O Brasil manteve em 2016 o status de um dos países mais desiguais do mundo quando o assunto é renda, com 1% dos brasileiros com rendimento mais elevado ganhando 36 vezes mais do que metade da população, que tem os menores salários.
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Os dados são da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa pequena fatia da população mais rica tinha rendimento médio mensal de R$ 27.085 no ano passado, ao passo que o rendimento médio dos 50% com os piores salários era de apenas R$ 747, valor abaixo do salário mínimo do ano passado, de R$ 880.
A discrepância entre os números foi ainda maior em termos regionais, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, que concentram maior número de pessoas de menor renda.
“O Brasil tem uma das maiores desigualdades no mundo”, disse o coordenador do IBGE, Cimar Azeredo. “Em tempos de crise, essa desigualdade se acentua”, acrescentou, lembrando que o período de recessão (2014 a 2016) afetou sobretudo a população de baixa renda.
O índice de GINI, uma métrica internacional para medir a desigualdade dos países, ficou em 0,525, na escala que vai de zero a 1. Quanto mais perto de zero, menor a desigualdade de um país.
No Nordeste, ainda segundo o IBGE, o GINI atingiu em 2016 0,545, enquanto que no Sul ficou em 0,465.
A Pnad de 2016 passou por uma mudança no seu questionário no item relativo ao rendimento e, por isso, os dados de agora não são comparáveis com informações divulgadas até então. O IBGE pretende ainda no primeiro semestre de 2018 publicar os dados que possam ser comparáveis a anos anteriores.
O IBGE divulgou ainda que o país tinha 1,8 milhão de crianças de 5 a 17 anos trabalhando em 2016.