionais mais fortes, de maneira a fazer uma espécie de super proteção psicológica contra o estresse e o sofrimento que você não quer que te atinjam. Ela viu essa abordagem ser adotada por muitos profissionais, incluindo os da área médica e professores.
Kelly oferece outra possibilidade para preservar o bem estar daqueles que estão se sentindo sobrecarregados pelas emoções dos outros: dobre sua capacidade de empatia. Em vez de tentar se tornar imune ao estresse de outras pessoas, aumente a susceptibilidade de se contagiar pela felicidade dos outros.
Os benefícios da empatia positiva
Enquanto a ciência psicológica moderna é amplamente focada em empatia para estados negativos, um novo campo de pesquisa, apelidado de “empatia positiva”, mostra que também é possível se contagiar pela felicidade.
Você talvez já tenha visto estudos que mostram que ver outras pessoas sofrendo pode ativar o sistema de dor em seu próprio cérebro. Acontece que ele também é afetado por emoções positivas. Quando você testemunha a felicidade de outras pessoas, por exemplo, isso pode ativar o sistema de recompensa do seu cérebro. Com uma maior frequência, esse tipo de felicidade contagiosa pode ser uma fonte importante de bem estar. A tendência de vivenciar empatia positiva está ligada a uma maior satisfação na vida, paz de espírito e felicidade. Isso também está associado a confiança, apoio e satisfação em relações próximas.
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As pessoas ao seu redor podem ser beneficiadas da sua felicidade também. Um estudo examinou a experiência de felicidade empática em professores em 14 diferentes estados dos Estados Unidos. Os professores que tinham experiências mais frequentes de empatia positiva com seus estudantes se sentiram mais conectados com eles. Essa atitude positiva leva a interações mais assertivas com os estudantes, como observado pelos avaliadores de salas de aula, e a maior desempenho acadêmico dos jovens.
A empatia positiva não apenas fornece uma sensação boa, mas também inspira as pessoas a fazerem o bem. A tendência de sentir felicidade empática é associada a um forte desejo de ajudar os outros a triunfarem e a uma grande disposição para tomar uma atitude em relação a isso. Ela também reforça a felicidade que você sente ao ajudar os outros – tornando a solidariedade muito mais sustentável.
Procure por pequenos momentos de alegria
Felicidade é uma palavra importante e nós temos a tendência de procurar por expressões clássicas de grande alegria – sorrisos largos, exclamações de êxtase, abraços e comemorações. O tipo de alegria associada a ganhar na loteria e pedidos de casamento.
Entretanto, existem outras formas de alegria. À medida que você começa a procurar por ela, vai notá-la cada vez mais. Existe a alegria de prazeres, simples ou sublimes, como apreciar uma boa refeição, ouvir música ou gostar da sensação de segurar um bebê em seus braços. Existe a felicidade de propor algo e como você se sente ao contribuir, trabalhar muito, aprender e crescer. Existe a felicidade de estar conectado a algo maior que você mesmo, seja a natureza, a família ou a fé. E ainda a felicidade de se encantar – ser curioso, experimentar coisas novas e se sentir admirado ou surpreso.
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Além disso, a felicidade de ser reconhecido e apreciado por outras pessoas – perceber o que você tem para oferecer e que você importa também é relevante. Existe a felicidade de ser o seu melhor eu e sentir que está usando suas forças em serviço de algo com que você se importa ou expressar os seus mais profundos valores. Existe a alegria de encontrar suas necessidades – ser ajudado, escutado ou receber um confortável abraço. Existe a alegria de risadas – especialmente de risadas compartilhadas quando tudo parece desmoronar.
Essas são apenas algumas das possíveis alegrias que você pode testemunhar. Quando se mantém os olhos abertos para elas, é possível aprender sobre quantas possibilidades existem para ser feliz em momentos comuns e até mesmo em circunstâncias difíceis.
A conclusão de Kelly sobre felicidade empática é de que ela é um recurso que nos permite ficar envolvidos com a vida não apenas quando as coisas vão bem, mas também quando vão mal. Não é apenas a prática de celebrar e amplificar o bem, mas permite que as pessoas aumentem a esperança quando encaram a realidade de um sofrimento não aliviado.
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Uma questão de treino
Filósofos e psicólogos observam que, para muitas pessoas, a empatia para emoções negativas é algo mais instintivo do que para estados positivos.
Felizmente, você não precisa contar apenas com seus instintos: a alegria empática pode ser cultivada. Como outras características, ela pode ser deliberadamente treinada como uma forma de aprofundar sua sabedoria e bem estar. Com a prática, é possível fortalecer sua capacidade de perceber, se contagiar e celebrar a felicidade dos outros.
Veja, na galeria de fotos a seguir, 5 práticas diárias de ser contagiado pela alegria:
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iStock Assista uma criança ou um animal brincar
Fique feliz com a alegria, a energia e o encanto deles. Permita-se sorrir e se contagie pela felicidade que eles despertam.
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iStock Assista um atleta, artista ou outro tipo de competição sem escolher um lado
Aprecie o esforço, a habilidade ou a arte de todos os competidores – e celebre a alegria de qualquer um que vencer. Sinta-se grato pelo sucesso deles e assista como eles comemoram com os outros. Veja se você consegue estender sua alegria empática para como eles compartilham o momento com amigos, famílias, técnico ou equipes.
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iStock Ajude alguém a celebrar sua felicidade
Se alguém dividir uma boa notícia, pergunte sobre isso e escute de verdade. Se você descobrir sobre uma realização ou conquista na vida de uma pessoa, escreva um email de parabéns ou faça um post no Facebook. Vá além das mensagens formais e realmente sinta a alegria de ajudar alguém a aproveitar algo positivo.
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iStock Testemunhe o bem
Estabeleça o objetivo de notar quando os outros mostram um forte caráter, com bondade, honestidade, coragem ou perseverança. Fique feliz em ver o bem. Fique grato por aquilo que observou. Permita que você se sinta inspirado por essas ações para agradar a si mesmo.
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iStock Deixe alguém fazer algo bom para você
Isso talvez não pareça uma prática de felicidade empática, mas torna-se uma quando você começa a prestar atenção em quão feliz isso faz outra pessoa. Às vezes, o seu próprio desconforto em receber bondade ou medo de ser um peso para outros interfere no caminho dessa alegria.
Assista uma criança ou um animal brincar
Fique feliz com a alegria, a energia e o encanto deles. Permita-se sorrir e se contagie pela felicidade que eles despertam.