Depois de realizar testes para concorrer a uma bolsa de estudos por meio da Marinha norte-americana, em 1955, David Walentas precisou escolher uma das cerca de 50 escolas que queria frequentar. Para melhorar suas chances de ser aceito, ele escolheu uma instituição que achava que ninguém conhecia – no final da lista alfabética.
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Seis décadas depois, o multibilionário do setor imobiliário está destinando à Universidade da Virgínia um agradecimento de nove dígitos. A UVA anunciou no sábado (12) que Walentas, o 342º homem mais rico do mundo segundo o ranking FORBES 400, doará US$ 100 milhões para a universidade pública de Charlottesville.
Apropriadamente, a maior parte do dinheiro, que será pago em um período de cinco a dez anos, ajudará a escola a financiar oportunidades para estudantes universitários da primeira geração, caso do próprio Walentas, que agora vale cerca de US$ 2,5 bilhões. Metade dos fundos ajudará a estabelecer bolsas de estudo para os estudantes de graduação que sejam os primeiros de suas famílias a frequentar a faculdade provenientes de três lugares: o estado da Virgínia; Rochester, a cidade natal de Walentas, no estado de Nova York; e sua atual residência, a cidade de Nova York. Outros US$ 25 milhões serão destinados a criar bolsas de estudo na Darden School of Business da UVA para graduados de primeira geração que desejam obter um MBA. O restante será para financiar outras bolsas de estudo.
“Não consigo imaginar uma maneira melhor de honrar o futuro do que assumir um compromisso significativo e duradouro com estudantes universitários da primeira geração”, disse o presidente da Universidade da Virgínia, James E. Ryan, em comunicado. “Esse presente de David Walentas servirá como uma pedra angular da campanha de US$ 5 bilhões que estamos lançando neste fim de semana e terá um impacto de longo prazo na Universidade da Virgínia e nos contemplados.”
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A doação é a maior ação filantrópica de Walentas até hoje, mas não é seu primeiro presente. A Fundação Walentas destinou, em 2013, US$ 5 mil à Darden School of Business, onde o bilionário obteve seu mestrado em Administração depois de finalizar a graduação. Ele diz que ele e sua esposa também doaram “alguns milhões” para a Jefferson Scholars Foundation, que fornece bolsas de mérito aos estudantes da UVA.
Walentas, que no início deste mês recebeu 2 pontos (de um total de 5) por suas ações de filantropia no ranking FORBES 400, concentrou grande parte de sua contribuição na educação. Entre 2013 e 2017, segundo os documentos públicos mais recentes disponíveis, ele investiu US$ 8,1 milhões em sua fundação, que, por sua vez, concedeu doações a organizações como o Fundo para Escolas Públicas da Cidade de Nova York e as Success Academy Charter Schools. A fundação também doou pelo menos US$ 128 mil para a Universidade da Pensilvânia, frequentada pelo filho de Walentas, Jed.
“A educação, no meu ponto de vista, é o grande equalizador”, diz Walentas, 81 anos, em uma entrevista. “A maioria das pessoas realmente não se importa de onde você vem, se você fala engraçado ou parece engraçado. O que importa é o que você sabe e o que podemos fazer juntos.”
A educação universitária era um importante caminho para Walentas, que cresceu na pobreza. Seu pai sofreu um derrame quando ele tinha apenas cinco anos. Um ano depois, o garoto lembra de estar “ordenhando vacas” para ter como se alimentar. Sua grande oportunidade veio na forma de uma bolsa de quatro anos para a UVA.
Mais tarde, ele cofundou a Two Trees Management. Walentas pegou emprestado US$ 12 milhões no final da década de 1970 para comprar 2 milhões de metros quadrados de prédios antigos na degradada área de Dumbo, no Brooklyn, e a transformou em um dos lugares mais descolados da região. Ao lado do filho, agora CEO da Two Trees, Walentas está novamente construindo um luxuoso espaço no Brooklyn, desta vez perto da Domino Sugar Factory, de Williamsburg. Em setembro, a região passou a abrigar sua segunda torre, um prédio de escritórios e apartamentos de 45 andares.
Walentas é um dos cinco integrantes da FORBES 400 com um diploma da Universidade da Virgínia, classificada em 33º lugar na lista de 2019 da FORBES das melhores universidades. O mais rico deles é Paul Tudor Jones, com um patrimônio de US$ 5 bilhões.
O presente de Walentas, apesar de muito grande, não é o maior recebido pela UVA este ano. A contribuição mais expressiva foi dada por Jaffray Woodriff, diretor executivo do Quantitative Investment Management, fundo de hedge de US$ 3,3 bilhões que, em janeiro, prometeu à universidade US$ 120 milhões para a criação de uma escola especializada em ciência de dados.
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