A quantidade de coisas que possuímos nos dias de hoje é impressionante. Considere as seguintes estatísticas: o tamanho médio das casas norte-americanas cresceu de 92 metros quadrados para 230 metros quadrados; o armazenamento dos nossos dados pessoais gera mais de US$ 24 bilhões em receita a cada ano; relatórios indicam que compramos duas vezes mais bens materiais hoje do que há 50 anos. E, tudo isso, com uma dívida média de quase US$ 15.950 no cartão de crédito.
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Meu novo livro, “The Minimalist Home” (“A Casa Minimalista”, em tradução livre), vendeu milhares de cópias antes mesmo de seu lançamento, no final de novembro. Quando minha editora me procurou com a ideia do livro – um guia cômodo a cômodo para ter uma casa organizada e realinhar a vida -, agarrei-me à chance. Eu sabia que seria um best-seller. As pessoas possuem mais coisas do que precisam e estão buscando uma nova maneira de viver.
Esses números devem nos levar a começar a fazer algumas perguntas difíceis. “Por que compramos mais coisas do que precisamos”, por exemplo, seria um bom começo.
Pensar sobre isso acaba se tornando uma questão fascinante. Que raciocínio obriga alguém a gastar dinheiro em coisas das quais realmente não precisa?
Algumas pessoas podem culpar as propagandas, os anunciantes, as grandes corporações ou o capitalismo. Mas, na minha opinião, isso é apenas metade da resposta. Nenhum profissional de marketing tem o poder de preencher um formulário de compra ou clicar o botão de “adicionar ao carrinho”. A decisão final é nossa.
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Então, por que fazemos isso?
Se pudéssemos responder com êxito a essa pergunta, poderíamos mais facilmente libertar nossas vidas e recursos para coisas muito mais importantes do que bens materiais. Questionar pode ser difícil, pois nos força a admitir fraquezas e inseguranças. Mas a auto-descoberta sempre vale o esforço.
Com esse propósito, veja na galeria de imagens a seguir algumas das razões pelas quais compramos mais coisas do que precisamos:
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GettyImages 1. Acreditamos que as posses nos darão segurança
Nossa lógica é a seguinte: ter bens materiais nos traz segurança (teto, roupas, transporte confiável), então o excesso certamente resultará em ainda mais proteção. Mas depois de atender às nossas necessidades mais básicas, a segurança real derivada do consumo é muito menos estável do que acreditamos. Todos esses itens perecem, estragam ou desaparecem – e mais rápido do que imaginamos.
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GettyImages 2. Nós achamos que as coisas nos deixarão felizes
Ninguém jamais admitiria que busca a felicidade em posses materiais, apenas vivemos desta forma. Como resultado, procuramos casas maiores, carros mais rápidos, tecnologia mais recente e a moda do momento – e esperamos ser mais felizes por causa disso. Infelizmente, a satisfação real derivada do excesso de bens materiais é, na melhor das hipóteses, temporal.
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GettyImages 3. Somos mais suscetíveis à publicidade do que acreditamos
Alguns estudos indicam que vemos 5 mil anúncios todos os dias. E todos eles contam a mesma história: sua vida será melhor se você comprar o produto anunciado. Nós ouvimos esta mensagem tantas vezes e de tantos ângulos diferentes que começamos a acreditar nela. Este é um chamado para perceber que estas mensagens nos afetam mais do que imaginamos.
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GettyImages 4. Esperamos impressionar outras pessoas
Em uma sociedade rica, a inveja rapidamente se torna uma força motriz para a atividade econômica. Consumo conspícuo (ou de ostentação) é uma expressão inventada anos atrás, mas nunca significou tanto. Uma vez que todas as nossas necessidades básicas tenham sido atendidas, consumir se tornou algo mais do que necessário. Infelizmente, muitas vezes isso vira uma oportunidade para mostrar nossa riqueza, importância e sucesso financeiro para o mundo.
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GettyImages 5. Temos inveja das pessoas que possuem mais
A comparação parece ser um estado natural da humanidade. Notamos o que as outras pessoas têm, usam e dirigem. Nossa sociedade incentiva esse comportamento. E, muitas vezes, compramos coisas das quais não precisamos porque indivíduos dos nossos círculos de amizade fizeram o mesmo. Mas se você precisa de coisas boas para impressionar seus amigos, você tem amizades erradas.
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GettyImages 6. Tentamos compensar nossas limitações
Erroneamente procuramos confiança nas roupas que vestimos ou no carro que dirigimos. Procuramos nos recuperar das perdas, da solidão ou do sofrimento comprando itens desnecessários. Tentamos satisfazer nosso descontentamento com coisas materiais. Mas isso nunca será suficiente para compensar nossas limitações. Na maioria das vezes, apenas impedem que olhemos para elas.
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GettyImages 7. Somos mais egoístas do que admitimos
Pode ser difícil admitir que o espírito humano está voltado para o egoísmo e a ganância, mas a história é implacável. Procuramos aumentar o tamanho do nosso reino pessoal com o acúmulo de bens. Isso aconteceu ao longo dos anos pela força, coerção, desonestidade e guerra. Infelizmente, o egoísmo se perpetuou e continuou a crescer em nosso mundo e nossas vidas.
1. Acreditamos que as posses nos darão segurança
Nossa lógica é a seguinte: ter bens materiais nos traz segurança (teto, roupas, transporte confiável), então o excesso certamente resultará em ainda mais proteção. Mas depois de atender às nossas necessidades mais básicas, a segurança real derivada do consumo é muito menos estável do que acreditamos. Todos esses itens perecem, estragam ou desaparecem – e mais rápido do que imaginamos.