Ex-consulesa da França, a ativista e comunicadora Alexandra Loras reúne executivos, marcas e organizações sociais em São Paulo nesta segunda (26). O objetivo é debater a inclusão racial e o poder de consumo da população negra, tema do primeiro Fórum Diversifique. Ela conta a seguir um pouco sobre o evento.
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Qual é seu objetivo com o fórum?
Colocar em contato formadores de opinião, militantes e ativistas. Pessoas que têm conteúdo, mas nunca sobem no palco de eventos sobre diversidade. Há protagonistas e acadêmicos que podem verbalizar as boas práticas de diversidade, e acho importante dar voz a essas pessoas. E ter na plateia CEOs, pessoas de RH, gente de agência de publicidade. São públicos que não se conhecem, não se frequentam.
Por que tantas pessoas acham que brasileiro não é racista?
É um tipo de negação que conforta muita gente. Achar que o monstro está no vizinho, nos Estados Unidos, na Europa, na África do Sul, e não em nós. Segundo o IBGE, 54% dos brasileiros são negros, então não numericamente não somos minoria. Mas somos uma maioria tratada como minoria.
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A representação do negro não mudou nos últimos tempos?
Na publicidade e nos produtos, ainda aparecemos muito pouco. A novela, os desenhos animados e o livro didático não relatam o negro como consumidor ou empreendedor. Os produtos ditos “cor de pele” levam em consideração apenas os brancos, como se fosse o normal, o padrão, e estamos num país em que a maioria das pessoas não é branca. Se eu cortar o dedo e for comprar Band-Aid, tem do Homem Aranha e do Bob Esponja, mas não da minha cor. Precisamos conversar sobre isso. O mercado afro é o futuro do Brasil.
O ingresso do fórum custa R$ 500. Muita gente que se interessaria em participar não tem esse dinheiro. Criou alguma forma de incluir essas pessoas?
Sim. 80% das pessoas que emitiram o ingresso, não pagaram. Justamente pensando na inclusão. Quem quiser, pode usar o código DIV2018 e conseguir ir de graça também.