Resumo:
- Em 2013, um modelo de arma 3D teve 100 mil downloads e ficou disponível na internet por dois dias;
- Objetos feitos em impressoras já foram usados na construção de prédios, órgãos humanos e até carnes de laboratórios;
- O alerta é que, com o avanço da tecnologia, pessoas sem os conhecimentos necessários poderão ter acesso aos armamentos.
Linha por linha, um objeto ganha forma enquanto é observado pelo seu criador. Cada peça de plástico feita pela impressora 3D vai se combinar a outra e formar algo que, até agora, era preciso ter algum tipo de certificação para obter. Dessa vez, porém, tudo o que o consumidor precisou para colocar as mãos em uma arma foi um aparelho e arquivos de montagem na internet.
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Foi isso que aconteceu em 2013, quando um modelo Liberator 3D (arma própria para se fazer em casa) alcançou 100 mil downloads e, só dois dias depois, o Departamento de Estado dos Estados Unidos ordenou a remoção do projeto que estava online.
Isso é aterrorizante. Controlar o acesso a armas e armas é difícil. Mas controlar o acesso aos dados, tudo o que é necessário para imprimir sua própria arma, pode ser impossível.
Agora, imagine que, em vez de uma pistola, qualquer pessoa com uma impressora 3D possa imprimir uma arma de destruição em massa (WMD na sigla em inglê). Essa é a ameaça reforçada no relatório “WMD Capabilities Enabled by Additive Manufacturing” (“Recursos de WMD Habilitados por Manufatura Aditiva”, em tradução livre), divulgado no início deste mês.
Como no caso da pistola Liberator, é difícil interromper o fluxo de dados. O relatório alerta que, com os arquivos certos, uma impressora 3D e um estoque de materiais, as armas de destruição em massa poderiam ser feitas por qualquer um.
As impressoras 3D podem imprimir diversos materiais, a partir de metais, cerâmicas e polímeros. Algumas peças criadas com este tipo de tecnologia já foram usadas no espaço, em componentes para edifícios, órgãos humanos e até na produção de carne cultivada em laboratório.
Antes, certas limitações tornavam irrealista a impressão de armamento poderoso, pois só um material podia ser usado por vez. No entanto, com o desenvolvimento rápido da tecnologia, isso não será mais uma barreira.
O desenvolvimento de sistemas de mísseis ou outros fluxos de entrega podem ser os mais impactados pela impressão 3D; além do uso em em armas químicas, biológicas e nucleares. Atualmente, a tecnologia está sendo usada para imprimir peças para produção de combustível em reatores nucleares, para mísseis, ogivas e até explosivos.
A pesquisa também alerta que a tecnologia de impressão 3D (ou manufatura aditiva, AM) pode se tornar mais poderosa e perigosa quando combinada com inteligência artificial (IA) ou nanotecnologia, criando ameaças complexas e imprevisíveis.
O relatório ressalta também que “o potencial de um evento do tipo ‘cisne negro’ (algo surpreendente que, em teoria, não existe) envolvendo um programa militar centrado na AM para adquirir capacidades militares não convencionais e assimétricas verdadeiramente inovadoras não pode ser descartado”.
Então, o que deve ser feito? Este é um caso em que saber é poder. O relatório sugere que os países do mundo se mantenham atualizados sobre a tecnologia de impressão 3D e criem medidas preventivas contra possíveis ameaças.
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