O Papa Francisco mostrou ontem (11) preocupação com políticas nacionais ditadas pelo medo, em discurso apenas uma semana depois das eleições gerais da Itália que consagraram partidos populistas e anti-imigração.
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O Papa, que fez da defesa dos imigrantes um pilar chave de seu papado ao longo destes cinco anos, pediu ostensivamente por ações para resolver os problemas políticos que fazem com que muitos fujam de seus países de origem.
Embora o pontífice não se referisse especificamente às eleições, suas palavras soam como uma forte crítica ao bloco de centro-direita da Itália, que tem feito campanha com promessas de políticas anti-imigração.
“O mundo de hoje é habitado pelo medo. É uma doença antiga … E o medo muitas vezes se volta contra pessoas estrangeiras, diferentes, pobres, como se fossem inimigos”, disse o líder dos 1,2 bilhão de católicos romanos espalhados pelo mundo.
“Há países onde as políticas são ditadas pela luta contra essas pessoas”, acrescentou o pontífice, partindo do texto preparado.
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O Papa discursou na celebração do 50º aniversário da comunidade Sant’Egídio, de Roma, que ajudou nos últimos dois anos cerca de mil refugiados, principalmente sírios, a chegarem pela Itália através dos chamados corredores humanitários.
O Papa não citou nenhum país em específico em suas críticas.
Na terça-feira (6), o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, o segundo atrás apenas do Papa na hierarquia da Santa Sé, também sinalizou a preocupação do Vaticano com os resultados da eleição italiana.
O movimento anti-establishment 5 Estrelas e a Liga, um grupo de centro-direita que empregou a retórica anti-imigração de forma mais ardorosa durante a campanha, foram os maiores vencedores das eleições.