O que STF, TCU, PT e PCC têm em comum? Pelo menos um traço marcante: todos eles estão profundamente incomodados com Sergio Moro.
Depois do vexame do STF usar mensagem roubada por hacker, sem perícia e sem fato, para julgar a suspeição de Sergio Moro contra Lula, o bom ladrão, você achou que já tinha visto de tudo. Aí vêm o PT e o PCC, com o mesmo advogado (!), tentar no mesmo STF barrar as medidas de Moro contra as brechas do regime penitenciário. E agora surge o Tribunal de Contas da União, num salto ornamental sobre a lógica e o bom senso,
censurando a divulgação do Pacote Anticrime do ministro da Justiça.
O argumento do TCU foi de que a campanha pode “constranger” os parlamentares a aprovar o projeto. Chega a dar pena dos pobres deputados oprimidos por tal constrangimento. Assim como se tem visto nos arroubos do STF, metendo a mão na Constituição para decidir o que lhe dá na telha (como no escandaloso Caso Bendine), o TCU resolveu fazer política a céu aberto. A resistência contra o autoritarismo não está ligando o nome à pessoa.
A reforma da Previdência era uma pauta impopular e sua necessidade imperativa foi explicada à população com campanhas didáticas. O apoio da opinião pública se tornou essencial para que a mãe de todas as reformas avançasse e – ao contrário do que dizia tudo quanto é gato-mestre – em seis meses estivesse aprovada na Câmara dos Deputados, estando em vias de aprovação final no Senado. É mesmo muito constrangimento.
Todo governo pode e deve instruir a população sobre a importância de princípios de segurança que procura implantar – como a possibilidade de negar liberdade a criminoso reincidente preso em flagrante, dependendo da gravidade do crime. Quantas barbaridades serão evitadas com essa medida?
Ou a decretação de prisão após condenação em segunda instância – centro da novela de tentativa de soltura do maior ladrão do país. Onde estava o TCU quando o governo do PT torrava rios de dinheiro divulgando triunfal programas que nunca funcionaram, como o Fome Zero?
Seja qual for o desdobramento de mais essa sabotagem política fantasiada de rigor fiscal, a conjunção de siglas acima listadas que quer ver a caveira de Sergio Moro deixa uma certeza: a impressão do homem comum de que Moro faz bem ao Brasil está fulminantemente certa.
Guilherme Fiuza é jornalista e escritor com mais de 200 mil livros vendidos, autor dos best-sellers “Meu nome não é Johnny” (maior bilheteria do cinema nacional em 2008), “3.000 dias no bunker” (história do Plano Real, também adaptado para o cinema), “Bussunda – A vida do casseta”, entre outros. Escreveu o romance “O Império do Oprimido” e é coautor da minissérie “O Brado Retumbante” (TV Globo), indicada ao Emmy Internacional.
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