Por ser economista, alimento uma paixão desmedida por títulos ligados à educação financeira, economia e investimentos. Semanalmente, estarei aqui para falarmos abertamente de independência financeira. Ou você acha que pode escolher uma vida sem tomar as rédeas do seu dinheiro?
Felizmente, há hoje, um interesse considerável entre as mulheres quando esse assunto vem à tona. Mas é tão raro se fazer entender, não é mesmo? Conhecemos uma linguagem chata, criada por engravatados prestes a ter um ataque de nervos.
Afinal, alguém ensinou uma mulher ganhar dinheiro? Investir, então, nem se fala! Fomos treinadas a cuidar da casa, de gente, dos outros. Somos direcionadas por nossos pais desde pequenas a escolher cursos nas áreas de humanas e desejar bons casamentos. E ninguém ensina que na maioria das vezes só podemos contar apenas com nós mesmas, um bom livro e uma taça vinho.
Comecei meu trabalho com mulheres em 2005 quando criei o clube de investimentos Ella Invest. Éramos 150 participantes a falar de dinheiro e investimentos ao menos uma vez ao mês. Nosso clube investia em ações. Tínhamos verdadeiro êxito em nossas escolhas, inclusive, sobrevivemos à crise de 2008 com certa bravura e solidez. Fazíamos eventos e tomávamos espumantes enquanto nosso dinheiro dava um duro danado por nós, por meio das empresas que escolhíamos. Claro, ninguém além de mim sabia muito o que estava fazendo ali. Na época, eu cursava economia na Universidade Federal de Santa Catarina e com as certificações exigidas pelo mercado, fazíamos literalmente a festa na Bolsa de Valores.
Mas como uma jovem de 20 anos poderia ser tão popular no mundo das finanças a ponto de reunir centenas de mulheres de variadas idades e classes sociais em torno de um tema tão masculino? Educação Financeira leve e descontraída. Nessa época, descobri na graduação que entender de dinheiro era apenas uma questão de mudar a linguagem tediosa por algo empolgante. Sim, eles complicam, e isso afasta qualquer ser humano, principalmente, os que usam salto alto.
Minha carreira decolou até 2010, quando a maternidade me chamou para conversar, e eu precisei fazer uma escolha. Não dava para continuar pisando no acelerador 15 dias após o nascimento da minha filha como eu tentava fazer. Lara tinha sede insaciável de leite, amor e maiores cuidados, não podia disputar sua mãe com milhares de outras pessoas com sede de conhecimento. Optei por ficar com ela exclusivamente, ao menos por um período.
Descobri, no entanto, o que “um tempo” sem planejamento em nossa vida profissional pode fazer com as nossas finanças, sobretudo se ele vier acompanhado de uma separação. Ainda bem que somos mais fortes que vulneráveis.
Com outro filho e uma bagagem maior, retomei minha carreira e passei a atender mais mulheres do que antes. Cada qual com uma história, uma dor, um sonho. Não podemos ignorar estatísticas, que insistem marchar contra nós: 50% perdem o emprego até 2 anos depois de retornarem de uma licença maternidade. As que se separam podem ter o padrão de vida reduzido próximo a 71%. De cada dois casamentos, um acaba em divórcio.
Além disso, há mulheres que, por opção ou não, terminam apenas consigo mesmas. Vivemos em média 7 anos mais que os homens. Apesar de tudo, ganhamos, em média, 23% menos que eles.
Que conta bancária está preparada para esse drama? Qual mulher você é ou sonha ser? Uma coisa é certa, dá para burlar as estatísticas ao aprender a planejar sua vida e cuidar do seu dinheiro. Só independência trás poder de decisão e liberdade. A partir de agora, estarei aqui para ajudar você a ganhar, a guardar e a investir.
Seja bem-vinda, não pelo dinheiro, mas pela liberdade.
Francine Mendes é educadora financeira para mulheres, economista pela Universidade Federal de Santa Catarina, com mestrado em psicanálise do consumo pela Universidade Kennedy. Apresentadora do canal Mary Poupe, no YouTube, e comunicadora na RiCTV Record.
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