Recentemente, decidi me arriscar na cirurgia Lasik — técnica que utiliza raio laser para corrigir a visão. Os médicos, então, recomendam a monovisão, situação em que o olho dominante é usado para longas distâncias e o outro, apenas para leitura. Há quem goste da monovisão e quem deteste. Os médicos fazem o paciente usar lentes de contato por cinco dias para descobrir se ele vai lidar bem com a mudança, antes de fazer a cirurgia. Passei pelo teste e decidi fazer a operação, descartando os óculos de grau. Mas há quem se adapte e prefira o uso de lentes progressivas, que permitem enxergar à distância e ler ao mesmo tempo. Ainda assim, há a possibilidade de, por exemplo, a pessoa se sentir tonta ao descer um lance de escadas. O mesmo tipo de adaptação é necessária para a monovisão.
LEIA MAIS: 10 dicas do feng shui para ter sucesso nos negócios
Essa é uma situação comparável à carreira, quando precisamos abrir mão de algumas coisas na hora de aceitar um emprego. O salário, a localização do trabalho e a nossa paixão pelo projeto pesam na hora de decidir.
Assim como aconteceu comigo diante da cirurgia, às vezes é preciso reajustar a maneira como enxergamos as coisas na carreira. Se você aprender a se ver de outro jeito, seus clientes poderão entender sua história mais facilmente. Mas reajustar a maneira como você vê a própria trajetória pode ser um desafio, num primeiro momento. Para tanto, tente um dos quatro métodos a seguir:
Pense no seu currículo como uma história
Em nossas carreiras, devemos estar constantemente abertos a novas soluções e tecnologias. Quando digo às pessoas que elas podem começar a pensar em si mesmas como contadoras de histórias em vez de vendedores, elas ficam intrigadas para saber como fazer isso. Aqueles que contam ótimas histórias são profissionais atraentes, enquanto os vendedores simplesmente repassam informações.
Quando olhamos para o currículo como um enredo com começo, meio e fim, começamos a entender como contar nossa história pode ser algo claro, conciso e convincente. Fale como você superou obstáculos e descreva as pessoas que o ajudaram. Toda boa história tem um mentor — assim como o personagem Yoda na série de filmes “Star Wars”. Que lições e habilidades aprendeu em sua jornada?
Lembre-se de que seu currículo mostra suas qualidades de resiliência, tenacidade e trabalho em equipe. Toda boa história tem um timing adequado, então elabore sua narrativa de uma maneira a mostrar como superou desafios e lidou com a mudança.
VEJA TAMBÉM: O segredo do sucesso do CEO da Microsoft
Marque o “segundo encontro”
O erro que a maioria dos comerciantes comete quando vende alguma coisa é dar muita informação. As pessoas compram transformação, não informação. O objetivo na hora de fazer uma entrevista para um novo emprego ou obter financiamento para a sua startup deve ser “marcar o segundo encontro”. Diga o suficiente para que as pessoas fiquem intrigadas e com vontade de querer saber mais. Assim, elas vão querer conhecer mais você.
A melhor maneira de fazer isso é contar uma história extraordinária. Você verá que sabe contar uma boa história no momento em que estiver conversando rotineiramente no elevador e as pessoas manifestarem interesse pelo que fala.
Desista da perfeição
Nossos cérebros anseiam por progresso. A melhor maneira de deixar de ser perfeccionista é treinar seu cérebro para procurar e celebrar cada passo dado. Se você se deixar ser vítima da perfeição, nunca será feliz.
Ao se concentrar demais na pessoa que não gostou de você ou no pequeno detalhe que deu errado, você está fadado a se esgotar. Se passar a ser um “progressista”, e se intitular dessa maneira, terá motivação para continuar.
E MAIS: 6 pilares de um negócio de sucesso
Tenha a mente aberta
Qual é a sua imagem, quando se trata de vender a si mesmo? Treine seu cérebro para deixar de pensar que essa “venda” é algo agressivo ou arrogante e adote o método de contar histórias: você terá uma nova perspectiva de si mesmo. Todos nós temos que nos vender o tempo todo, seja para ser contratado, promovido ou para obter novos clientes.
Uma mente aberta para novas formas de contar sua narrativa como líder pode ser uma carta na manga. Costuma-se dizer que os contadores de histórias dominam o mundo. É hora de começar a treinar seu cérebro para pensar em si mesmo como um.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Forbes no Facebook: http://fb.com/forbesbrasil
Forbes no Twitter: http://twitter.com/forbesbr
Forbes no Instagram: http://instagram.com/forbesbr