O queijo mais antigo do mundo foi encontrado por arqueólogos e vem com seu próprio tipo de “maldição do faraó”. O túmulo de Ptahmes, prefeito egípcio de Memphis, no século 13 a.C, foi redescoberto em 2010 e a exploração do sítio alguns anos depois encontrou alguns frascos quebrados, incluindo um com um tipo de tecido de lona e uma substância esbranquiçada sólida, que foi amostrada, dissolvida e analisada para desvendar o que poderia ser.
LEIA MAIS: Cientistas desenvolvem prótese para restaurar memória
Os resultados acabam de ser publicados na revista “Analytical Chemistry”. Por meio de cromatografia líquida e espectrometria de massa, uma equipe liderada por Enrico Greco, da Universidade de Catania, na Itália, determinou que a amostra era um tipo de produto lácteo feito da combinação de leite de ovelha ou cabra com búfalos africanos, que seriam as vacas do Egito antigo.
A presença do tecido de lona que provavelmente deveria conter algo sólido, em vez de líquido, sustentava a conclusão dos cientistas de que eles tinham um queijo bem envelhecido em suas mãos. Mas, enquanto o queijo e o vinho podem tipicamente envelhecer bem, esta amostra evidenciou uma contaminação.
Peptídeos encontrados na amostra sugerem que ela também pode ser a hospedeira do micróbio Brucella melitensis, que causa a brucelose, uma doença potencialmente letal. Talvez não surpreendentemente, uma maneira pela qual essa doença se espalha dos animais para os humanos é via o consumo de laticínios não-pasteurizados.
Se esta análise preliminar se mostrar correta, pode marcar não apenas o queijo mais antigo já encontrado, mas também a evidência mais antiga da doença.