Pesquisadores descobriram uma proteína que pode ajudar a diagnosticar uma doença cerebral degenerativa muito comum em atletas, veteranos do serviço militar e outros que sofreram traumas cerebrais, mostrou um novo estudo publicado na terça-feira (26).
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Cientistas da Universidade de Boston e do Sistema de Saúde VA de Boston, um grupo de hospitais administrado pelo Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, detectaram níveis elevados de uma proteína chamada CCL11 nos cérebros de jogadores de futebol americano mortos que tinham Encefalopatia Traumática Crônica (CTE, na sigla em inglês), mas não nos cérebros de pessoas saudáveis ou de pessoas com Mal de Alzheimer.
Atualmente, a CTE só pode ser diagnosticada no tecido cerebral de pessoas mortas.
De acordo com o estudo, publicado no periódico científico “PLOS ONE”, como a proteína CCL11 pode ser detectada no fluído cefalorraquidiano, os pesquisadores podem chegar mais perto de desenvolver um método para diagnosticar CTE em pessoas vivas.
O CTE está ligado a traumas cranianos recorrentes e pode causar depressão, ansiedade e perda de memória. O estudo observou que estes sintomas são semelhantes aos do Alzheimer, e os médicos vêm tendo dificuldade para distinguir entre portadores de Alzheimer e de CTE.
No último verão local, a Universidade de Boston divulgou uma pesquisa que apontou sinais de CTE em 110 de 111 jogadores falecidos da Liga de Futebol norte-americana (NFL, na sigla em inglês).
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As descobertas se basearam na análise mais ampla já feita em cérebros de ex-jogadores de futebol americano em busca de indícios de CTE. A doença está ligada ao tipo de choque de cabeças que é comum no esporte, embora a NFL e as ligas estudantis estejam ajustando a modalidade para limitar estas colisões.
A CTE foi diagnosticada em ex-jogadores como Junior Seau, integrante do Hall da Fama do esporte, e Dave Duerson, que cometeram suicídio.
Aaron Hernandez, ex-jogador do New England Patriots que se matou na prisão em abril, tinha um “caso grave” de CTE, de acordo com pesquisadores da Universidade de Boston.