Se pudéssemos resumir a era em que estamos vivendo em uma única frase, qual seria? Provavelmente, que não temos tempo. Existem mais formas de gastar dinheiro, mais riscos irreversíveis e menos tempo para assimilar cada novidade. É por isso que soluções de marketing humanoides estão em alta: para nos guiar entre as muitas opções e armadilhas.
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Muitos desenvolvedores estão tentando resolver a questão com soluções que poupam tempo. Desde sempre, cada novo computador que surge alega ser mais rápido do que o anterior, e com máquinas quânticas ao nosso alcance, essa aceleração poderá ser 100 milhões de vezes maiores. Entretanto, pela mesma razão que alargar rodovias não reduz o trânsito, criar aparelhos mais eficientes não vai nos salvar.
Nós costumávamos fazer algumas ligações de cinco minutos todos os dias. Agora, passamos horas nas redes sociais. Esse efeito, interpretado pelo proeminente economista urbano Edward Glaeser como corolário da complementaridade de Jevon, tem implicações mais amplas: quanto mais eficiente for a tecnologia, mais nos tornamos engajados e dedicamos menos tempo para escolhas importantes.
A qualidade das buscas influencia diretamente as escolhas
Nós temos tanta informação disponível que deveria ser fácil escolher, até mesmo, um produto complexo. Mas isso não acontece. Considere, por exemplo, a escolha de uma casa, escritório comercial ou serviço médico. A decisão inclui componentes racionais e emocionais, e a escolha pode matar você.
Há pouco tempo, as ferramentas de busca pareciam ser uma resposta para o processo de tomada de decisões. Mas com o gigante aumento de produtos novos todos os anos – e mais de 75% falhando -, esse pode não ser mais o caso. Até derivados de mecanismos de busca com inteligência artificial não são suficientes para ajudar com escolhas sérias.
Como ferramentas de busca regulares e de IA não são eficientes em facilitar escolhas complexas para o cliente do século 21, o marketing desses mecanismos e o SEM (Search Engine Marketing, o conjunto de ações de marketing de busca) podem não ser nosso futuro. Segundo algumas opiniões, o SEO (Search Engine Optimization, ou Otimização dos Mecanismos de Mundo) já está morto, mas mesmo se não estiver, a mudança do comportamento de avaliação de produtos é inevitável.
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Avaliações de clientes
As avaliações dos clientes têm um grande ponto negativo. Na melhor das hipóteses, você está vendo o mundo através dos olhos de outras pessoas. E, na pior, você coloca seu futuro na mão de alguém aleatório.
A opção ideal seria criar uma máquina experiente em produtos que teste opções do mercado para você como se fosse você – a não ser que, às vezes, o cliente prefira conhecer as impressões de outras pessoas. A questão principal sobre sistemas de recomendação e automatização do marketing é se deveriam se adequar às escolhas anteriores ou buscar novas opções para experimentar. Os melhores algoritmos de aprendizagem de máquinas se baseiam em padrões que favorecem a proximidade em relação à diversidade, o que não está relacionado a como nós, seres humanos, evoluímos.
Humanos não vão obter sucesso sem o apoio artificial, mas a IA também não conseguirá fazer tudo sozinha. A combinação de inteligência artificial com blockchain pode ajudar, pois possibilita a personalização e pode diferenciar um usuário real de um robô. Isso cria alternativas quase que inimagináveis para o marketing, indo além do que está por aí no momento.
Desculpe, Siri, mas precisamos de outro recurso
Não se trata de uma Siri melhor, mas de um recurso com inteligência distribuída personalizada que tenha a esperteza de Stephen Hawking e uma bola de cristal, para que todas as opções de mercado – incluindo os tratamentos médicos mais complexos – possam ser dissecados para atender nossas necessidades em tempo real. Esses sistemas devem saber mais sobre os nossos desejos do que os nossos amigos e querer o nosso bem como se fossem nossas mães. Se eles não puderem nos ajudar a escolher a opção certa de médico, casa ou negócio, ninguém mais poderá. Além disso, devem ser mais rápidos que o Flash.
Tecnicamente falando, eles serão sistemas baseados em conteúdo e dados, com grandes habilidades de aprendizado e perfis de personalidade aprofundados. Vamos chamá-los de “cyberamigos intensos”. O marketing colocado em prática por meio dessas plataformas humanoides será muito diferente do atual. Assim como o marketing de conteúdo mudou a promoção e a forma como os produtos são criados, as plataformas inteligentes de recomendação levarão a uma proposição de valor única e clara, mensurável, mas multicamada.
Os avanços na imaginação artificial também aumentarão a parte experimental e criativa do processo. Cyborgs vão personificar o melhor dos seres humanos e das máquinas para nos ajudar a viver vidas mais completas.
É possível imaginar o blockchain ideal e o conteúdo de marketing personalizado gerado pela AI que pode atingir indivíduos em tempo real a um preço decente e sem grandes violações de privacidade. A partir de agora, no entanto, devemos nos comprometer com pelo menos um desses ideais: não dá pra ser omnisciente, onipotente, barato, justo e perfeitamente individualizado de uma só vez.
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