A gordura submentoniana, popularmente conhecida como papada, representa um problema estético recorrente em pessoas de ambos os sexos, inclusive nos mais jovens. Entre as principais causas para a formação da papada destacam-se herança genética, alterações hormonais, processo natural de envelhecimento e sobrepeso – mas a queixa pode surgir independentemente da massa corporal do paciente.
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Embora os depósitos de gordura localizada estejam distribuídos, em geral, por muitas partes do corpo, a papada é particularmente mais notável devido à sua localização. Até recentemente, os tratamentos para combatê-la eram limitados a procedimentos cirúrgicos invasivos, como lipoaspiração ou excisão de gordura – e até reconstrução completa do pescoço.
Como a cirurgia está associada aos riscos ligados à anestesia, a infecção, sangramento, hematomas e cicatrizes, bem como à possibilidade de grande desconforto e prolongado tempo de inatividade do paciente, observamos uma grande demanda por alternativas não cirúrgicas e com pós-procedimento mais tranquilo, que não tirem a pessoa da sua rotina. Nos últimos anos, houve um crescimento significativo nos procedimentos estéticos não cirúrgicos voltados à redução de gordura. Médicos e pacientes estão buscando, cada vez mais, opções não invasivas para o rejuvenescimento.
A área submentoniana (papada) é uma região anatômica considerada ideal para um tratamento injetável de redução de gordura. Estudos revelam que a injeção de desoxicolato de sódio pode ser usada para dissolver a gordura nessa região, e também em outros locais da face e do corpo, com melhora associada da flacidez da região tratada.
O Kybella (desoxicolato de sódio) ATX-101, uma medicação adipolítica aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) e em vias de aprovação pela Anvisa, está indicado para o tratamento da deposição indesejada de gordura localizada. Quando injetada em gordura subcutânea, essa medicação causa a lipólise, ou seja, a destruição das células de gordura. Após a destruição da célula, um infiltrado de macrófagos (células de defesa) foi observado – o que causa, em primeiro lugar, a eliminação dos fragmentos das células de gordura destruídas e dos lipídios livres e, em segundo lugar, através do recrutamento de fibroblastos, a neocolagênese (formação de colágeno novo).
Uma vez destruídos, os adipócitos não podem mais armazenar ou acumular gordura, resultando em uma melhora significativa na aparência da área submentoniana, através tanto da redução dos depósitos de gordura subcutânea quanto da melhora da flacidez na região tratada. Esse protocolo promove um efeito lifting instantâneo e melhora o contorno da mandíbula.
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Outra opção de tratamento, principalmente quando existe maior flacidez da região, é o ultrassom micro e macrofocado (Ultraformer III), uma avançada tecnologia indicada para redução da gordura e melhora da flacidez. Esse procedimento promove um aquecimento profundo e controlado nas camadas internas da pele, gerando redução e quebra das células gordurosas, além do skintightening (processo de retração), remodelando as fibras colágenas já existentes, produzindo colágeno novo, redefinindo o contorno facial e rejuvenescendo-o de forma natural. Pode ser realizado também para tratamentos corporais, com excelentes resultados. O protocolo ainda pode ser aplicado de forma preventiva ou para manutenção dos resultados, uma a duas vezes por ano.
Quando a papada é predominantemente formada por acúmulo de gordura, outra opção de tratamento é a criolipólise (coolscultpting), método que elimina naturalmente as células adiposas através da circulação linfática por meio da técnica do resfriamento intenso, também sem tirar o paciente do seu dia a dia.
As opções de tratamento são variadas. É fundamental procurar um dermatologista para avaliação e prescrição do melhor protocolo, caso a caso, de forma individualizada e visando aos melhores resultados.
*Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês; médica-responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro-efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD)
Coluna publicada na edição 57, lançada em março de 2018