Nunca houve tanto dinheiro disponível para investimentos no mundo. O sucesso dos empreendedores não é mais limitado pela disponibilidade de capital, mas sim pela sua criatividade e capacidade para crescer.
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Assim como acontece no mercado de tecnologia, o esporte de alto nível também atrai investimentos como nunca. Muitos dos clubes de futebol das cinco principais ligas europeias – Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha e França – foram alvo de aquisições e grandes aportes de capital na última década. Apesar do mercado estar bastante inflacionado, esta tendência continua ganhando força com investidores estrangeiros apostando em clubes de muitos países e até mesmo das segundas e terceiras divisões.
Os investimentos têm motivações tão variadas quanto as suas origens.
O primeiro grupo são os investidores profissionais do esporte, como a família Glazer e o Fenway Sports Group.
Os Glazers, também donos do time da liga de futebol americano Tampa Bay Buccaneers, concluíram a compra do Manchester United em 2005 a um custo de US$ 1,5 bilhão. O Fenway Sports Group, dono do time de beisebol Boston Red Sox, comprou o tradicional Liverpool F.C. pela barganha de US$ 477 milhões em 2010.
De acordo com a FORBES, estes clubes valem US$ 4 bilhões e US$ 1,49 bilhão em 2018. Um sólido retorno sobre o investimento de 8% e 15% ao ano, respectivamente.
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O segundo perfil é de bilionários não ligados ao futebol, como o russo-israelense Roman Abramovich e a família Srivaddhanaprabha, da Tailândia.
Abramovich, dono da 114ª maior fortuna do mundo (US$ 11,4 bilhões), de acordo com o ranking em tempo real da FORBES, teve uma bem-sucedida carreira política e ganhou muito dinheiro com a empresa de petróleo russa Sibneft. Em 2003, ele adquiriu o controle do Chelsea F.C, um dos mais tradicionais clubes de futebol ingleses, por simplórios US$ 265 milhões. Em 2018, o valor do clube foi estimado pela FORBES em US$ 1,7 bilhão – um retorno de 13% ao ano.
Seguindo o exemplo de Abramovich, o bilionário tailandês Vichai Srivaddhanaprabha, o CEO do King Power Duty Free, morto no último sábado (27) em um acidente aéreo, comprou o Leicester em 2010, depois de um patrocínio de três anos no uniforme do clube. Ele gostou tanto da experiência que, em 2017, adquiriu um segundo time, desta vez na Bélgica.
O último grupo de compradores são as empresas estatais de alguns países do Oriente Médio e da Ásia. Elas investem para aprender sobre o futebol, gerar lucros e influenciar os países dentro dos gramados. Os três exemplos mais icônicos são o Qatar, a China e a Rússia.
O Qatar ficou mais conhecido depois de garantir os direitos de sediar a Copa do Mundo da FIFA em 2022. Mas o campeonato é apenas uma das peças no jogo bilionário dos investimentos do país. Eles incluem o patrocínio do Barcelona, a aquisição do Paris Saint-Germain, a compra de Neymar e muitos outros eventos sediados em Doha.
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A China, por meio de empresas públicas e privadas, é, de longe, o maior investidor no futebol europeu. O presidente Xi Jinping, um grande amante do futebol, implementou um agressivo plano de desenvolvimento do esporte que incluir investimentos em participações e aquisições de clubes na Europa. Manchester City, Aston Villa, Nice, Lyon, Inter de Milão, Atlético de Madri, Granada e Slavia de Praga são apenas alguns exemplos.
A Rússia é uma veterana nos investimentos esportivos. Em 2014 sediou a Olimpíada de Inverno em Sochi. Há alguns meses, foi anfitriã da Copa do Mundo da FIFA. Além de bilhões gastos com infraestrutura, seus investimentos são realizados por meio de empresas estatais como a Gazprom, patrocinadora oficial da Liga dos Campeões da UEFA e da Copa do Mundo da FIFA, os dois principais eventos do futebol mundial.
Com bilionários do esporte, fundos de investimentos e governos competindo pelas propriedades do futebol, dinheiro não faltará para que os clubes contratem jogadores cada vez mais caros, expandam seus estádios e invistam em marketing.
Em um mundo onde os recursos são quase infinitos, a diferenciação virá pelas ideias e pela criatividade de cada um em atrair novos torcedores para os seus clubes e consumidores para as marcas patrocinadoras.
Nunca houve uma época melhor para trabalhar no negócio do esporte.
Ricardo Fort é um colaborador da Forbes Brasil. Sua opinião é pessoal e não reflete a visão editorial de Forbes Brasil.